Capítulo 52

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Senti uma claridade e com certa dificuldade consegui abrir meus olhos, dei uma rápida olhada em volta, era um hospital.

- Acordou, finalmente. - Disse William em pé ao meu lado e segurando minha mão entre as suas.

- O que houve? Cadê meu filho? - Perguntei em pânico tentando me levantar, mas ele me impediu.

- Nossa menina está bem, meu amor. Está na encubadora.

Meus olhos se encheram de lágrimas e respirei aliviada.

- Obrigada Senhor, obrigada. - Murmurei. - Mas o que aconteceu, por que eu estava sangrando?

- Você estava tendo um começo de aborto, o médico detectou uma substância estranha em seu organismo, provavelmente o causador de tudo.

- Julieta! Aquela desgraçada, imunda! - Falei furiosa. Eu ia arrebentar aquela mulher.

- Você acha que foi ela?

- Tem alguma dúvida disso, William? Ela quase conseguiu o que queria, quase matou nosso filho. Ela devia estar envenenando minha garrafa de água quando eu estava dormindo.

- Eu vou matá-la.

- Não, você vai ficar aqui fora que nossa filha precisa de você. Eu já estou lá dentro, e eu mesma farei isso. - Respondi firme.

- Não vou deixar que seja condenada a passar a vida toda dentro daquele inferno.

Antes que eu pudesse responder minha mãe adentrou o quarto junto com uma enfermeira.

- Graças a Deus, acordou minha filha. - Disse com as mãos levantadas para cima em forma de agradecimento.

- Vocês não vão se livrar de mim tão cedo, não se preocupem. - Respondi brincalhona.

- Como está se sentindo? - Perguntou a enfermeira.

- Com um pouco de dor ainda na barriga, mas fora isso tudo certo.

- É normal mesmo, logo passará. Sua filhinha está ótima e apesar de um pouco prematura está muito saudável e não precisará continuar na encubadora, daqui a pouco irei trazê-la para ficar aqui no quarto com a senhora.

- Muito obrigada, não vejo a hora de conhecer meu pacotinho.

- Ela é muito linda, meu amor. Um pequeno anjinho.

Eu sorri em resposta. Uns 10 minutinhos depois a enfermeira retornou com ela, a colocou em meu colo e me instruiu em como eu devia fazer parar amamenta-la, e segurá-la.
Eu estava toda boba e emocionada, era tão pequenininha, tão ingênua, tão bonita... Tinha alguns poucos fiozinhos de cabelo tão claros quanto os do pai, e eu acariciei aquela cabecinha enquanto ela continuava sugando com força meu seio, a danadinha estava faminta.

- Minha pequena Edite. - Murmurei.

- Nossa Edite, nosso milagre. - Disse William dando um jeitinho de se acomodar na cabeceira da cama ao nosso lado, e de brinde ganhei um selinho do mesmo.

- Sorriam para foto, por favor. - Disse minha mãe toda chorosa, com o celular em mãos.

E mesmo através das câmeras era possível notar nossa felicidade, porque estava estampado em nossos olhos.
Aquela era a família que eu tanto sonhei, e finalmente eu havia conseguido.

Louca ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora