Capítulo 34

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Quando cheguei no porão William já tinha uma pequena mala feita.

- Vamos? - O chamei.

- Vamos.

Ele falou com tanta convicção que até sorri. Juntos no carro ficamos em silêncio por alguns segundos.

- Minha mãe voltou. - Falei.

- E aí?

- Ela nunca me abandonou.

- O que aconteceu então?

- Ela foi sequestrada pelo meu tio.

- Nossa...

- Sua mãe o amava.

- O que? - Perguntou perplexo.

- Eu pensei muito se te contava ou não, mas acho melhor você saber de vez quem é Julieta.

Ele não disse mais nada, apenas seguiu em silêncio de olhos fechados. Quando parei o carro William me encarou, depois olhou pela janela.

- O que é isso, Maite? O que estamos fazendo na porta da delegacia?

- Eu vou me entregar.

- O que? Não, você não pode fazer isso. Não pode! - Disse nervoso.

- Eu provei do meu próprio veneno William, fizeram com a minha mãe o mesmo que eu fiz com você. Tiraram ela de mim e eu também tirei você de alguém, mesmo que tenha sido daqueles seus amigos falsos e da cobra da sua mãe.

- É diferente, eu gosto de você.

- Eu amo você, e é exatamente por esse amor que estou fazendo isso.

- Se for assim eu também vou me entregar por ter matado Marx.

- Você fez o que fez apenas para me salvar, você não o matou por vontade  própria. E outra eu preciso de você aqui fora.

- Por que?

- Para cuidar da minha mãe, da minha empresa e do nosso filho.

- Filho? Que filho?... - E foi então que ele percebeu e sorriu emocionado enquanto me abraçava e acariciava minha barriga.

- Parabéns, você vai ser papai. - Falei com os olhos cheios de lágrimas. - Tenho certeza que você será um excelente pai, cuide do nosso bebê, não deixe ele passar por tudo o que nós já passamos.

- Eu não vou conseguir sozinho... Eu não vou conseguir sem você. - Disse me beijando e me puxando para si, depois de alguns segundos eu me separei. Olhei dentro de seus olhos e sorri.

- Até mais, Will.

E estão eu desci do carro e entrei, ainda vi William descer do veículo também e tentar vir correndo em minha direção, mas os policiais o reconheceram e já o seguraram.
Agora já estava feito não tinha mais volta. Enfim eu, a imbatível Maite Perroni fui derrubada por mim mesma.
E enquanto eu contava cada detalhe ao delegado só então caiu a ficha do quão maluca eu fui, cada palavra que saia da minha boca me fez perceber que afinal eu não era tão diferente do meu tio, eu também matei, sequestrei, torturei e tudo por um amor não correspondido, tudo por uma louca obsessão.

Louca ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora