Capítulo 1

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Estava muito escuro, não conseguia enxergar nada, estava um completo breu. O local me lembrava um calabouço pelos ecos que faziam. Será que eu estava presa? Levantei-me do chão gelado que tocava minha pele que estava muito quente e caminhei para o vazio tentando encontrar algum tipo de luz para que eu pudesse enxergar. Uma luminosidade foi-se aparecendo aos poucos e foi para lá que eu segui. Cada vez mais que eu me aproximava, essa luz ficou cada vez mais forte, até que cheguei a um ponto em que tudo já era claro, o que inicialmente incomodou minha vista. Fechei meus olhos fortemente e fui forçando a vista a se acostumar para tentar entender onde estava. Quando consegui abri-los por completo, minha vista já tinha se ajustado. Agora as coisas estavam em um tom normal e pude enxergar claramente as coisas ao meu redor. Tinha um caminho de pedras amarelo que me guiava até um grande portão bem longe.

Segui o caminho, tentando ver o que era esse tal portão. Seria a saída daquele lugar? O chão estava congelando meus pés, mas acabou que nem me importei. Estava mais  preocupada em observar as outras pessoas, que também estavam seguindo  outros caminhos próximos de mim, que no fim, iriam todos se encontrar aos chegar do portão. Quando fui notar, mais estavam se aproximando, surgindo misteriosamente de algum caminho de pedras que não eram visível. Eram todas garotas como eu. Pelo seus olhares, elas também não faziam ideia de onde estavam. Elas se entre olhavam e perguntavam umas para as outras onde estavam, mas ninguém conseguia responder. Mais garotas chegavam e a confusão não parava.

Tinha outras garotas mais longe, mas elas não vinham de nenhum caminho. Na verdade, eu nem saberia dizer se aquilo eram realmente garotas ou uma estátua. Elas estavam imóveis, mas parecia que estavam se movendo ao mesmo tempo. Tinha alguma coisa estranha, não parecia ser humano. De qualquer forma, não dei tanta importância. O portão era de grade, revelando que do outro lado havia alguma coisa muito escura. Quando as garotas pararam de chegar, o portão se abriu, iniciando uma nova discussão, se realmente deveríamos entrar ou não. Mas alguma força parecia ter nos atraído para entrar.

Eu não tinha ideia se isso era algum tipo de sacrifício ou culto que tinhamos que fazer. Eu não tinha experiência com essas coisas sobrenaturais, porque nada daquilo era normal. Olhei um pouco para trás e vi aqueles que aquelas estátuas realmente não eram estátuas, mas sim algum tipo de criatura, que parecia ter asas e chifres. Não eram muitas, mas só de ver vê-las de longe n escuridão dava medo. Eles se reuniram em volta da gente, mas de longe, criando uma espécie de formação, como quando vão pastar o gado.

Todas juntas e reunidas, continuamos seguindo o caminho de pedras que surgiu a nossa frente. Tudo em volta era escuro, mas tinha uma luminosidade o suficiente para saber que essas criaturas ainda estavam escondidas das sombras. Por fim, parecia que estava chegando, pois não parecia ter mais caminho à frente. Tinha algo que dava fim a nossa caminhada. Estávamos de frente para uma espécie de altar.

As pessoas estavam ficando agitadas. Algumas estavam chorando, enquanto outras tentavam gritar exigindo respostas. Uma garota próxima de mim murmurava "Quem sou eu?" repetidas vezes. Seus olhos estavam arregalados, olhando fixamente para baixo. Isso foi um choque para mim. Estava mais confusa com dúvidas mais preocupantes. Quem sou eu? Qual é o meu nome? O que eu sou? De repente, todas estavam caladas. Levantei minha cabeça e pude ver uma garota, ao menos o que parecia ser um tipo de garota subindo o altar.

Ela tinha grandes asas escondidas em suas costas, que não paravam de se mecher. Seu rosto estava um pouco sujo, o que parecia ser algum tipo de tinta preta que escondia partes da sua face, cabelo e roupas. Mas mesmo assim, dava para ter um deslumbre sobre como ela era. Por baixo de toda tintura, havia um par de olhos azuis claro. Seu rosto parecia ser delicado e jovem, com um pequeno sorriso de lado estampado em sua face. Ela parecia estar adorando o seu momento. Embora muitas queriam falar coisas e fazer perguntas, ninguém criou corajem. Todas estavam acompanhando seus movimentos, aguardando ansiosamente para escutar a mulher, porque provavelmente, era ela quem tinha todas as respostas.

The Queen Of Hell - Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora