[V̶e̶r̶m̶e̶l̶h̶o̶ S̶a̶n̶g̶u̶e̶]
ᵃᵈʲᵉᵗⁱᵛᵒ ᶜᵒᵐᵖᵒˢᵗᵒ
1. O vermelho é a cor do elemento 𝘧𝘰𝘨𝘰, do 𝙨𝙖𝙣𝙜𝙪𝙚 e do 𝙘𝙤𝙧𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 h̶u̶m̶a̶n̶o̶. Simboliza a chama que mantém vivo o d͟e͟s͟e͟j͟o͟, a e͟x͟c͟i͟t͟a͟ç͟ã͟o͟ s͟e͟x͟u͟a͟l͟ e representa...
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𝗔 𝗘𝗦𝗖𝗨𝗥𝗜𝗗𝗔̃𝗢 𝗗𝗢 quarto era profunda, interrompida apenas pela luz pálida da lua que entrava pelas janelas altas. Deitada na cama impecável, eu encarava o teto, mas minha mente estava longe. O silêncio ao meu redor era quase opressor, e mesmo assim, não conseguia trazer qualquer sensação de paz. Desde que acordei como... isso, as noites tinham se tornado um interminável ciclo de reflexões, dúvidas e uma luta constante para ignorar o vazio dentro de mim.
Eu tentava lembrar de algo - qualquer coisa - sobre a pessoa que eu tinha sido. Meu nome, Amélia, era a única peça de um quebra-cabeça que parecia estar faltando quase inteiro. Quem eu era antes? Qual era meu propósito? Por que isso aconteceu comigo? As perguntas rodopiavam na minha mente como folhas perdidas ao vento, mas nunca encontravam respostas.
E então, ela veio novamente. A fome.
Era como se uma fera acordasse dentro de mim, rosnando, arranhando, exigindo ser alimentada. Minha garganta queimava com uma intensidade quase insuportável, como se eu estivesse sendo consumida por dentro. Inspirei profundamente, mas não havia ar suficiente no mundo para preencher o vazio que ela deixava. Era diferente de qualquer coisa que eu já havia sentido antes da transformação. Não era apenas fome. Era um chamado primal, um instinto que não podia ser ignorado ou domesticado.
Me sentei na cama, agarrando os lençóis com força, como se isso pudesse me ancorar. Mas o cheiro. Mesmo no quarto limpo e impecável, eu sentia traços de algo doce e quente, um perfume quase etéreo que parecia zombar de mim. Meus músculos ficaram tensos, e o som de cada batida imaginária de um coração ausente parecia pulsar nos meus ouvidos.
Eu estava tentando afastar o turbilhão de emoções e o fogo que queimava na minha garganta. O silêncio do quarto parecia sufocante, mas, ao mesmo tempo, dava espaço para a fome gritar mais alto dentro de mim. Antes que eu pudesse me perder completamente nesse abismo, a porta do quarto se abriu, e Alice entrou.
Ela tinha os olhos ligeiramente preocupados, mas mantinha a calma que parecia parte natural de quem ela era. Logo atrás dela, vieram Carlisle e Esme, sempre tão tranquilos, seguidos por Rosalie, que observava a situação de braços cruzados e olhos atentos. A presença deles parecia encher o quarto de uma energia diferente, algo entre preocupação e determinação.
Alice foi a primeira a falar, com aquele tom direto e ao mesmo tempo tranquilizador que já começava a me irritar - ou talvez fosse o fogo em minha garganta fazendo isso.
── Amélia, precisamos conversar. Eu tive uma visão sobre você.
Meus olhos se estreitaram, o coração inexistente quase ecoando na minha mente por pura ansiedade.
── Sobre mim? ── perguntei, mais ríspida do que planejava.
Alice assentiu e trocou um olhar breve com Carlisle antes de continuar.
── Você saiu da casa e foi parar na cidade. Só que... algo deu errado. A fome foi insuportável, e você... ── Ela hesitou, mas Rosalie completou a frase, sem rodeios.