Capítulo 17.

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Eu nem precisava abrir os olhos para saber que eu não estava na minha cama, mas finalmente criei coragem e acordei.
Ao meu lado Marx ainda dormia pesadamente, e o fato de eu estar nua significava que havíamos transado aqui também.

- Merda... - Murmurei enquanto me sentava e a dor de cabeça foi certeira.

Peguei minha bolsa que estava jogada ao lado da cama e vi no celular que já era 16:00h da tarde.

- Bom dia ou boa tarde? - Perguntou sorrindo.

- Boa tarde. - Respondi, enquanto já começava a me vestir.

- Espere, vou fazer um café bem forte para passar essa nossa ressaca dos infernos. - Falou já se levantando.

Quando estava bêbada eu nem vi direito o que estava na minha frente, mas agora fiz questão de dar uma boa passada de olho onde eu estava sentando igual uma vagabunda na madrugada de hoje, e confesso que não era nada mau. Sem dúvidas, ser avantajado devia ser herança da família Levy.

- Gostou?

- Deu para o gasto. - Respondi num tom brincalhão e ele riu.

Depois de vestir uma cueca e uma bermuda fomos até a cozinha e ele pediu para esperá-lo na sala.
Sentada no sofá comecei observar o local, era uma casa simples, mas bem bonita e organizada, principalmente por se tratar de um homem que mora sozinho.

- Aqui. - Disse chegando e me entregando uma xícara cheia de café. - Quer algo para comer?

- Só o café está ótimo, obrigada.

Dei um longo gole na bebida quente, e foi suficiente para me despertar um pouco mais.

- Acho melhor eu ir. - Falei quando já tinha terminado.

- Não quer ficar? Podemos conversar, se conhecer um pouco...

- Melhor outro dia, estou necessitada de um banho agora. Você entende, né?

- Sim, claro.

- A gente veio no meu carro?

- Sim.

- Quer carona até o bar para poder pegar sua moto?

- Depois eu chamo um Uber, agora também estou doido para entrar embaixo do chuveiro - Disse sorrindo.

- Ok, então. Até mais Marx.

- Espero que até logo, Maite.

Apenas dei um leve sorrisinho e sai em seguida, quando entrei no meu carro suspirei cansada, Marx não parecia ser o cara que desiste fácil de uma mulher, algo me dizia que ele ficaria no pé.
Assim que cheguei em casa, mal consegui abrir o portão.

- Boa tarde querida.

Ótimo, a última pessoa que eu queria ver nesse momento.

- Bom dia senhora Levy, como está? - Perguntei me virando para encará-la.

- Bem, onde você estave?

Ela perguntou em um tom doce, mas agora eu percebia um negócio que antes eu não tinha reparado, ela era possessiva, estava desconfiada de mim.

- Por que a pergunta?

- Eu fui na sua cervejaria, queria comprar umas bebidas, perguntei de você e me disseram que não estava. Você não era de sair, e agora mal para em casa, está tudo bem? - Perguntou fingindo preocupação.

Se eu não soubesse de tudo que Julieta era capaz talvez eu não tivesse percebido, mas essa velha estava de olho em mim e não é de agora.

- Eu estava com... Seu primo.

- O Marx? - Perguntou boquiaberta.

- Sim.

- E o que faziam juntos?

- Acho melhor não entrar em detalhes... - Respondi meio sem graça.

- Que ótimo, está gostando dele?

- Não sei ainda.

- Eu o adoro muito, acho bom não magoa-lo, viu? - Disse brincalhona, mas eu sabia que ela não estava brincando.

- Pode deixar.

- Ele está sendo um anjo, todo dedicado em encontrar meu filho.

- Que bom, logo vão encontrá-lo, tenha fé.

- Quando encontrá-lo você vai ficar tão feliz, né? Aliás, você sempre teve um amor escondido por ele.

- Sim, já tive. Mas também sempre soube que seria impossível, então nunca impedi que outros homens entrassem em minha vida.

- E seu tio, nunca acharam o culpado que lhe fizeram aquela barbaridade, querida?

E naquele momento eu percebi que ela sabia, ela sempre soube das coisas horríveis que meu tio fazia comigo e nunca o denunciou, e eu era apenas uma criança... Eu precisava entrar imediatamente antes que eu socasse a cara daquela velha nojenta aqui mesmo.

- Infelizmente não.

- Que pena, era um homem tão bom.

Quando a pessoa é extremamente ruim, ela consegue disfarçar as expressões, o tom de voz, e até o pensamento, mas nunca o olhar, e o olhar de Julieta era Demoníaco.

- Eu preciso entrar agora, até mais Dona Julieta. Qualquer coisa me chama.

- Tudo bem minha filha, até mais.

Eu entrei e ela ainda continuava parada no portão com um sorriso "simpático" nos lábios. Aquela mulher era mais psicopata do que eu podia imaginar, e o pior estava desconfiada de mim, ou eu tomo mais cuidado ou não vai tardar para eu estar atrás das grades ou até em um caixão, porque uma coisa era certa,  ela é maluca.
Mas eu estava tendo uma ideia, se ela acha que consegue ser mais esperta do que Maite Perroni está muito enganada, e eu vou mostrar a para aquela cobra quem manda aqui.

Louca ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora