Gato e rato

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Thomas

- Uau, por essa eu não esperava - a garota falou quando terminamos o beijo - se bem que eu sempre gostei de surpresas...

- Que bom, agora vaza.

- O que? - ela está surda ou algo do tipo? Até onde eu saiba eu tenho uma ótima dicção.

- Eu disse para você sair daqui.

- Mas gatinho... - eu odeio que me chamem de gatinho - eu estava planejando uma noite tão interessante para nós dois.

- Pois reveja seus planos, mas tudo bem, se você não sai eu saio - falei levantando e deixando-a sozinha.

Vou ao bar ficar com o pessoal, eles tem uma conversa mais interessante que essas garotas desesperadas.

- Oi gente - falei me sentando ao lado de Camila.

- Que menina feia era aquela, Thomas? Você já teve um gosto melhor - Camila falou fazendo cara de nojo.

- Você só está falando isso por inveja - respondi

- Não estou com inveja, muito pelo contrário, aliás saia desse lugar, ele está ocupado.

- Ocupado por quem? Não vejo ninguém.

- A Emilly está vindo e eu não quero que você esteja aqui para atrapalhar.

- Quem é Emilly? O nome dela não era Rafaela? - dessa vez foi Laura quem perguntou.

- Vocês já deviam estar acostumados com o fato de eu ser uma piranha - o comentário dela fez com que todos dessem risada, até a Ana que estava de cara fechada desde que eu cheguei riu.

- Vai logo, Thomas. Senta do lado da Ana antes que a peguete da Camila chegue - disse Liam.

- Acho que posso ficar em pé - respondi.

- Ai gente, para com essa birra de vocês dois, parecem gato e rato. - Camila não estava errada em certa parte, mas eu não tenho culpa se aquela garota é insuportável.

Analisei a expressão de Ana com aqueles comentários, ela se manteve quieta então decidi ir sentar ao lado dela, afinal acho que ela não seria capaz de cometer um crime com a presença de tantas testemunhas.

Ana

Thomas acabou de sentar ao meu lado e já está me irritando mesmo não fazendo nada.

- Algum problema? - acho que deixei transparecer demais a minha irritação.

- Sim, você.

- Caralho, mas o que eu fiz? - perguntou

- Nasceu - respondi ironicamente.

- Mas se eu não nascesse não teria feito um show foda que nem esse - além de chato é convencido, tem como piorar?

- Quem te garante que foi tão foda assim?

- Eu sei que foi, o público amou e as garotas também - ele deu aquele sorriso idiota que conseguia me irritar ainda mais.

- Então eu sou a excessão.

- Sei que não, confessa que você gostou vai - ele está me desafiando, tenho certeza.

- Para falar a verdade o show estava quase perfeito... - um ar de convencido surgiu nele - mas acho que poderia melhorar se contratassem outro vocalista - completei fazendo com que o sorriso vitorioso que ele tinha desse lugar para um sorriso provocador.

- Tenho a impressão de que se fosse outro vocalista não prenderia tanto a sua atenção - ele me encarava intensamente.

- O que te causa essa impressão?

- Você não desviava o olhar de mim, Ana.

- Pelo o que estou vendo quem não desviava o olhar era você já que fala isso com tanta certeza. - ele apenas esquivou o olhar dando risada, provavelmente ficou sem argumentos.

Um silêncio se instaurou entre nós dois, Thomas agora parecia estar prestando atenção em outro canto da boate.

- Você acha mesmo que eles deviam trocar de vocalista? - me surpreendi com a pergunta, nós já estávamos calados a alguns minutos então não achei que a conversa reviveria.

- Como assim?

- Você disse que eles deviam trocar de vocalista para o show ficar realmente bom, é verdade? - parece ser uma pergunta sincera.

- Claro que não, Thomas. Sua voz é angelical - respondi sem pensar.

Um sorriso surgiu nos lábios dele, droga.

- Há, confessou - falou rindo - droga era para eu ter gravado. - comecei a rir junto com ele, eu realmente tinha caído nessa.

O Irmão Mais VelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora