JEFF THE KILLER
Estava de boas quando a garota chega para limpar meu quarto. Ela até que faz um bom trabalho.
Percebi que distraída, ela até parecia não temer o fato de ter sido sequestrada. Continuei a observando toda focada em remover uma certa mancha no piso... Ela é muito bonita.
Tem cabelo escuro e cacheado, e uma pele parda. Um corpo violão realçando sua cintura e quadril, e veste um uniforme escolar todo agora encardido e com alguns rasgos feitos pelos espinhos dos bosques.
Reparei que agora ela estava olhando algo de cima da minha cômoda. Nem sei oque é, e se fosse de valor ou que não quero ué vejam não estaria ali, então não liguei muito. Mas ela parecia astuta em relação ao tal objeto. Simplesmente mandei ela não mexer nisso, seja lá oque fosse.
Ela então voltou ao trabalho. Percebi que estou a encarando muito, imagina só uma faca fazendo furos nesse corpão... Até seu sangue deve ser bonito, se é que seja possível considerar beleza desse tipo de líquido.
Beverly- Terminei. Você pode me dizer que horas são?
Olhei para o relógio de pulso que antes era de alguma vítima.
Jeff- 22:30 . Ótimo, amanhã você limpa as paredes e o teto.
Ao dizer isso, ela soltou um suspiro baixo. Sorri fraco ao ver o desânimo dela. Agora ela está juntando os produtos usados na limpeza. Estava suada e provavelmente se incomodando com isso.
Jeff- Antes de ir, vá tomar um banho.
Assim que disse, seu olhos se arregalaram. A coitada ficou nervosa e sei que vai negar nesse meu tom de pedido.
Jeff- Estou MANDANDO
Falei mais alto e com a voz mais rouca. A garota então visivelmente se arrepiou.
Beverly- Mas eu não tenho outra roupa...
Não posso deixar ela usar isso de novo, está fedendo.
Jeff- Pegue uma roupa minha, vai logo de uma vez!
Ela ditigiu-se até meu guarda-roupa e pegou minha camiseta preferida. Que saco. Também catou uma calça macia. Nunca usei isso, tem estampa demais. Essa calça agora pertence a ela.
Ela saiu e foi ao banheiro, alguns minutos depois escutei o barulho do chuveiro sendo ligado.
Quando ela saiu, mandei fazer uma janta e ela então me disse que não temos comida para preparar. Amanhã eu compro mais.
Beverly- Oque você vai jantar então?
Jeff- Faça uma pipoca aí. Isso deve ter.
Nada mais combina com pipoca do que filme. Sentei-me no sofá e escolhi um filme de terror. A garota apareceu na sala com uma bacia de pipoca.
Beverly- Posso fazer para mim também?
Achei graça da forma como ela perguntou. Me senti um rei supremo hahahahah.
Jeff- Não vou comer isso tudo. Coma também.
Deixei um espaço no sofá surrado para ela se sentar também. Assisti o filme sem prestar muita atenção. Quando percebia estava olhando para garota, que ao contrário de mim olhava atentamente a televisão.
Jeff- Qual é o seu nome?
Beverly- Beverly. E o seu?
Jeff- Jeffrey.
O filme e a pipoca acabaram. Acompanhei Beverly até sua cela e a tranquei. Não confio nela o suficiente para não trancar, vai que ela decida me matar enquanto durmo?...
Deitei em minha cama e não consigo dormir. Não paro de repassar a cena da Beverly saindo do banheiro de cabelo molhado e usando minha camiseta. Estava larga nela, a gola estava grande deixando visível a alça de seu sutiã de renda vermelho.
Estou perdido em pensamentos, faz tempo que isso não me ocorre. Me levanto e vou até a cozinha tomar um copo d'água... Mas no caminho passo na frente do quarto de Beverly. Beverly... Até seu nome é bonito. Será que ela está dormindo mesmo ou está tentando fugir? A curiosidade toma conta e decido destrancar a porta de seu quarto e abrir.
Olhei e vi Beverly dormindo calmamente. Bom, seria mais calmo se não estivesse sentido frio. Está foda encolhida abraçando suas pernas... Talvez seja bom trazer um cobertor para ela e...
OQUE EU ESTOU PENSANDO??? Eu sou Jeff The Killer. Até parece que vou cuidar de uma prisioneira. Ela que se vire.
Saí dali apressado. Votei para meu quarto e encarei o teto. Não fui dormir até voltar e levar um fucking cobertor pra menina. Oque há de errado comigo?
Cheguei no quarto dela com a coberta em mãos. Mas dessa vez, quando me virei para ir em sua direção, estava acordada.
Ela olhou para meu rosto, que se encontra visível sem o capuz. Fez então uma feição que eu não esperava.
Ficou exatamente normal. Talvez um pouco surpresa ou confusa.
Todos que vêm essa marca que fiz em meu rosto, no mínimo se assustam.
Beverly- Oque você está fazendo aqui?
Jeff- Nada de importante.
Disse seco. Ela então continuou a encarar meu rosto. É como se ela admirasse.
Jeff- Você não acha.... Perturbador?
Bev- Oq?
Jeff- Meu rosto! Olha oque eu fiz comigo mesmo... Não sente agonia ou remorso?
Bev- Não. Posso ser sincera? Eu na verdade acho isso que você fez uma obra de arte! Veja, você usou uma forma bem incomum de se expressar. Consigo perceber em suas pálpebras queimadas, o ódio que sentia... Ódio dos outro e talvez de si mesmo. O corte mostra a tristeza acumulada, e o fato de ser em forma de sorriso, revela talvez.... Alívio?
Não acredito no que ouvi. Ela descreveu anos de minha vida em menos de um minuto. Não gosto de pensar em mim, pois assim lembro meu passado sombrio. Mas não tem como não lembrar depois de ter explodido aquele dia... O dia em que me mutilei para me castigar permanente do que fiz com minha família. O dia em que Jeff The Killer nasceu.
Pode não parecer, mão não tenho orgulho de mim. Odeio o fato de eu existir, não gosto de ser esse monstro. Mas isso é o pensamento de apenas uma metade minha. A outra metade gosta de matar para me vingar de todos os anos de sofrência, para esquecer os problemas. Já que todos os humanos são iguais.
Bev- Jeffrey? Você está bem??
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Jeff The Killer: porque?
De TodoComo será a vida daqueles que odeiam a si mesmos? Daquelas pessoas que preferem não pensar em nada, pois quando pensam, sua mente as corrói lentamente. Parece que Jeff, o famoso The Killer, é assim. Ele tem inúmeros inimigos, mas o pior deles, seria...