🩸𝐯𝐞𝐫𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞, 𝗃𝖺𝗌𝗉𝖾𝗋 𝗁𝖺𝗅𝖾

𝗖𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝟭𝟰. 𝗩𝗼𝗰𝗲̂ 𝗽𝗼𝗱𝗲...𝗺𝗲 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗿 𝗱𝗼𝗿𝗺𝗶𝗿?

𝗠𝗜𝗡𝗛𝗔 𝗚𝗔𝗥𝗚𝗔𝗡𝗧𝗔 𝗤𝗨𝗘𝗜𝗠𝗔𝗩𝗔, mas era o menor dos incômodos. Sentada na cama, senti o silêncio da mansão me envolver, mas, em vez de conforto, ele parecia amplificar o caos em minha mente. As imagens ainda estavam lá, nítidas e insistentes. Corpos. Sede. Desespero. A garota assustada com olhos que imploravam por algo além do vazio. Eu me vi nela - a sede, o medo, a solidão. Era como olhar para o reflexo de um passado que eu estava desesperada para esquecer.

Eu respirei fundo, tentando ignorar a ardência que voltava a cada pensamento. Cada cena parecia querer me consumir, e mesmo sabendo que estava a salvo ali, ao lado dos Cullen, isso não diminuía o peso que crescia em meu peito.

"Eles me tiraram a escolha." As palavras ecoaram na minha cabeça como uma acusação. Não era apenas sobre mim agora; era sobre a garota e os outros que eu vi. Eles estavam sendo usados, manipulados como peões em um jogo que nem entendiam. Mas a diferença era que eu tive uma chance. Eu consegui escapar. E agora? Agora eu precisava lutar contra algo muito maior do que eu mesma.

Me levantei da cama e fui até a janela. A floresta estava calma, a névoa leve dançando entre as árvores. Mas mesmo a tranquilidade da natureza parecia zombar de mim, como se soubesse que eu estava à beira de algo que não entendia completamente.

Alguém bateu na porta, interrompendo meus pensamentos. Era Jasper, claro. Ele não deixaria que eu enfrentasse aquilo sozinha e, de certa forma, eu estava grata por isso, mesmo que não conseguisse dizer em voz alta.

── Quer que eu entre? ── Ele perguntou, sua voz baixa e carregada de preocupação.

── Entra ── murmurei, ainda olhando pela janela. Não conseguia encará-lo agora. Ele sentiria. Sentiria o peso, a culpa, a raiva. Tudo. Ele sempre sente.

Jasper se aproximou, seus passos silenciosos, e parou ao meu lado. Não disse nada por um momento, apenas ficou ali, me observando. Finalmente, ele quebrou o silêncio.

── Quer conversar?

Eu fechei os olhos, tentando bloquear a onda de emoções que a presença dele trazia. Mas, em vez disso, soltei as palavras antes que pudesse me segurar.

── Eu a vi, Jasper. Vi aquela garota. E ela era como eu. Perdida, com sede, usada. E eu... eu não fiz nada.

Jasper colocou a mão em meu ombro, a calma irradiando de sua presença. Mas, mesmo assim, o fogo dentro de mim parecia consumir qualquer tranquilidade que ele tentasse me oferecer. Olhei para ele, finalmente encontrando seus olhos. Havia conforto e preocupação ali, mas também algo mais.

── Eu quero ajudar, Jasper. Eu preciso ajudar.

Jasper não disse nada, não tinha exatamente o que dizer, mas sua presença ali perto de mim me dava o conforto que eu precisava. Mas eu sabia que não poderia ignorar a visão da garota e nem dos recém criados. Aquilo não era apenas uma coincidência. Era como se algo, em algum lugar, estivesse me puxando, me forçando a prestar atenção. E se alguém poderia me ajudar a desvendar isso, esse alguém era Alice.