Meu corpo se mexe no ritmo da música alta, as risadas ecoam, estou bebendo um líquido que queima minha garganta, porém é gostoso tem um leve sabor de limão e continuo a beber, estou ficando tonta e enjoada, sinto que estou ficando inconsciente também, olho ao meu redor e de repente tudo se apaga.
Acordei, do mesmo sonho da noite passada, sento na cama e respiro fundo. É a minha segunda noite em casa desde o que aconteceu, tento me manter calma e esquecer, mas é difícil não criar mil suposições do porquê comigo, o que aconteceria se meus amigos não estivessem lá, se poderia ter sido com qualquer um ou eu era realmente o alvo.
- Bom dia filha, tudo bem? - pergunta meu pai entrando no quarto. - Te acordei? - neguei com a cabeça, ele percebe que estou tensa, dá um sorriso fraco, senta ao meu lado na cama e me abraça. - Pesadelo de novo?
- Sim, é difícil não pensar que talvez alguém queria me apagar pra sei lá fazer o que. - falei abraçada com ele, sentia as lágrimas quentes pelas minhas bochechas.
- Isso é mais comum do que você imagina, Lou. Você só não está acostumada com esse tipo de coisa, infelizmente poderia acontecer com qualquer um e você foi a vítima da vez. - ele disse. - Não estou falando isso para te consolar, até porque isso é preocupante demais, mas não quero que crie teoria que alguém está contra você, e dedique seu tempo procurando algo que só vai lhe causar trauma, já aconteceu, infelizmente, agora vamos seguir em frente, nós estamos aqui cuidando de você.
- Obrigada pai! - falei o abraçando ainda mais forte. Eu gosto da sinceridade do meu pai, ele tem razão, isso é muito comum nessas festas, poderia ser qualquer um, não posso colocar na minha cabeça que alguém estava planejando fazer isso comigo.
- O que você acha de descer e se juntar a nós no café da manhã? Confesso que sua mãe caprichou hoje. - ele disse sorrindo.
- Opa! - falei demonstrando entusiasmo. Eu realmente estava me esforçando pra não lembrar daquela noite e parecer bem para os meus pais. - Vamos, estou morrendo de fome.
Desci as escadas e realmente o aroma que vinha da cozinha estava muito agradável, minha mãe se sentou na mesa e sorriu, um sorriso gentil e acolhedor, ela sussurrou um bom dia e eu respondi, eu e o meu pai nos sentamos a mesa. O café da manhã foi agradável, conversamos sobre diversas coisas, do novo projeto da minha mãe, de um cliente engraçado do meu pai e uma suposta viagem no final de semana, sugerido pelo meu pai.
Estava de folga do trabalho, contei o que aconteceu e eles me deram 1 semana de folga pra me recuperar do susto, meus pais foram até a escola com o atestado que foi dado pelo médico para comunicar os motivos das faltas. Fazia muito tempo que não escrevia, e sentia uma vontade enorme de me expressar, sentei na cama, peguei o notebook, abri no Word e em poucos minutos o espaço em braço foi preenchido por diversas palavras, enquanto digitava meu peito apertava e as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Ao final, li novamente, e todas as frases soltas na minha mente pareciam fazer sentido naquele texto. Senti o celular tremer no criado mudo, era mensagem do Jack, senti um leve arrepio e o coração acelerou.
" Não nos vemos desde o tal dia, desculpa, meu pai ficou puto depois do que soube o que aconteceu, eu e a Molly estamos de castigo e estou ficando mais tempo no trabalho, mas hoje terei uma folga no final da tarde, será que podemos nos ver? Cinema, conversar sobre algo.. só quero te ver."
Eu já sabia disso, a Molly me contou na ligação que fizemos ontem, ela estava tão estressada, me fez rir várias vezes, e ficou conversando comigo até que eu caísse no sono. Com os dedos trêmulos respondi:
" Ok, podemos ir ao cinema."
E em pouco minutos ele respondeu:
" Passo pra te buscar às 17:00, até mais. Vou contar os minutos kkk"
Sorri ao ler a mensagem, mas não respondi. Deixei o celular no criado mudo, e desci para ajudar minha mãe no almoço. Enquanto ela terminava o yakisoba, eu lavava a louça, decidi falar sobre o cinema com o Gilinsky, ela deu um sorriso.
- Seu pai não vai gostar muito da ideia, mas eu me viro com ele, você merece se distrair. - ela disse sorrindo. - Ele parece ser um bom garoto, e fico feliz por está dando uma chance de o conhecer melhor.
- Espero não me arrepender. - falei arrumando os pratos secos.
- Lou, você não pode ser pessimista, ele demonstra ser um bom garoto, não feche seu coração dessa forma, é tão bom se apaixonar, e se ele for a pessoa certa melhor ainda. - suspirou me fazendo rir. Ela é muito romântica, e as vezes acho que fantasia demais as coisas, ela poderia ter razão, mas pela fama do Gilinsky não posso me jogar de cabeça, preciso ser realista.
Terminamos de preparar o almoço, arrumamos a mesa, meu pai ligou avisando que não poderia vim, minha mãe aproveitou a oportunidade para dizer que eu iria sair, apenas escutei ela repetir várias vezes "Ok, Chad. Fique tranquilo!", ela sorriu ao desligar o telefone e dizer que estava tudo certo. Almoçamos na sala assistindo filme, eu amo esses momentos com minha mãe. Ajudei a lavar a louça e guardar o que sobrou na geladeira para quando o meu pai chegar a noite.
Subi para o quarto, minha mãe foi para o cantinho dela, fazer alguns ajustes em seu novo projeto e ligar para alguns clientes para agendar visita. Aproveitei o tempo para fazer as atividades da escola que a Molly me mandava até que eu voltasse. Percebi que estava quase na hora de sair, guardei as coisas, tomei um banho morno rápido, escovei os dentes e vesti uma roupa simples, calça preta, blusa branca de botão e o vans preto. Decidi deixar o cabelo solto, fiz um delineado, passei rímel, e o lip tint nos lábios e na bochecha, peguei uma bolsa preta pequena coloquei o celular e a carteira, desci as escadas ao escutar a buzina que soou do lado de fora da casa, gritei um tchau e ouvi minha mãe responder, pedindo também que trancasse a porta.
Assim fiz quando sai de casa. O Jack estava encostado no carro, vestindo seu jeans rasgado, uma blusa preta simples, vans e boné, ele fica lindo com esse jeito largado, o sorriso que tinha nos lábios fez meu coração acelerar.
- Saudades de você. - ele disse ao vir me abraçar - Você está linda! - olhei para ele e sorri, ele se afastou um pouco e levou uma de suas mãos delicadamente até o meu rosto, alisou com o polegar minha bochecha, fechei os olhos ao sentir seu toque, e sorri, senti sua respiração próxima da minha e seus lábios tocarem o meu em um beijo calmo, senti borboletas no estômago e uma sensação tão boa me invadir, eu estava com tanta saudade dele, do seu abraço, do seu perfume e principalmente do que eu sinto quando estou perto dele.
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Muito obrigada pelos comentários e pelas visualizações estamos ainda entre os 3 primeiros. Desculpem a demora, prometo que próxima semana sai mais um capítulo ou até mais. Espero que tenham gostado do capítulo. Beijos ❤🥰
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Never Be Alone
FanfictionLouise Marin é tímida e reservada, passa despercebida pelos holofotes da escola, apaixonada pela literatura, é a melhor amiga de Molly Gilinsky. Jack Gilinsky, irmão da Molly, típico garoto popular jogador de basquete, com problemas com a ex-namor...