Capítulo 15

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Desesperada pelo que o fazer comigo, continuei tentando empurar a espada de cima de mim e corri em direção para o banheiro e me tranquei. Sabia que não tinha chances em ganhar aquela disputa. Ele era alto e forte, e eu apenas uma garotinha indefesa que nem consegue carregar uma arma. Além disso, minha altura não era muito boa, mas em compensação, era bastante atlética. Procurei por algo que pudesse se parecer com uma arma para me defender. Como não sabia o que poderia acontecer comigo caso eu "morresse", não queria experimentar.

- Plok, plok. - fortes batidas na porta.

Meus pensamentos estavam a mil e não fazia ideia do que fazer. Gritar por Billie e tomar uma baita bronca dela? Quem sabe ela esteja ciente de que fugi para cá e vai me deixar apodrecer nesse calor do inferno.

- Eu não quero te machucar, abra a porta! - bateu contra a porta usando sua palma da mão.

No entanto, notei que, aparentemente, ele não estava usando 100% da sua força. Tenho quase certeza de que ele seria capaz de arrancar aquela porta com facilidade, mas suas batidas estavam me atormentando. Meu coração batia fortemente contra meu peito.

- Como eu tenho certeza disso? Não é você que está com uma faca na mão batendo na porta!? - berrei para o homem, mas não sabia se teria resultados.

Escutei sua respiração abafada, parecia que estava tentando se acalmar e recuperar o control. Um som metálico forte caiu no chão. Creio que ele tinha soltado sua arma, ou era apenas uma estratégia para ME fazer pensar que era isso. Procurei por qualquer objeto que pudesse ser cortante ou que fura. Um caco de vidro foi tudo que eu consegui usar, aquele banheiro tinha nada além de água, sabonete e um espelho. Fora isso, era completamente sujo, mas não tinha opção de escolher nenhum lugar para me defender.

- Pronto, estou desarmado. Pode abrir essa porta agora?

Ainda não confiava nele, poderia ser uma cilada. Provavelmente ele teria uma outra arma escondida e me atacaria assim que pudesse. De qualquer forma, continuaria em desvantagem. Não tinha muito o que fazer ou escapar, mas tinha um plano, que provavelmente poderia falhar. No entanto, era minha única alternativa.

- Okay! Irei abrir! - gritei para o homem.

Rapidamente, me escondi atrás da porta. Tentei controlar minha respiração, que estava ofegante demais devido ao nervosismo. Primeiramente nem era para eu estar aqui. Segundo, se ele não for capaz de me matar, Billie será. Não queria descobrir o que ela poderia fazer comigo. Toquei na maçaneta e abri a porta lentamente. Meu corpo todo tremia devido à adrenalina. Assim que o homem sentiu que estava abrindo a porta, não perdeu a oportunidade e abriu o resto assim que pôde, caminhando fortemente para o local que estava. Em uma de suas mãos tinha uma outra faca. Eu sabia! Ainda bem que não confiei nele.

Eu não iria esperar toda a eternidade atrás da porta. O ataquei pelas costas com o pequeno pedaço de vidro, porém, cortante o suficiente para perfurar sua pele. Gemeu de dor. Corri para fora do banheiro. Por pouco ele não me pega pelo meu cabelo. Corri para a única porta de saída e entrada, mas ela estava trancada.

- Não fode! Puta que pariu. - berrei de frustração. Todo aquele esforço foi feito para nada.

- Se você quiser eu abro a porta. Mas lhe digo, os outros rapazes são completamente diferentes de mim. - apareceu cambaleando com uma de suas mãos cobrindo a ferida que eu acabara de abrir.

- Então o que você vai fazer comigo?

- Não é óbvio? Te proteger, é claro. Você é uma garota, tem ideia dos caras que tem por aqui? Fariam picadinho de você. Deveria me agradecer por te esconder. Mas acredito que vocês mulheres tenham outra forma de dizer "obrigado". - olhou para mim e em seguida para sua ferida. Ele sangrava bem pouco, mas parecia já estar acostumado com isso.

The Queen Of Hell - Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora