Estava sentada no caixa da livraria terminando de ler um livro de poesia, a Sam servia café para alguns clientes que estavam sentados conversando, estava pouco movimentado, o que me deixava surpresa é que as sextas-feiras sempre eram bastante movimentadas e quase não parávamos.
Escutei a porta da livraria sendo aberta, fechei o livro e me virei para atender, meu coração acelerou ao ver o Shawn, tem alguns dias que não apareço na escola e não mantenho contato, tento esquecer tudo que aconteceu por um tempo até a Molly voltar e tudo ser resolvido. Ele sorri fraco e se aproxima, não consigo esconder minha surpresa em vê-lo.
- O que faz aqui? - Perguntei levantando e ajeitando o avental.
- Oi para você também Louise - ele sorri, não consigo retribui e continuo séria. - Será que podemos conversar? - Assenti. - Você sumiu, não responde minhas mensagens e nem minhas ligações, porque está fugindo de mim?
- Não estou fugindo. - Menti. Na verdade, estava tentando fugir não só dele, mas de tudo que me lembrasse o que aconteceu, e por mais que tenha sido muito difícil convencer os meus pais para não ir à escola até a segunda-feira, havia conseguido, mas isso tinha me custado contar sobre o término com o Gilinsky e inventar um motivo. Odiava mentir para os meus pais.
- Então o que está fazendo? - Ele pergunta confuso. Fico em silêncio, ele me encara, desvio o olhar para a entrada vazia da livraria, para o meu all star surrado e para o balcão do caixa. - Ok, eu só queria saber como você estava, sei que a Molly está viajando e que poderia está precisando de um ombro amigo, quero que saiba que estou com você. Apesar da história também me envolver, não ligo, me preocupo na verdade com você.
- Obrigada Shawn, desculpa, precisava de um tempo para digerir tudo que estava acontecendo. - Engoli seco. - Não estava pronta para encarar todos na escola, e por mais que a minha verdade, seja real, ninguém ia querer me escutar, assim como ele... - Senti uma angústia.
- Se você sabe que é mentira, não deveria se importar com o que os outros dizem a seu respeito. - Falou.
- Estou tentando, mas não é tão fácil quanto pensa, as pessoas estão me apontando o dedo, criando mentiras, me mandando mensagem nas redes sociais, inventando todo tipo de situação sobre mim. Por mais que você também esteja envolvido na situação, as coisas pesaram muito mais para o meu lado. - Falei com os olhos cheio de lágrimas, segurando para não chorar.
- Desculpa Lou, mas quero que saiba que não está sozinha. O Aaron me contou que foi te visitar, além dele o Carter, a Lox, o Nash e o Jacob sabem que você não seria capaz disso. - Por algum motivo fiquei surpresa que eles estivessem acreditando em nós e me deu um pouco de confiança. - Você sabe que isso é só a fofoca do momento e que logo vão perceber que você realmente não está grávida e que nós não estamos juntos, e vão parar de te encher o saco.
- Sim, e logo a verdade vai aparecer. - Pensei alto.
- Como assim? - Ele me encarou, fiquei calada, olhei para os lados tentando disfarçar que estava tensa. - Porque está escondendo essa pessoa?
- Isso não vem ao caso. - Disse ríspida. - Obrigada pela visita Shawn, mas preciso voltar ao trabalho.
- Tudo bem, não quero atrapalhar, mas saiba que não está sozinha, e pode me ligar a qualquer momento. - Assenti e sorri, dessa vez um sorriso verdadeiro. Apesar de tudo o Shawn não tinha culpa, e estava sendo um bom amigo. - Espero te ver na segunda.
- Estarei lá. - Ele sorriu. - Até mais.
- Até mais Lou.
Passei a tarde pensando no que o Shawn havia dito, realmente ele tem razão, eu não posso me esconder o tempo todo até a Molly voltar, e desde a última mensagem ela não deu sinal e nem avisou quando voltaria, se eu perdesse mais aulas ia ser prejudicada mais tarde nas provas.
A Sam resolveu fechar mais cedo a livraria, não tinham muitos clientes, ela me chamou para tomar um café e a levei na minha cafeteria favorita que ficava próximo a escola. O ambiente estava movimentado, algumas pessoas em seus notebooks trabalhando, em outra mesa pessoas reunidas conversando sobre algo, todas sérias e concentradas, talvez seja uma reunião de trabalho, e outras pessoas apenas degustando de seu café lendo, ou mexendo em seus celulares.
