Capítulo 11

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Seus lábios macios e rosados estavam me tocando tão severamente, que não consegui resistir e a retribui sem nem pensar. Não foi aquele beijo profundo que normalmente se dá para a pessoa que se ama, mas era gentil. Eu não estava acreditando que havia beijado uma menina, estava beijando Billie Eilish. Mesmo estando com a cabeça cheia de pensamentos, fechei meus olhos e apenas senti o momento. Um momento que nunca tive antes. Era completamente diferente do que eu já senti com qualquer garoto. Uma sensação única, que me fez arrepiar dos pés à cabeça. Como aquele ditado diz que as pessoas sentem "borboletas na barriga", acredito que não há expressão melhor para descrever essa sensação de prazer.

Como se já não fosse de se esperar, esse momento, que parecia ter durado uma eternidade acabou de forma rápida. Um empurrão forte despertou todos os meus sentidos, me fazendo ficar bastante confusa, inclusive com meus sentimentos, que provavelmente estavam julgando o que eu acabara de fazer. Abri meus olhos procurando pela garota, mas quando me dei conta, estava sozinha, mais uma vez. Billie, novamente, havia sumido, me deixando completamente sozinha naquela escuridão, completamente confusa sobre o que acabara de acontecer, de novo.

Comecei a correr na tentativa de encontrar uma saída, estava farta de todo aquele jogo. Me fazer de idiota esse tempo todo, criar um baita suspense para nada. Apenas ficava cada vez mais confusa com vontade de sair daquele local a primeira oportunidade que eu puder. Aqui, de fato, não se parece nada com o inferno que Billie tanto falava, não se comparava à um paraíso. Minha raiva estava tomando conta de mim, mas acabei me destraindo ao dar de cara com alguma coisa. Inicialmente pensar que poderia ser uma daquelas mulheres, mas não tinha ninguém. Acabei caindo no chão com uma grande pancada em minha testa, que me fez ter uma baita dor de cabeça. Coloquei a palma da minha mão no local dolorido, mas não iria fazer diferença. Levantei-me aos poucos sem fazer muito esforço, estava um pouco tonta.

Ainda com a palma na testa, dei um passo a frente com a outra mão esticada à minha frente, com o objetivo de tocar em alguma coisa, pois não era possível eu esbarrar em algo que nem apareceu no meu campo de visão. De repente, senti algo liso e gélido tocar meus dedos. Não sabia o que era exatamente. Estava por todo o meu redor, como uma barreira invisível. Minha atenção foi totalmente despertada para procurar sair daquele local. Eu não aguentava mais estar lá, era agonizante demais para mim. Com certeza isso foi obra de Billie para me manter presa nesse porão esquisito com um monte de almas amaldiçoadas. Não entendo porque eu deveria estar lá, sendo que tudo que fiz foi seguir suas regras.

- Billie! Me tira daqui! - gritei batendo contra essa barreira invisível.

Não sei o que está acontecendo, o que ela pode estar tramando? Será porque eu a beijei? Mas ela também me beijou! Foi ela quem provocou! Minha inquietação era nítida, assim como minha raiva que não estava me deixando pensar direito. Caminhei para o sentido contrário da barreira, pensando em como deveria sair daquele labirinto extremamente escuro. Se Billie sumiu, com certeza eu também seria capaz de conseguir, assim lhe daria uma grande surra e fugiria daqui o mais rápido possível.

Perdida nos pensamentos, comecei a sentir um leve desconforto em minhas costas, mas eu apenas a ignorei. Continuei caminhando, até que esse desconforto se tornou uma imensa dor insuportável. Parecia que tinha algo vagando pela minha coluna, querendo sair de lá, como um verme. A dor era tão extrema, que estava gritando pelo vazio, pedindo por ajuda, mas a única coisa que conseguia era ouvir o eco de minha própria voz em agonia. Senti que poderia estar prestes a morrer devido àquela dor, mas como isso iria acontecer, se eu já estava morta? Comecei a rastejar pelo chão, que aos poucos rasgava minha pele por ter diversas pedras pequenas. Mesmo sendo inútil, eu não deveria ficar parada

Até que um momento, elas saíram...

Após tamanha dor e angústia, elas apareceram. Duas grandes e enorme asas surgiram de minhas costas. Neste momento, a dor foi diminuindo aos poucos até não sentir mais nada, como um simples toque de mágica, mas isso não importava eu tinha asas! Asas de verdade! Eu as sentia, embora não acreditasse. Levantei-me do chão e as olhei para ter certeza de que aquilo não era um sonho. Conseguia vê-las de tão grandes que eram, acho que deveriam ser bem maiores que eu. Fiquei as admirando por completo. Deveriam medir em média uns dois metros. Era difícil de acreditar o que acontecera.

The Queen Of Hell - Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora