Louca Obsessão

Capítulo 44

Logo o final de semana chegou, e eu estava inquieta. William não havia se comunicado comigo, então eu não sabia se ele estava ou não conseguindo vender a casa.

- Cadê o dinheiro? - Perguntou André enquanto entregava minha bandeja do almoço.

- Estou conseguindo, calma.

- Queremos o dinheiro até amanhã a noite, senão já sabe.

Eu peguei com brutalidade a bandeja de suas mãos e me sentei sozinha para comer. Eu já estava no fim quando vi que haviam colocado uma camisinha por baixo do arroz, com um papel escrito: "Preferem com ou sem?"

Eu cuspi a comida que estava mastigando e logo me subiu um enjoo.

- Filhos da puta! - Disse para mim mesmo e quando olhei para eles estava rindo de mim.

E naquele momento eu só não peguei o dinheiro que me restava e mandei matá-los porque eu precisava sair daqui logo, pelo meu filho.
Sorte deles por não terem mexido com a antiga Maite, a que fazia qualquer coisa sem nenhum pingo de remorso.

Quem veio me visitar dessa vez foi minha mãe, fazia alguns dias que ela não vinha, e eu preferia que continuasse assim, não gostava que ela me visse aqui nesse inferno.

- Oi minha filha, como esta? - Perguntou se sentando depois de me abraçar.

- Bem, e a senhora?

- Na medida do possível bem também.

- E William?

- Está tentando vender nossa casa, perguntei o motivo, mas ele não me contou. O que está acontecendo?

- Preciso do dinheiro.

- Por que?

- Prefiro que a senhora não saiba.

- Sou sua mãe, Maite.

- E eu sou responsável por meus atos, eu me coloquei nessa situação e não quero te envolver nisso. Ele conseguiu vender?

- Um casal se mostrou interessado, mas sinceramente não acredito que vão comprar. William está uma pilha de nervos, pediu empréstimo no banco, mas negaram. Pediu emprestado para uns amigos, mas não deram. Ele só não foi atrás de um agiota porque eu briguei muito com ele.

- Pelo amor de Deus, não o deixe fazer essa burrada.

- Não deixarei, não se preocupe.

- Acho melhor a senhora ir, não gosto que me veja aqui. E eu também preciso ficar um pouco sozinha, pensar.

- Vir te ver me trás alegria, esperei tanto anos para finalmente estar ao seu lado novamente... - Disse sorrindo fraco.

- E eu estraguei tudo, né?

- Você sofreu demais minha filha, tem muitos e muitos traumas. Conversei com seu advogado, pra ver se conseguíamos te colocar em uma clínica psiquiátrica, mas ele disse que lá é mil vezes pior que o presídio comum.

- Pois é, prefiro continuar por aqui.

- Estamos fazendo de tudo para tentar recursos e diminuir sua pena, mas está muito difícil.

- Imagino.

- Então tá bom minha querida, quando der eu volto, ok?

- Ok. - Respondi enquanto recebia mais um abraço dela.

- Te amo demais, e amo muito você também viu pequenininho. - Falou acariciando minha barriga. - Como está crescendo, né? - Sorriu emocionada.

- Logo mais estará em casa com você e com o Will, correndo pra lá e pra cá.