Escondendo Algo

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JEFF THE KILLER

Hoje eu fiquei estranho. Não parava de pensar na Beverly. Nem sempre pensava coisas normais, tinha horas em que me pegava imaginando ela gritando de encontro a minha faca.

Achei melhor ficar longe dela essa manhã. Decidi comprar mais comida. Por mim, eu comprava só alguns pacotes de miojo, mas se a garota não comer direito, é capaz de ficar doente. Não que eu me importe ou me preocupe.... Muito pelo contrário! Tanto faz se ela está bem ou não, não é?

Fui até um hipermercado que fica do doutro lado, perto de uma rodovia. Gosto de lá pois os funcionários são tão inconvenientes que nem olham na cara dos clientes direito. Isso é uma vantagem para mim.

Comprei produtos enlatados e empacotados. Não faço ideia do que Beverly gosta de comer, e também, ela VAI comer qualquer coisa!

Pensando nela... Ela não pode ficar usando minhas camisas para sempre né. Para sempre não, quis dizer "enquanto ela serve".

Fui até a sessão onde tinham roupas femininas. Não sei qual tamanho ficaria bom. Com aqueles peitos maravilhosos não pode servir em um tamanho PP... Eu acho...
Mas que bosta eu estou pensando?

Catei as primeiras camisas e calças que vi. Estava saindo já sem paciência dali, mas quando me virei avistei várias calcinhas diferente. Hahaha tá aí outra coisa que ela precisa.

Catei umas bem vulgares. Porque vende isso em um hipermercado? Deveria ser de um puteiro. Imagina a cara da Beverly ao ver oque comprei para ela. Já estou até rindo...

Fui ao caixa e despejei tudo no intuito de mostrar que estou com pressa. A idiota da atendente ficava se fazendo de mal paga e passava as coisas sem vontade pelo caixa.

Nossa, me segurei para não enfiar a faca em seu pescoço, nem trocamos uma palavra e já não gosto dela.

Paguei com o dinheiro que pertencia as pessoas que agora estão mortas e fui embora. Falando nelas, fiz meu caminho de sempre, seguindo a corrente contrária do córrego no bosque.

Chegando em casa entrei e vi Beverly em meu quarto. Parecia meio tensa, desconfie que estivesse fazendo algo que não devia. Vou fingir não ligar, assim caso ela tente fazer algo já estarei preparado.

Larguei as sacolas na cozinha e fui até a sala, observar ela de longe. Não vou perder a chance de ver sua reação ao descobrir que escolhi suas calcinhas.

Ela então ficou super envergonhada, e parecia um tomate de tão vermelha.

Bev- Jeffrey!

Não a respondi, apenas ri da cara que ela fez.

Bev- ... Obrigada, Jeff.

Ela então mudou um pouco a expressão. Acho que não pretendia me chamar pelo apelido. Eu, particularmente, não me importo, ambas as duas formas de se referir a mim soa sombrio devido a minha imagem.

Jeff- Não me agradeça. Não curto isso.

É verdade, soa meio estranho. Nenhuma das minhas vítimas me agradeceu por nada... Até hoje. Ainda não entendo porque ela age assim. Se acostumou muito rápido a viver com um assassino louco.

Quando eu estiver tendo minhas crises e quiser matar alguém, ela será o primeiro alvo. Logo logo sentirá medo de mim e não ficará tão a vontade.

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Mais tarde

Beverly me chamou para almoçar. Me surpreendi ao ver a mesa posta e dois pratos cheios. Sem zoeira, acho que fazia anos que não tinha um almoço tão rico.

Ela fez arroz, feijão, purê de batatas e bife. Tinha mais um mato que não pretendo comer junto. O cheiro estava delicioso. Parece um prato típico de quando eu ainda era "normal".

Bev- Jeffrey, não vai babar na mesa.

Disse rindo em seguida. A olhei e agora ela estava sorrindo, um puto de um sorriso lindo. Não disse nada e me sentei.

Dei a primeira garfada na boca, e uma avalanche de sabor me atingiu. Me lembrava a comida da minha mãe, aquela vaca. Por mais que eu a odiasse, adorava a comida que preparava.

Quando percebi já havia terminado, repito o prato e só daí cansei de comer. Beverly me olhava sou um sorrisinho de canto. Droga, ela percebeu que adorei?

Bev- Gostou da comida?

Jeff- Se gostei? Não, não gostei. Desse jeito é capaz de ficar fora de forma em menos de uma semana.

Fui sincero, sem perder meu sarcasmo. Ela então sorriu enquanto se levantava e levava os pratos até a pia e lavava os mesmos.

Não paro de a olhar. Está de costas para mim, usando ainda a mesma roupa de ontem a noite. Minha camiseta preta preferida e uma calça fina que achei no fundo do armário, sendo devorada por traças.
Estava com um típico visual de ficar em casa. Já matei várias vítimas que nem ao menos estavam de cabelo arrumado quando invadi suas casas.

Reparei então que estava descalço, e parecia se incomodar com isso.

Jeff- Onde estão seus sapatos?

Bev- Molhados. Acabei derrubando água quando limpava o banheiro, fora que são muito desconfortáveis.

Levantei e fui em direção à lavanderia. Peguei os sapatos que faziam parte do uniforme escolar que usava. Ela os pendurou num varal improvisado. Olhei nas solas. Queria saber quanto ela calça, para na próxima vez que eu sair para matar procurar por chinelos.

Eu poderia muito bem deixar ela ficar descalço, mas esse chão não é dos melhores. O piso de madeira tem algumas frestas, onde alguns insetos peçonhentos gostam de se esconder, e é só que falta uma aranha venenosa picar a Beverly. Se ela morrer para um bichinho, oque será de Jeff The Killer?

Não havia números indicando o tamanho do calçado. Droga! Agora vou ter que perguntar.

Foi em direção ao quarto de Beverly. Abri a porta rápido, assustando a garota que estava...

Estava escondendo algo de mim. Suas mãos estavam em suas costas.

Jeff- Oque você está escondendo?

Bev- N-nada!

Jeff- Anda, me mostra!

Disse indo em sua direção com passos firmes, para lhe causar medo e revelar logo oque esconde.

Bev- Não é da sua conta.

A olho de cima a baixo. É perceptível que está tentando esconder o medo, junto com o negócio atrás da mesma.

Jeff- Olha como fala comigo. Perdeu o medo?

Agora eu pego seu pulso em movimento brusco e o puxo para cima, quase a levantando do chão.

Em sua mão estava uma lingerie das que comprei essa era uma preta e com renda.
Assim que vi, soltei seu braço.

Jeff- sério que você estava escondendo isso? Estava esperando uma de minhas facas ou sei lá.

Disse em tom desapontado, provocando.

Bev- Ah Jeffrey, você é muito chato! Tchau eu preciso tomar um banho.

Jeff The Killer: porque?Onde histórias criam vida. Descubra agora