The Queen Of Hell - Billie Eilish

Capítulo 13

Retirei o pano que estava havia vinte minutos em meu pulso, próxima a veia, que cobria duas asas que lembravam de morcegos. Espera, são morcegos ora bolas. O som alto da música mal fazia eu escutar o que as pessoas diziam, se é que estavam falando comigo. Bem, agora qual rumo eu deveria seguir? Estou morta e virei um tipo de princesa do inferno, o que mais eu deveria fazer? Será que devo voltar a ser a garota de antes, quando era viva? Estou começando a achar que estou parecendo uma pobrezinha, santinha que morreu atropelada.

Será que foi essa minha personalidade nova que chamou sua atenção? Não, Billie disse que sonhou comigo, então porque tinha que ser eu? Talvez porque era cruel, mas todas aqui também eram, por qual motivo tinha que ser eu em específico? Tudo estava ficando confuso novamente. Droga, estou voltando a fazer perguntas direto, isso está começando a me dar dor de cabeça. Levantei-me do sofá dando espaço para as duas garotas se beijarem livremente e bem... vocês sabem o que mais. Andei para qualquer direção até encontrar onde tinha bebida. Peguei um copo grande e coloquei cerveja até transbordar um pouco e sem hesitar, bebi o máximo que pude rapidamente. Como eu me conheço, eu quero mais, muito mais. A diversão estava prestes a começar.

No dia seguinte...

Acordei graças ao sol em minha cara. A cortina estava completamente aberta direcionada ao me rosto. Instantaneamente, assim que levantei um pouco a cabeça, senti uma forte enxaqueca. Coloquei minhas duas mãos nas duas laterais da cabeça, encostando nas orelhas, era bem desconfortável a dor. Espera um pouco, sol? Aquela era primeira vez que o sol tinha aparecido para mim, neste mundo. Estava confusa. Por um momento acabei notando a tatuagem de dois morcegos em meu pulso e lembrei de fragmentos que aconteceu ontem. Eu me lembro de ter feito a tatoo, ainda sentia uma leve dor nela, porém, não faço ideia de como. Aos poucos fui me levantando até ficar sentada na cama. Tirei minhas mãos das laterais da cabeça repensando o que tinha feito no dia anterior. Olhei diretamente para minha frente dando de cara com a rainha do inferno de braços cruzados, olhando para mim balançando a cabeça com sinal de não.

- Parece que alguém se divertiu demais ontem. - aproximou-se apoiando a cabeça na lateral da porta. - Como está se sentindo?

Notei que seu cabelo estava meio loiro, com uma pequena franja sob sua testa o que combinou com a sua pele. Seus lábios estavam muito rosados, acho que foi de tanto morde-los de ansiedade, ou, beijado alguém... Diferente das roupas escuras que ela normalmente usava, assim como eu, ela também estava vestida de branco, juntamente ao seu par de asas expostos, o que a fez parecer como um anjo. Fiquei bem surpresa com sua grande mudança, ela estava bela. Seu rosto não expressava dor, sofrimento ou até raiva, era leve e gentil, sua presença dava um ar de esperança. Minha vontade era deitar em cima dela e dormir, me levando para o paraíso, fugindo deste inferno, mas me toquei que estava apenas sonhando e despertei-me de meus pensamentos.

- E-estou sim. - respondi rapidamente tentando disfarçar minha lerdeza em processar o que estava fazendo.

Levantei-me da cama com a maior preguiça e dor de cabeça do mundo. Meu corpo inteiro estava pegando fogo e dolorido. Mesmo tentando disfarçar tal vergonha, era impossível Billie não ver que estava agindo que nem uma louca que nem se lembra do dia passado, nem da tatuagem em minha mão. Era claro que ela estava com um sorriso de lado com sua cabeça de lado me olhando. Ai, que vergonha do caralho.

- Na verdade não. - soltei uma risada meio sem graça. - Você tem algum remédio para dor de cabeça ou alguma coisa desse mundo que me ajude a tirar essa dor de cabeça? - falei andando em sua direção com a mão direita na minha testa para amenizar a dor.

Ela me olhou dos pés a cabeça, provavelmente com um olhar julgador. Aparentemente ela queria dizer algo, mas apenas desistiu e simplesmente saiu do quarto com um "já volto". Embora tivesse suja, e principalmente suada com a roupa de ontem e o calor da manhã que não ajudava muito, corri atrás dela mesmo tentando segurar a enorme blusa que estava caindo em meus ombros. Já conhecendo seu jeito, acredito que esse é o objetivo dela: me fazer levantar da cama.