[V̶e̶r̶m̶e̶l̶h̶o̶ S̶a̶n̶g̶u̶e̶]
ᵃᵈʲᵉᵗⁱᵛᵒ ᶜᵒᵐᵖᵒˢᵗᵒ
1. O vermelho é a cor do elemento 𝘧𝘰𝘨𝘰, do 𝙨𝙖𝙣𝙜𝙪𝙚 e do 𝙘𝙤𝙧𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 h̶u̶m̶a̶n̶o̶. Simboliza a chama que mantém vivo o d͟e͟s͟e͟j͟o͟, a e͟x͟c͟i͟t͟a͟ç͟ã͟o͟ s͟e͟x͟u͟a͟l͟ e representa...
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𝗘𝗨 𝗦𝗘𝗠𝗣𝗥𝗘 𝗢𝗕𝗦𝗘𝗥𝗩𝗘𝗜 mais do que participei. Era um hábito cultivado ao longo dos anos, uma forma de me proteger de mim mesmo e, ao mesmo tempo, proteger os outros. Sentimentos podem ser armas, tanto quanto palavras ou ações, e os meus nem sempre eram fáceis de controlar. Foi por isso que, nos primeiros dias da chegada de Amélia, mantive minha distância. Eu podia sentir a confusão, a raiva e o medo pulsando dela como ondas invisíveis. Sentimentos tão intensos que, às vezes, pareciam ressoar em mim.
Mas algo nela me intrigava. Não era apenas a ferocidade de suas emoções, mas a complexidade. Mesmo no meio da tempestade de sentimentos, havia força. Ela não se permitia ser completamente consumida. Ainda assim, eu sabia o quão tênue era essa linha entre resistir e ceder. Eu a conhecia bem demais.
Por isso, quando decidi me aproximar, não foi sem hesitação. Amélia era como uma bomba esperando para explodir, e eu sabia que qualquer passo em falso poderia ser o suficiente para desencadear algo que talvez ela não pudesse conter. Mas havia algo que eu precisava perguntar. Algo que poderia ajudar tanto a mim quanto a ela.
Quando entrei na sala onde ela estava, pude sentir sua tensão imediatamente. Estava sentada perto da janela, perdida em pensamentos, mas sua guarda nunca estava completamente baixa. Era uma característica que reconheci. Eu já fui assim também.
── Amélia, ── falei, mantendo minha voz baixa e calma. ── Podemos conversar?
Seus olhos me encontraram, carregados de desconfiança. Eu não esperava nada diferente. Mas ela não me afastou imediatamente, o que já era um pequeno progresso. Eu sabia que precisaria medir cada palavra cuidadosamente.
Enquanto a conversa avançava, as palavras dela começaram a revelar fragmentos de algo mais profundo. Quando perguntei sobre quem a havia transformado, vi a mudança em sua expressão. Um muro invisível ergueu-se entre nós, mas, ao mesmo tempo, ela tentou atravessá-lo.
── Ele era loiro... ── ela começou, hesitante, quase relutante. ── Tinha os olhos vermelhos... calmo demais. Como se não fosse nada.
As palavras dela trouxeram de volta memórias que eu preferia esquecer. A lembrança de como eu também não tive escolha, de como a dor e o caos pareciam ser tudo o que restava. Mas não era isso que ela precisava de mim naquele momento. Ela precisava de algo mais. Estabilidade.
── Obrigado por me contar, ── respondi, tentando infundir minha voz com a sinceridade que eu sentia. ── Eu sei que não é fácil. Mas, acredite, isso não define quem você é agora. Você pode ser mais do que isso, se permitir.
Fiquei mais um pouco, mas não queria forçá-la a dizer mais do que estava preparada. Às vezes, não eram as respostas que importavam, mas o fato de que a pergunta havia sido feita. Quando saí da sala, senti algo diferente em mim. Talvez fosse esperança. Não apenas por Amélia, mas por mim também.