O Irmão Mais Velho

Crise de Pânico

Ana

A possibilidade dele ter me drogado se repetia na minha cabeça, eu não consigo mais respirar, meu coração está acelerando cada vez mais, preciso de um lugar para me apoiar, pois uma onda de tontura me atingiu, minhas mãos estão suando e sinto calafrios pelo meu corpo todo.

Thomas

Os meninos haviam me tirado de perto do Nathaniel, só aceitei pois percebi que ele já estava desacordado, não posso ser preso por homicídio.

Resolvo ir ver como a Ana está, já haviam 5 minutos que ela estava paralisada.

Me aproximo e noto que ela hiperventilava enquanto repetia algo.

- O que tá acontecendo com ela? - pergunto tentando entender a situação.

- Não sei, Thomas. A Camila foi pegar água para ver se ajudava. - falou Laura se aproximando de mim.

- Ana, o que você tem? - falo quando chego próximo dela

- O que ele iria fazer comigo? Ele queria me drogar, como eu sou burra, eu sou muito burra - falava nervosamente.

- Calma, Ana. Você não é burra, o Nathaniel que é um otário - pego a mão dela para tentar acalma-la e percebo que ela está suando frio.

- Thomas, eu estou me sentindo um pouco fraca...- foi a única coisa que ela falou antes de se jogar em mim em busca de algum apoio.

Ligo o ponto dos sintomas e percebo o que está havendo.

- Saiam da frente, ela está tendo uma crise de Pânico e precisa ficar em um lugar calmo - falei enquanto levava ela para o lado de fora da festa.

- Senta aqui, Ana - falei colocando ela no meio fio do passeio.

Ela estava tremendo e suando frio, se ela não melhorar provavelmente vou ter que levá-la ao hospital.

- Ana, conte comigo até 10, 11... - lembro que quando faziam isso comigo sempre funcionava.

Ana

Thomas já estava me ajudado há 20 minutos e confesso que já me sinto melhor, não sei o que faria se ele não tivesse me ajudado.

- Já me sinto muito melhor, obrigada - falo enquanto olho para ele, que desvia o olhar.

- Me senti na obrigação de te ajudar...

- Você sempre teve esse senso de justiça? - brinquei.

- Como assim? - perguntou voltando a olhar para mim.

- Você quase matou o Nathaniel quando viu o que ele estava prestes a fazer...

- Ah, para falar a verdade estava afim de encher ele de porrada a muito tempo, mas só hoje tive a oportunidade - falou dando um sorriso fraco

- E eu achando que era pra me defender - falo enquanto dou risada.

Ele abre a boca para falar algo, mas a fecha de volta.

- Thomas, como você sabia o que fazer? - pergunto tentando quebrar o gelo.

- Quando eu era pequeno tinha diversas crises de Pânico, mas foi parando com o tempo depois de muitas sessões de terapia - ele parecia estar desconfortável falando aquilo, acho melhor não persistir no assunto...

- Você costuma ter crises constantemente? - Thomas pergunta

- Na verdade não, não passo por isso faz tempo, acho que isso foi um gatilho.

- Não precisa falar disso se não quiser - disse Thomas

- Eu não costumo falar sobre o meu passado com as pessoas, mas a situação de hoje foi bem parecida com o que aconteceu a um tempo atrás...

- Finalmente achei vocês - falou Camila me interrompendo, talvez outro dia eu fale sobre tudo o que aconteceu.

- Toma, Ana - falou me entregando um copo de água - peguei para você.

- Obrigada - agradeço enquanto bebo.

- Depois que vocês saíram o idiota do Nathaniel acordou, o pessoal fez questão de xingar ele, acho que não vai aparecer de volta tão cedo - Camila comenta enquanto senta ao lado de Thomas.

Thomas permenacia calado, aposto que está se segurando para não soltar um "eu avisei".

- Mas então... O que vocês estavam fazendo aqui? - Camila pergunta tentando arrumar um assunto.

- A Ana estava tendo um ataque de Pânico e eu resolvi ajudar.

- Que bom que agora está tudo bem, que tal voltarmos a festa? - perguntou Camila se levantando.

- Não sei se quero... - comentei

- Se resolvam aí, qualquer coisa me encontrem lá dentro - disse Camila já se afastando.

- Vamo sair daqui? - Thomas sugeriu enquanto olhava para mim em busca de uma resposta.

- Vamo, por favor.