Eu me Importo

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BEVERLY

Jeff voltou. E oque me surpreendeu foi que trazia consigo: uma motocicleta velha.
Tinha saído para resolver algum problema, mas não me esclareceu qual era.

Não gosto quando ele faz isso, contar as coisas tudo pela metade. Mas também não gosto de gente enxerida, por isso evito de ficar perguntando... As vezes eu mesma deixo tudo confuso.

Quando ele saiu, fiquei imaginando oque poderia ser o tal assunto que fora resolver. Talvez seria algo relacionado ao domicílio que iria alugar, mas não sei se ele já tinha fechado negócio.
Talvez seria relacionado ao emprego que encontrara.
Talvez até tenha a ver com seu amigo, Masky.

Agora que Jeff chegou, e com uma moto, suponho que ela tenha sido o assunto que fora resolver.

Jeff- Cheguei, demorei muito?

Bev- Até que não! Você tem uma moto? Nunca me falou dela.

Jeff- ...É, eu tenho. A muito tempo, mas não usava.

Não senti firmeza em sua frase. Mas como eu mesma prefiro que não perguntem, não vou me intrometer em assuntos nada construtivos.

Enfim, eu e Jeff terminamos de arrumar a casa, deixá-la um pouco diferente do que era antes, trocando móveis de lugar.
Ficou melhor, deu impressão de mais espaço.

Até que fiquei cansada e com sono.

Bev- Jeff, eu vou dormir. E você? Vai quando?

Teria sido melhor perguntar "vai onde?", pois não faço ideia se ele vai dormir comigo ou no quarto de visitas.
Por mim, ele passaria essa noite comigo, e as demais também.

Jeff- Vou apenas me ajeitar e também vou dormir. Boa noite, Beverly.

Ele disse, me fazendo perceber que não vai se deitar comigo hoje. Droga!
Foi até o quarto de visitas, que é de frente com o meu.

Entrei no meu quarto e coloquei um pijama, do qual não vestia a meses e sentia saudade do cheiro de amaciante.
Deitei-me na cama, que tinha as mesmas cobertas de sempre.

Me cobri com a minha mantinha nada infantil, em tons de rosa, com estampa da Hello Kitty. A sensação era meio nostálgica e boa.

Agora estava tentando dormir, mas estava demorando um pouco para meus olhos se aquietaram. Deixei a porta aberta, como sempre fazia quanto ia dormir aqui, mas dessa vez, a porta do quarto de frente ao meu também estava aberta.
E dentro dele, estava o cara com quem eu mais me importo no mundo.

A única luz acesa era a do quarto de Jeff. Podia vê-lo andando pelo quarto com a sombra que se fazia.
Até que então, a sombra de Jeff tira a camisa, deixando a mostra uma silhueta perfeita de seu corpo.

Agora sentia mais vontade ainda de ir lá, dormir sob esse peito, aquecer-me com o calor desses braços e sentir sua respiração próxima dos meus cabelos. Era isso que eu queria, mas sou indecisa demais para pensar se vou lá ou não, já que posso acabar sendo incômodo.

A última coisa que eu queria era que já nos primeiros dias, Jeff cansasse de morar em minha casa. Mesmo ele já vivendo comigo antes, na cabana, agora é tudo diferente. Até nós dois estamos levemente diferentes.

Jeff não está tão a vontade. Não o julgo, pois essa não é a casa dele e isso é normal.

E eu, ando mais indecisa do que o normal, não tenho certeza de nada.



OUTRO DIA

Acordei, já percebendo que não dormi muito bem. Talvez até de mal jeito, sentindo um desconforto no pescoço. Ótimo jeito de começar o final de semana.

Levantei e fui até a cozinha, onde Jeff preparava café.

Jeff- Bom dia... Você dormiu bem?

Sua pergunta soou com bastante dúvida. Pareço tão acabada assim?

Bev- Estou tão ruim assim?

Ri um pouco

Bev- É, não foi muito boa essa noite. Senti frio em algum momento e me recusei a levantar, e acho que dei mal jeito no pescoço.

Agora ele que riu de leve. Pegou uma xícara e encheu-a de café, e então empurrou para minha frente.

Jeff- Então tome um café e relaxe, hoje podemos tirar o dia para não fazer nada.

Disse enquanto andava pela cozinha até vir atrás de mim, e colocava suas mãos grandes em meus ombros e massageava.
Era realmente bom.

O melhor de tudo, era que parecia-mos um casal de muitos anos de relacionamento. A sensação era muito boa.

Ao mais tardar, eu e Jeff deitamos no sofá e ligamos a televisão. Passava minha série policial favorita, Criminal Minds, mas tudo teve de ser interrompido.

A campainha tocou e fui atender. Abri a porta sem tirar a corrente, apenas para ver quem era.
Era o Ag. Weeler, acompanhado pela d. Robin. Ambos seguravam aquelas pastas assustadoras cheias de clips de papel e post-its coloridos.

Na minha cabeça eu só pensava: Vão ver o Jeff e vai dar ruim.

Jeff The Killer: porque?Onde histórias criam vida. Descubra agora