[V̶e̶r̶m̶e̶l̶h̶o̶ S̶a̶n̶g̶u̶e̶]
ᵃᵈʲᵉᵗⁱᵛᵒ ᶜᵒᵐᵖᵒˢᵗᵒ
1. O vermelho é a cor do elemento 𝘧𝘰𝘨𝘰, do 𝙨𝙖𝙣𝙜𝙪𝙚 e do 𝙘𝙤𝙧𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 h̶u̶m̶a̶n̶o̶. Simboliza a chama que mantém vivo o d͟e͟s͟e͟j͟o͟, a e͟x͟c͟i͟t͟a͟ç͟ã͟o͟ s͟e͟x͟u͟a͟l͟ e representa...
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𝗘𝗨 𝗠𝗘 𝗦𝗘𝗡𝗧𝗜𝗔 como uma peça fora do lugar. O contraste entre a perfeição daquela casa e o caos que habitava dentro de mim era quase sufocante. Tudo ali era impecável demais - as linhas elegantes da mobília, a suavidade das cores, a ausência de qualquer imperfeição. Parecia um reflexo daquelas pessoas, ou melhor, vampiros, que estavam ao meu redor. Era como se cada um deles tivesse sido moldado para se encaixar perfeitamente naquele espaço, enquanto eu não conseguia nem me encaixar em mim mesma.
Meus olhos vagaram pela sala, tentando absorver detalhes que talvez me ajudassem a sentir algo familiar, mas o vazio persistia. A ardência na garganta continuava ali, constante, me lembrando de que qualquer tentativa de me sentir "em casa" seria uma batalha. Mas não era só isso que me incomodava. Algo mais chamava minha atenção: os olhos deles.
Os olhos dourados de cada um deles brilhavam como se captassem uma luz que eu não conseguia ver. Era... estranho. Não fazia sentido. Eu sabia que os meus olhos eram diferentes. Tinham aquele tom vermelho profundo, como sangue fresco. E, por mais que eu tentasse evitar meu reflexo, não conseguia esquecer o quanto aquilo me incomodava.
Finalmente, não consegui mais segurar a curiosidade.
── Por que os olhos de vocês são assim? ── perguntei, apontando para Carlisle, que estava sentado calmamente em uma poltrona próxima. ── Dourados. Enquanto os meus... bem, não.
Carlisle me olhou com a paciência típica dele, o leve traço de um sorriso surgindo. Era como se ele já esperasse a pergunta.
── Nossos olhos são dourados porque nos alimentamos exclusivamente de sangue animal, Amélia. Com o tempo, o vermelho dos seus olhos se tornará dourado, se você decidir seguir o mesmo caminho.
Fiz uma careta, ainda processando a explicação.
── Então... os meus olhos vermelhos são porque... ── Minha voz falhou, mas eu sabia exatamente o porquê. Eu só não queria dizer em voz alta.
Esme, que estava sentada próxima a Carlisle, respondeu antes que eu precisasse terminar.
── É porque você ainda tem sangue humano no seu organismo, por causa da transformação. É algo comum para recém-criados. Mas, como Carlisle disse, com o tempo, você pode mudar isso.
Eu absorvi aquelas palavras em silêncio, mas por dentro, meu estômago revirava. Não era algo tão simples. O vermelho era mais do que uma cor para mim - era um reflexo do que eu era agora. E, honestamente, eu não tinha certeza se conseguiria mudar aquilo, mesmo que tentasse.
── Então, basicamente, meus olhos são como um grande letreiro dizendo "cuidado, predador à solta", certo? ── Minha tentativa de humor saiu amarga, mas eu realmente não sabia como lidar com aquilo de outra forma.
Esme me lançou um sorriso gentil, como se entendesse.
── É normal sentir-se assim no início. Mas lembre-se, Amélia, quem você era não desapareceu. Está dentro de você, esperando para emergir quando estiver pronta.