The Queen Of Hell - Billie Eilish

Capítulo 6

Tudo voltou a ficar preto, era uma imensa escuridão. Fiquei um tempão olhando para o espelho, esperando que alguma coisa acontecesse, e realmente aconteceu, depois de muito tempo. Billie estava deitada em um quarto frio e sem vida. Já era de noite. Debaixo das cobertas, ela dormia calmamente. Esse negócio de do nada ficar mudando de cenário e outras coisas já estava me confundindo demais. Estou perdendo a cabeça. A cada segundo uma imagem nova em um cenário diferente aparece e mais curiosa eu fico. Isso está me deixando ansiosa!

Deixei de lado meus pensamentos e continuei mirando o espelho. Durante seu sono, algo debaixo da cama se mexie, mas tudo acontecia de modo lento. Se eu pudesse eu entraria no espelho só para ver pessoalmente o que estava acontecendo. Por incrível que pareça, mesmo ela estando dormindo debaixo da cama, ela parecia um anjo, dormindo com toda a calma do mundo. Seus braços estavam um em cima do outro e seu queixo apoiado sobre eles.

Um ser apareceu debaixo da cama e agarrou os pés de Billie. Imediatamente ela acordou no susto e em alerta, mas não gritou. Eilish estava tentando controlar sua respiração para entender a situação em que está. Seu cérebro ainda precisava acordar para processar tudo. "Xiuu..." A criatura se expôs ao colocar um de seus dedos no lábio de Eilish. Não era uma "criatura" e sim um homem. Sua pele era negra e possuía um cabelo black. Seus olhos estavam completamente negros e sem emoção, assim como já a vi no mesmo estado. "Billie..." sussurrou. Ela parecia confusa, claramente citar seu nome sem apresentar-se primeiro seria estranho. Mas acredito que ela ficou sem se perguntar muito, pois pelo tudo que passou, ela deveria apenas seguir em frente e fazer o que sua intuição lhe mandasse fazer, embora ela nem soubesse o que deveria fazer.

O homem afastou-se e sumiu na escuridão, deixando Billie sozinha debaixo da cama. Um pouco assustada, saiu debaixo da cama lentamente, mas em alerta, verificando se estaria segura ao sair, na esperança de encontrar mais ninguém para puxar seu pé. Tendo certeza que o homem não iria voltar, levantou e correu para a porta, saindo do quarto dando de cara com um imenso corredor com algumas portas. Ele era longo e escuro, um pouco assustador. Uma das luzes estava com defeito piscando toda hora, deixando ainda mais sinistro o local.

Eilish, com dificuldade, tentou caminhar pelo corredor. Ela parecia estar tonta ou ainda com sono. Estava olhando sempre ao seu redor até escutar a mesma voz do homem "Siga-me''. Insegura, Billie seguiu a voz dando passos muito lentos, como se não quisesse fazer barulho. O corredor era muito grande, não sabia até onde iria acabar. A garota ficava observando cada porta do corredor vendo a diferença entre elas: umas com arranhões, outras com a pintura desgastada e outras sem a tranca. "Por aqui" a voz sussurrou em direção à uma porta que era a mais bonita comparada com as outras. Billie ficou confusa, mas não hesitou. Firmemente, ela abriu a porta.

Ao entrar, deparou-se com uma grande mar de olhos lhe observando. Era muito bizarro, pois além de parecer macabro e assustador, não eles pareciam ter vida. Ademais, ninguém mais parecia estar por lá, eram simplesmente olhos te olhando. Como poderiam falar, julgando te julgando pelo olhar. Impossível contar quantos par de olhos tinham, eram muitos. Estranho que isso acabou me lembrando a cena do filme Branca de Neve e os Sete Anões, quando a personagem foge da Rainha Má e entra na floresta, em uma parte muito bizzara muitos olhos assustadores a olhavam. Não faço ideia do porquê ter lembrado disso, mas eu lembro que tinha muito medo dessa cena.

Enfim, deixando de lado a estranha memória qus eu tive, voltei a me concentrar no espelho. Para ficar mais estarnho ainda, os olhos comecaram a falar. Eles não pareciam ter boca, não mostrava nada, mas dava para notar que uma voz diferente pertencia à um daqueles sinsitros olhos. Cada voz dizia uma palavra, provavelmente julgando-a de seus atos anteriores: asassina, traidora, tola... Ela estava horrorizada com o que falavam. Agachou-se colocando as mãos em suas orelhas evitando ouvir as vozes.