Sentamos na mesa no fundo próximo da mesa que eu sentei com o Jack da última vez, pedimos dois frapuccinos de baunilha e caramelo, e dois pedaços de torta salgada, conversamos um pouco sobre nossa vida, é a primeira vez que saio com a Sam, ela é divertida, me conta sobre seu novo ficante que cursa Arquitetura, e mora em uma república com outros 5 caras. Ela me conta algumas histórias que ele havia contado a ela, e nós rimos muito, chamando atenção de algumas pessoas. Me senti confortável em contar o que estava acontecendo a ela, sem citar o nome da Molly, óbvio, e ela pareceu compreensiva quando disse que não queria falar quem era.
- Você sabe que o Shawn tem razão né?! - Assenti, terminando meu frapuccino que estava delicioso, me deixando tentada a pedir outro. - Você não deveria agir como se fosse culpada, você não fez nada, se você sabe a verdade, isso já basta, você não deve nada a ninguém. A única pessoa que você tinha que dar explicações, não quer ouvir seu lado então ele que se exploda. - Assenti. No fundo eu sabia que ela estava certa, mas não conseguia ser assim, só queria esquecer tudo isso e ignorar o máximo possível. Fiquei calada. - Desculpa se fui grossa, só não estou aguentando te ver assim.
- Sabe Sam, eu só queria que ele me escutasse, tivesse me dado a oportunidade de explicar. Isso é o que mais me magoa. - Ouvi uma voz familiar e por mais que soubesse quem era, virei e meus olhos encontraram o dela. Ela sorriu, virei imediatamente. - É a ex do Jack. - Sussurrei para a Sam, ela olhou para a Madison que estava no balcão da cafeteria e me olhou.
- Ela está vindo. - Gelei, a Sam ficou séria. Senti ela se aproximando, meu estômago embrulhou e eu podia jurar que a qualquer momento iria colocar tudo que comi para fora.
- Que surpresa te encontrar aqui Louise, porque sumiu? - Ela me olhou de cima a baixo, com um sorriso sínico no rosto.
- Para que você quer saber? - Falei ríspida. - Pode continuar fazendo o que queria fazer aqui e ignorar minha existência por favor, Madison?
- Nossa Louise, cuidado, estresse faz mal na gravidez. - Olhei para ela sem acreditar no que ela estava dizendo e quando vi, a Sam já estava levantando e jogando todo o resto de frapuccino que restava em seu copo.
- Para você aprender a ir embora quando não é bem-vinda. - Sam disse, não contive o riso e nem ela. Me deu uma satisfação imensa vê-la daquele jeito, até porque no fundo eu achava que tinha um dedo dela em toda situação que ocorreu. A Madison saiu batendo o pé, deixamos o dinheiro na mesa e saímos para terminar de ver aquela cena incrível, aposto que a Molly ia amar ver isso. Mas assim que ela abriu a porta do carro não consegui deixar de notar quem estava no banco do passageiro, tremi, era ele, com ela. Não dava para acreditar. Ele me encarou de forma esnobe, e voltou sua atenção a morena ao seu lado que resmungava e xingava alto enquanto se limpava, a Sam também percebeu a presença dele e segurou minha mão. - Vamos.
Caminhamos até o meu carro, sentamos, coloquei a chave e fiquei parada olhando o volante.
- Está tudo bem? - Sam perguntou. - Se quiser posso dirigir.
- Não, está tudo bem. Só não esperava...
Dei partida, dirigi até a casa da Sam deixando-a na porta, nos despedimos, ela me deu um abraço forte, e eu a agradeci muito por ter sido uma boa amiga e por ter me arrancado boas risadas e pelo o que fez com a Madison. Dirigi até em casa com a expressão do Jack na cabeça, então era isso, não me deixava explicar, me humilhava, tinha um surto e voltava para a ex que destruiu os sentimos dele.
Subi para o quarto sem ao menos falar um boa noite aos meus pais, joguei a mochila no chão e me joguei na cama, e dessa vez não quis conter as lágrimas, afundei o rosto no travesseiro para tentar esconder os soluços. Me doeu tanto vê-lo com ela, ver que no fundo talvez ele ainda goste dela, e ao mesmo tempo sinto raiva por tudo isso está acontecendo, e dele não querer saber o que realmente aconteceu.
Não vejo a hora da Molly voltar, não vejo a hora de tudo voltar ao normal.
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Never Be Alone
FanfictionLouise Marin é tímida e reservada, passa despercebida pelos holofotes da escola, apaixonada pela literatura, é a melhor amiga de Molly Gilinsky. Jack Gilinsky, irmão da Molly, típico garoto popular jogador de basquete, com problemas com a ex-namor...