Capítulo 14

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Andei em direção ao já conhecido lago, onde Billie surgiu. Lá era de onde ela chegou para cá e usava para viajar para visitar o mundo de seu irmão, Finneas. Aproximei-me do nosso querido e velho lago preto e misterioso. Respirei bem fundo, me preparando provavelmente para algo maluco, ou até mesmo ser pega no flagra por Billie, mas eu estava tão motivada que nem estava ligando muito para as consequencias. Eu estava muito ansiosa para ver aonde eu poderia chegar. Se eu fazia ideia de que realmente poderia dar certo? Claro que não! Caminhei um pouco para longe do lago e logo em seguida, corri novamente para o lago, dessa vez, mergulhando no lago.

Por incrível que pareça, ele era extremamente fundo. Não tinha pensado nessa possibilidade. Tive um pouco de dificuldade para atravessar, mas consegui chegar até o fim, que parecia ter uma barreira. Como se fosse plástico, consegui atravessá-la. Caiu um pouco do líquido preto desse lago, mas acabou se fechando. Dessa vez, com as asas entre abertas para flutuar um pouco e evitar uma possível tragédia. Parecia que havia entrado em algum tipo de poço sem fim. Ainda bem que decidi entrar aqui já com asas.

Era uma profunda e vazia escuridão. Pelo que percebi, todo o lugar estava girando em horizontalmente sem parar. O local era um pouco estreito, e minhas asas, acidentalmente, esbarraram em uma dessas paredes de pedra que tinham, aparentemente, "queimado" minha asa. Com o choque, acabei me desconcentrando e sendo engolida pela escuridão por completo. Cercada com a dor de minha asa, dei um grito, que ecoou, as guardei e apenas aceitei o destino.

Estava caindo já fazia um bom tempo, ou não? Perdi completamente a questão do tempo, como se já não bastasse também perder a noção do tempo no mundo de Billie. Caindo, caindo e caindo. Era tudo que meu corpo era capaz fazer sem as minhas asas. Será que tinha fim? Tentei esticá-las para ver se tinham melhorado. A região ainda estava dolorida, mas creio que ainda eram capazes de serem utilizadas. Com minhas duas longas e fortes asas e comecei a planar e evitar que continuasse caindo.

Até o que me parece, esse parecia um buraco sem fim. Uma armadilha, talvez. Continuei planando com esperança que acontecesse algo, mas não mudou nada. Voei, novamente, em direção para o fundo desse enorme abismo se é que realmente tivesse fim. Quem sabe é apenas grande e eu apenas parei quando era pra continuar caindo? Ou talvez deva funcionar uma hora devido ao meu novo cargo. Fiquei mais um tempo descendo, até que achei inútil.

- Caralho ein. Isso aqui não tem fim? - perguntei para mim mesma em voz. Simplesmente era um poço sem fim e nada mais do que isso. Desisti e retornei todo o caminha que tinha traçando, se fosse capaz de conseguir voltar para a superfície ou estava presa.

- O que preciso fazer para ir no mundo dos homens? Será que só a Billie pode e eu não? Humm. - comecei a pensar comigo mesma, escutando apenas o som das asas pesadas bateres entre si. - Será que eu tenho que falar algo? Ou usar minha magia que mal sei fazer?

Juntei minhas duas mãos, que imediatamente, começaram a brilhar. Fiquei bastante surpresa com o que acabara de fazer, já que eu nunca tinha tentado fazer magia antes. Na verdade nem sabia que tipo de magia eu era capaz de fazer. Eu não fazia ideia do que elas estavam fazendo, mas apenas segui o meu instinto. Com as duas palmas, criei um formato de círculo, e daí, surgiu uma grande bolha iluminada, do mesmo tamanho que havia feito. No entanto, cada vez mais ela aumentava, até que em um momento ela parou de cresceu e simplesmente sumiu. Fiquei por um tempo confusa e perdida no que tinha acabado de acontecer, mas uma pequena luz surgiu atrás de mim e começou a vagar por aí. Acho que era a mesma bolha. Eu a toquei, o que pareceu irritá-la, fazendo com que ela se afastasse de mim.

A bolinha correu em direção ao fundo, e sem nem pensar duas vezes, fui direto atrás dela. Embora eu já imaginasse que poderia dar nenhum resultado, pois estava fazendo isso havia um tempo indeterminado, acho que dessa vez iria dar certo, já que tinha feito algum tipo de magia. Minhas asas batiam mais forte, fazendo com que eu já ficasse cansada, considerando que ainda sentia um incômodo em minha ferida, mas eu estava quase pegando-a. A ponta de meus dedos se esticaram e conseguiram de raspão tocar-lhe rapidamente, mas acabei perdendo o controle e cai em direção à escuridão, incontrolável.

The Queen Of Hell - Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora