Conversa na varanda

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Ana

- Que história? - Julieta pergunta.

- Andrew, seu bobo! - a senhora Ava intervém.

- Uma outra hora eu conto, borboletinha - o homem grisalho fala, batendo levemente na cabeça de Julieta.

- Mas então, onde estão meus outros netos? - Andrew indaga.

- Eu acabei de falar com a Ashley, digamos que ela não esteja nada feliz...- Jennifer diz se aproximando - Pelo visto algo aconteceu com nosso motorista, porque ele não chegou lá até agora.

- Será que foi algo grave? - Camila pergunta, mas é ignorada.

- Se quiser eu posso mandar o nosso motorista - Tracy diz.

- Não precisa, já mandei mensagem para Mark, só estou esperando que ele res... olha, respondeu.

- E o que aconteceu? - Albert pergunta.

- Nada de mais, só bateram no carro dele e...

- Como assim "só bateram no carro dele"? - Camila indaga assustada.

- Calma, Camila, deixe sua tia terminar - Alfredo interrompe.

- Bateram no carro dele, que estava estacionado, mas o dono já pagou o prejuízo.

- E quanto as crianças? - Emma pergunta.

- Mark disse que já estava indo buscar eles, só que como o carro estava consertando, para ir pegar o outro lá na garagem, ele teve que pedir um motorista de aplicativo.

- Uau, que confusão - Ava diz.

- Pois é, mas o importante é que ninguém se feriu - Tracy comenta e todos concordam.

- Bem, sabemos que o jantar não pode ser iniciado sem a presença de todos, então por que não nos sentamos aqui e esperamos? - Emma sugere se sentando no sofá.

Todos concordam e fazem o mesmo.

Resolvo ficar em pé em um canto para não atrapalhar o momento familiar.

- Ana, o que cê tá fazendo plantada aí? - Camila pergunta e todos olham em minha direção.

- Ué, Ana, sente-se em algum lugar - Albert diz.

- Você pode se sentar ao meu lado - Ava sugere, abrindo espaço entre ela e Julieta.

Vou timidamente em direção ao local  e, por fim, me sento.

Tento me contextualizar sobre a conversa, mas é quase impossível, me sinto uma criança ouvindo eles falarem sobre problemas na empresa.

- Ana, esse vestido tá me apertando - Julieta cochicha em meu ouvido repentinamente.

- Quer trocar? - pergunto baixo.

- Acho que sim...

- Então vamos - falo me levantando junto a ela.

- Ana! - Albert me chama quando me vê em pé - Você está subindo? - pergunta.

- Na verdade tô sim.

- Ah, você pode chamar a Carlota para mim, se ela estiver lá?

- Posso sim... - Mereço.

Subo com Julieta e vamos ao seu quarto, no caminho noto que Carlota e Mario estão na varanda, fumando.

- Mamãe odeia quando eles fumam...- Julieta fala enquanto eu escolho um vestido para ela.

- Sério?

- Sim, ela disse que é feio e faz mal.

- E ela está certa, não é?

- Sim, eu nunca fumaria, não sei por que fumam, negócio fedido.

- Pois é..., o que acha desse vestido, Ju? - pergunto mudando de assunto.

- Acho feio.

- Ué, mas foi você que comprou ele aquele dia.

- Eu devia tá cega.

- Tudo bem então... e esse? - mostro um vestido roxo escuro de mangas longas.

- Hm... pode ser!

Ajudo Julieta a se vestir rapidamente.

- Ju, fica ai que eu vou falar com a Tia Carlota, tá bom?

- Tá.

Deus me proteja...

Vou em direção ao bendito casal e escuto eles conversando... em italiano.

- Confesso que me sinto deslocado nesses eventos com as duas famílias...- Mario comenta.

- Ainda me arrependo de ter deixado essa mistura acontecer, nem imagino o que meus pais achariam desses... desses... irresponsáveis trabalhando na empresa e se apropriando do sobrenome Moretti - Carlota fala descontente.

- Não seja tão dura, você só está estressada, a família Stevens cumpre bem com o que lhes é proposto.

- Talvez você esteja certo, só não consigo conviver neste ambiente com costumes tão diferentes, até Alfredo está corrompido deixando a filha fazer o que ela bem entende, Albert pelo menos tenta seguir o que nos foi ensinado...

- Beatrice e Luigi não iriam vir também? - Mario pergunta, cortando o assunto

- Só amanhã, mas eles dois também são um caso perdido...- de repente Carlota vira em minha direção e então resolvo me aproximar de vez.

- Será que ela entendeu? - Mario pergunta baixo, ainda em italiano.

- Claro que não - Carlota responde no mesmo tom.

- Desculpa interromper, mas o senhor Albert está chamando vocês - falo.

- Já estamos indo - Mario diz, ainda receoso.

Me distancio, porém ainda consigo ouvir parte da conversa.

- Não se preocupe, dúvido que esta garota saiba italiano - Carlota fala.

- Espero mesmo, caso contrário ela pode ter escutado até de mais...

Volto para o quarto de Ju e desço junto com ela.

Vejo que Carlota e Mario já estavam acomodados perto de Alfredo o qual, agora a pouco, estavam falando mal.

O único motivo que vejo para Carlota não gostar da família de Tracy é porque eles são legais, ao contrário dela.

Espero ainda poder usufruir bem desta conversa que ouvi.

Então é Natal... ou melhor, quase! Mas para comemorar esta data tão especial eu resolvi dar um presente a vocês:
irei postar capítulo 3 dias seguidos, hoje dia 23, dia 24 e, é claro, dia 25.

Aproveitando o momento para agradecer vocês que continuam lendo minha história mesmo com a enrolação (como alguns falam), eu amo ler os comentários, amo ver que muitos estão aqui desde o início e continuam lendo fielmente. Obrigada!

O Irmão Mais VelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora