Meu Trabalho

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BEVERLY

Acordei sentindo uma forte dor de cabeça. Assim que percebi que estava em um lugar totalmente desconhecido, entrei em pânico.

Beverly- Socorro, alguém me tira daqui!!

Fui até as porta de ferro e comecei a bater, na tentativa de que se alguém ouvisse viesse me salvar.

Jeff- Cala a boca! Não me faça ter que matá-la tão cedo.

Ele disse isso com uma voz firme, que me gelou.

Beverly- Porque está fazendo isso? Oque eu fiz pra você?

Jeff- já mandei ficar quieta.

Agora ele falou um um tom mais sombrio, então decidi obedece-lo antes que ficasse irritado. Encostei as costas na grande porta gelada e deslizei sentando no chão.

Observei aquele "quarto". Era mal iluminado, tinha uma lâmpada fraca e acho que uma clarabóia no teto, mas está tão encardida que não é possível nada no céu, além da silhueta da lua cheia.

Eu não gosto de ficar em lugares sujos. Isso me dá muita agonia e sensação de abandono, faria fácil uma faxina nesse lugar.
Estava perdida em pensamentos, quando o mesmo rapaz que disse "go to sleep" abriu a porta.

Jeff- trouxe a janta pra você.

Me olhou com um olhar frio

Beverly- Não estou com fome

Jeff- Não te perguntei. Coma, ou nunca mais receberá comida de novo.

Beverly- Que assim seja, não vou comer isso.

Apenas me dei conta de que seja possível eu nunca mais sair daqui, após disser essa última frase.

Jeff- Que pena, ver você morrendo de fome não será tão divertido quanto morrer asfixiada com o próprio sangue.

Beverly- Mas e se a comida estiver envenenada?

Jeff- E você acha que eu tenho cara de que? Um louco de laboratório?

Disse largando o prato na cômoda ao lado da porta, fechando a mesma. Em seguida só ouvi seus passos tensos se distanciando.

Passou um tempo e a fome bate. Não sei por quanto tempo eu desmaiei, mas devem fazer umas 5 horas que estou presa neste "cafofo". Logo a fome bateu.

Olhei oque tinha naquele prato. Uau! Pão com ovo. Comi aquilo, com um certo receio. Talvez esteja mesmo envenenado, mas se tiver também foda-se. Se não morrer agora, futuramente ele vai me matar.

Depois fui até a cama de colchão gasto e me deitei. Caralho, que cheiro de mofo. Esse maluco é muito porco.

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Outro dia

Acordei com o lunático abrindo a porta com tudo. Ele quer me infartar?!

Jeff- Bom dia, maricas.

Sério? Quem ainda usa o termo "maricas" hoje em dia?!

Beverly- Hm

Jeff- Vim fazer um trato. Eu te mantenho viva, e você faz uma faxina completa

Beverly- Quer dizer que vou poder sair dessa prisão?

Jeff- Você poderá andar pela casa, mas nunca sair dela. Não tem como fugir, e se conseguir... Te estrangulo até a morte.

Topei na hora, só pelo fato de não ficar presa em um lugar tão pequeno. Espero que essa casa seja grande, por mais que dê trabalho a limpeza.

Beverly- Ok..

Jeff- Venha conhecer a casa.

Ele saiu do "quarto" e eu eu fui atrás, o seguindo.
Assim que passei pela porta, vi um corredor com várias outra portas.
No final do corredor, estava a cozinha e a sala, em conceito aberto. Esse é o melhor cômodo da casa, adoro espaço.

Jeff- Você vai limpar todos os cômodos da casa. Não mecha nas coisas do quarto da segunda porta à direita, apenas limpe o chão.

Beverly- oque tem lá?

Jeff- Você verá em breve, quando for lá limpar.

Falou deixando baldes com produtos ao meu lado e saiu. Comecei com a cozinha. Que bom que eu nunca me importei muito de fazer limpeza, acho que eu até gosto. É bom para pensar, como num banho.

Estava no corredor, esfregando as cracas no chão. Reparei que no fim do corredor tinha uma escadaria... Deve ser da entrada. Mas porque essa escadaria vai até o teto?

Reparei mais e percebi que estávamos embaixo de um alçapão, e a saída seria como um sótão. Isso explica a casa não ter janelas, e sim clarabóias. Cheguei mais perto e vi que a "porta" estava com correntes e cadeados grossos. Realmente, não há como fugir.

Quando terminei a limpeza da maioria dos cômodos, estava faltando apenas o quarto do arrombado que me sequestrou e a tal sala com ítens que dou proibida de mecher.

Tenho uma má impressão dessa sala, pelo tom de voz que o cara se referiu a ela. Prefiro limpar ela antes do quarto dele, porque com certeza aquele deve ser pior.

Fora que eu teria que limpar com o monstro lá.. isso me dá medo, vai que ele faz algo de ruim comigo?

Enfim, entrei naquela sala. Tinha uma cadeira bem no centro e uma mesa com facas de vários tamanhos diferentes brilhando em cima. Ao olhar, senti um arrepio ao pensar oq ele fez usando elas. Pode deixar, não vou encostar nisso.

Refleti sobre esse cômodo. Se ele disse que eu veria em breve, talvez não estivesse falando da limpeza. Talvez ele pretenda usar esses instrumentos em mim!

Assim que terminei, sai daquele lugar como se ele estivesse lotado de jacarés. Senti uma lágrima de medo descer em meu rosto, seguida por outras. Calma, você tem que terminar o serviço.

Bati na porta do quarto do indivíduo (ênfase no "indivíduo"), torcendo para que ele não esteja. Infelizmente, ele abriu a porta.

Jeff- Anda logo.

Disse se deitando na cama. Sério que ele não vai sair daqui?
Me abaixei e comecei a esfregar o chão. Que raiva desse cara, nem para ele me deixar sozinha limpando. Ou pelo menos me ajudasse né.

Saquei o piso e comecei a tirar pó das suas coisas. Não pude deixar de reparar que em cima da cômoda tinha um desenho de criança. Nas letras garrafais escritas tortas com giz, estava escrito " Jeff e Liu". Abaixo, um desenho de duas pessoas de palitinho.
A mais alta estava com um sorriso, e a menor ao seu lado, uma carinha triste.

Jeff- Não mecha nas minhas coisas!

Beverly- Não estava mexendo! Apenas me distrai.

Jeff- Hm.

Fui arrumar outro lado do quarto dele. Dessa vez sentia o peso dos olhes deles em cima de mim.

Jeff The Killer: porque?Onde histórias criam vida. Descubra agora