Ana
A nossa pequena discussão acabou em risadas, pois Thomas havia resolvido me ignorar, porém sua greve de silêncio não durou mais de 5 minutos.
Sua cerveja já havia acabado e agora estávamos conversando sobre assuntos diversos.
- Já conseguiu terminar aquela música que você estava escrevendo? - pergunto
- Na verdade desde aquele dia eu já consegui escrever duas, se eu continuar nesse ritmo em um futuro próximo poderemos lançar um álbum.
- Que incrível! - falo empolgadamente - Canta uma parte pra mim? - peço fazendo beicinho.
- Não posso, é surpresa. - ele fala relutante.
Tento esconder a minha cara de decepção, porém sempre fui uma pessoa muito expressiva e Thomas logo percebe.
- Você vai no festival, e como podem ter olheiros eu irei cantar uma dessas músicas, aí você vai poder ouvir.
- Quem disse que eu vou poder ir? Esqueceu que eu trabalho?
- É só você falar com a Julieta que quer viajar comigo, ela não vai pensar duas vezes em pedir para minha mãe deixar.
- Acorda, Thomas. Eu não vou falar isso... e como você tem tanta certeza de que eu quero ir?
- Você vai, você tem que ir. - ele diz encarando-me profundamente.
- ...mas por que eu tenho? - pergunto curiosa, dando ênfase ao verbo "ter"
- Você descobrirá - ele responde vagamente, porém sem quebrar o contato visual.
Os olhos de Thomas tem um ímã irresistível e não é a primeira vez que noto isto, ele tem algo que me prende.
- Acho que está na hora de ir - ele pigarreia se afastando.
- Aconteceu alguma coisa? - indago confusa.
- Não posso cair nesta tentação. - ele responde voltando seus olhos para o mar.
- Por que não?
Minha pergunta o surpreende fazendo com que olhe para mim desacreditado.
- É, você está certa, sou fraco para cerveja.
- Do que você está falando, Thomas?
- Ana, eu estou com uma vontade irresistível de te beijar, provavelmente por causa do álcool, e se ficarmos nos encarando assim eu não vou aguentar.
Sua sinceridade me faz rir.
- E se eu quiser te beijar também?
Thomas arregala os olhos e sorri confuso com a minha pergunta.
- Tá falando sério?
- Não, vamos embora. - respondo rindo fazendo com que ele revire os olhos, não podia perder esta oportunidade, porém confesso que se continuassemos naquele clima eu iria acabar cedendo.
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Estávamos voltando para casa e a única coisa que eu conseguia pensar era em possíveis desculpas para justificar minha roupa molhada.
Para variar noto o olhar de Thomas sobre mim, tento ignorar, mas logo lembro que por conta da água a minha blusa estava transparente e grudada no corpo, assim podendo ver até demais, rapidamente viro o rosto em sua direção e o mesmo muda o trajeto do seu olhar.
- Tá com essa cara por quê? - pergunta.
- Tô pensando em maneiras de contar como fiquei molhada sem falar que você foi o culpado...
- Te deixei molhada, entendi - Thomas fala tentando segurar um risinho.
- Fala sério, você tem quantos anos? 13?
- Relaxa, Ana. Tô tentando descontrair, isso nem é um problema tão sério...
- Eu sei, desculpa - falo arrependida, pois realmente havia mudado de humor repentinamente.
- Você pediu desculpas para mim? - Thomas para de andar, coloca uma mão no peito e pergunta com um sorriso convencido.
- Cala boca e continua andando. - falo deixando-o para trás.
- Tudo bem, aceito suas desculpas.
- Vai se fuder.
Thomas fica calado, porém minutos depois começa a correr, passando em minha frente.
- Quem chegar por último vai ter que explicar o que aconteceu! - ele grita.
- Se toca, eu não vou correr - grito de volta, mas o mesmo ignora e continua correndo.
Que se dane, eu vou fazer esse muleque comer poeira.
Começo a correr rapidamente, sinto o vento bater em meu rosto e logo estou lado a lado de Thomas, tento acelerar o passo, porém ele faz o mesmo.
Os dois correm freneticamente em direção ao fundo da casa que já estava a vista.
- Empate! - Thomas grita se jogando no chão quando finalmente chegamos.
Apoio minhas mãos no joelho afim de me acalmar, pois o meu sangue estava fervendo e o meu coração acelerado.
- Eu cheguei primeiro, fim de papo. - falo entrando, mas dou de cara com um grupo de pessoas bem vestidas conversando com Tracy.
Viro-me em direção a Thomas afim de entender o que estava acontecendo, entretanto ele está tão confuso quanto.
De repente todos os olhares estão sob nós.
- Quem são vocês? - uma moça loira e alta pergunta com uma expressão de desdém.
- Ah, que bom que chegaram! - Tracy intervém - Ele é Thomas, o meu filho que comentei, ela é a Ana, babá de Julieta.
- Se ela é a babá, onde está sua filha? - a moça pergunta desconfiada.
- Eu deixei Julieta dormindo e aproveitei para dar um passeio na praia. - respondo rapidamente.
- Percebe-se - ela comenta analisando-me, a roupa molhada, a sandália na mão e os pés sujos de areia me entregaram.
- Bem, esta é a Judy e sua equipe, eles são responsáveis pela decoração da festa. - Tracy fala alegremente.
- Um prazer lhe conhecer pessoalmente, Thomas - Judy fala alisando seu vestido e ajeitando o cabelo.
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O Irmão Mais Velho
RomanceQuando os meus problemas já estavam me sufocando recebo uma proposta de emprego para trabalhar como babá em uma casa de família nos Estados Unidos, porém não contava que teria que lidar com o irmão mais velho da criança. #1 em romance