Capítulo 29

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Assim que chegamos na fazenda Peter pegou William com agressividade e o levou até o porão novamente, eu fiquei o esperando do lado de fora.

- Qual vai ser o castigo da vez?

- Não precisa, ele vai se sentir culpado pela morte daquele homem. E poder ter certeza que para ele o peso na consciência dói muito mais que um soco na cara.

- Se você diz...

- Eu vou ir embora, e você seja mais atento, mais uma dessa e não terá perdão.

- Sim, senhora.

Então segui para meu carro e voltei. Já em casa coloquei meu pijama novamente e me deitei, o sono não voltava então eu apenas ficava encarando o teto.

E se ele tivesse consegui fugir? E se a polícia tivesse me pegado? E se eu nunca mais o visse?

Eram tantas possibilidades, que no fim eu conclui que se algo tivesse acontecido o melhor era pedir para Peter atirar em mim de uma vez e tudo estaria terminado, essa vida desgraçada chegaria ao fim.

Tudo o que eu não precisava naquela manhã era de alguém tocando insistentemente minha campainha, mas infelizmente era exatamente isso que estava acontecendo.
Eu nem liguei para a roupa que eu estava usando e simplesmente me levantei e fui abrir a porta.

- Bom dia, princesa  - Disse Marx com um sorriso radiante.

Bom? Só se for pra você!

- Bom dia, querido. - Falei sorrindo e recebendo o selinho que ele me deu.

- Desculpa ter te acordado, mas a saudade estava grande. - Falou já entrando e se sentando no sofá.

- Nem me fale... - Respondi fingindo animação enquanto fechava a porta e segui para me sentar ao seu lado. - Como foi na sua missão?

- Não foi, não descobrimos nada de novo. Aí me ligaram pra avisar que tinha um cara morto dentro do carro em uma rodovia. Aliás, foi perto da sua fazenda, sabia?

- Nossa, que horror. É... Como você sabe que eu tenho uma fazenda? - Perguntei meio desconfiada.

- Ah, você deve ter comentado alguma vez. - Disse sorrindo e segurando minhas mãos entre as suas.

- É, deve ter sido.

- E foi muito estranho sabe, não levaram nada. Apenas atiraram e foram embora.

- Esse mundo está insano mesmo...

Burra, burra, burra! Como que eu não pensei em pegar a carteira daquele homem para simular um assalto?

- Não quer ir tomar um café da manhã bem gostoso na cafeteria do centro comigo?

- Claro, deixa só eu me arrumar.

Dentro de uns 20 minutos eu já estava pronta, vi que Marx não se tocou que eu já estava descendo pela escada. Então continuei parada em silêncio ao pé da mesma, enquanto o via mexer nas minhas gavetas de um armarinho que eu tinha na sala. Eu não pude evitar sorrir, aquilo era o que? Um jogo de gato e rato? Porque se é jogar que ele quer, pois então que prepare sua melhor estratégia.

- Estou pronta, querido. - Falei descendo as escadas fingindo mexer em minha bolsa para que ele não perceba que eu sabia o que ele estava fazendo segundos atrás.

- Está linda. - Comentou sorrindo.

- Obrigada.

Fomos no seu carro até a cafeteria, chegando lá ele abriu a porta para mim e me deu o braço para que pudéssemos entrar.
Ali era uma cafeteria chique da cidade, não é por nada não, mas eu sabia que só o salário de policial não dava para Marx manter a vida que levava, mas claro, sua tia sim poderia bancar aquilo e muito mais.

- Bom dia, vocês já querem fazer um pedido?

- Para mim um Capuccino e uma fatia de bolo de milho, por favor.

- Eu vou querer apenas um café bem forte e sem açúcar. - Falei.

- Está sem fome? - Perguntou.

- Sim, não gosto de comer nada de manhã.

- Já eu gosto de comer a qualquer hora do dia. - Falou brincalhão.

- Eu gosto de fazer outras coisas a qualquer hora do dia. - Falei deslizando meus pés por suas pernas em baixo da mesa.

- Maite... - Me repreendeu com um sorrisinho malicioso no rosto.

- O que foi? Não gosta? - Perguntei subindo um pouco mais o pé e passando o mesmo na sua virilha.

- Você é impossível.

- Foram muitos dias sem você, amor.

Quando nosso pedido chegou comemos em silêncio. Depois que ele pagou a conta e seguimos para o carro novamente.

- Nossa, tá calor, né? - Falei desabotoando minha camisa e deixando meu colo a mostra, o sutiã preto rendado estava um pouco pequeno para meus seios e o bico do direito acabou saltando para fora.

- Caralho Maite... - Gemeu e eu notei que seu pau já estava duro.

- O que acha de passarmos na sua casa antes de você me levar para o trabalho? - Perguntei sorrindo.

- Sua Capetinha... Mas eu topo.

Em questão de segundos já estávamos adentrando sua casa aos beijos, ele me pegou no colo e me levou até seu quarto.
Era nítido que ele não havia ficado com ninguém enquanto esteve fora, e como eu sei disso? O orgasmo em menos de 3 minutos não deixa negar.

- Eu sinto muito... Isso nunca me aconteceu... - Disse envergonhado.

- Está tudo bem, acontece. - Falei me acomodando melhor ao travesseiro e fechando os olhos.

- Você não tem que ir trabalhar?

- A empresa é minha porra, e eu quero dormir só mais um pouquinho... - Murmurei e o ouvi rir.

Uns 40 minutos devem se ter passado até eu ouvir a respiração suave de Marx e um leve ronco, delicadamente me levantei e segui para a sala onde eu vi anteriormente que estava o notebook.
Eu o liguei e ao mesmo tempo ficava atenta para ver se ele não ia acordar. Ainda bem que não tinha senha, e consegui acessar tudo sem problemas.
O WhatsApp Web estava conectado, e a primeira conversa dele foi com a tia.
Mensagens vem, mensagens vai e Marx não estava trabalhando para a polícia, e sim para Julieta. Aqueles papéis que eu li na mesa dele aquele dia era apenas uma farsa, ele fez de propósito. As autoridades não estavam mais atrás de William porra nenhuma, para eles Levy já estava morto e enterrado.
Enquanto isso, Julieta não está na casa de irmã nenhuma, apenas está ficando em um hotel caro da cidade.
Marx sabe que eu tenho uma fazenda na região leste, mas ainda não sabe qual me pertence, isso porque tem várias outras propriedades naquela área, isso ainda era um ponto pra mim, mas óbvio que não tardaria para ele descobrir qual me pertencia.

Minha respiração ficou ofegante, tudo ao meu redor parecia girar e girar. O que eu iria fazer? Matar Marx? Matar Julieta? Matar os dois?
De qualquer forma a polícia acabaria descobrindo tudo e de um jeito ou de outro eu estaria ferrada.

Louca ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora