So Close To Magic - Drarry

NOVE

HARRY POV
BABÁ

O dia foi uma confusão.

Eu sempre fui do tipo que faz listas, então decidi fazer uma chamada: o pior dia da minha vida e porquê.

1- Era quarta-feira (essa informação, na verdade, não faz nenhuma diferença eu só não gosto de quartas);
2- Eu estava a uma semana fazendo aulas sozinho;
3- Com "sozinho" eu quero dizer: "em um covil de cobras", literalmente;
4- Uma das cobras era meu inimigo;
5- Inimigo esse que já tentou me matar (cinco vezes);
6- Eu odiava o ar;
7- Iriamos ter um teste para avaliar nossas novas habilidades;
8- Esse teste era em dupla (não preciso lembrar que eu estava em covil de cobras);
9- Por estar em um covil de cobras eu fiquei sozinho;
10- Mas a professora não gostou da ideia e me juntou com o meu inimigo (que já tentou me matar cinco vezes);
11- Tínhamos que ir para a Floresta Proibida;
12- Tínhamos que enfrentar criaturas desconhecidas;
13- Zacharias Smith estava lá;
14- Draco Malfoy estava lá;
15- Estava escuro, frio, com um silêncio assustador e eu tive que ficar do lado de Malfoy;
16- TINHA UM DRAGÃO!;
17- Malfoy começou a pegar fogo;
18- Agora eu tenho que cuidar de Malfoy.

Vou explicar essa última parte.

Estávamos na floresta, Zacharias tinha desmaiado de medo daquele dragão. Luna disse que era uma fêmea mas eu não ligo pro gênero da criatura quando ela está prestes a me matar.

A dragoa cuspiu fogo e eu me mantive à frente de todos para impedir que os outros dois, e o corpo caído no chão, pegassem fogo. Malfoy já tinha lançado faíscas vermelhas no céu e eu estava torcendo para que alguém chegasse logo.

O ar estava quente. Quente como eu não sentia a muito tempo. Quando um aluno novo chega à Grifinória, é comum que ele "superaqueça" e torne o ar pesado e difícil de respirar. Para mim não é problema, eu lido com o fogo desde sempre, mas eu não podia esperar alguma ajuda de Malfoy. Eu sabia que se ele saísse do conforto de sua neblina ele cairia no chão pelo calor.

O professor Snape chegou rápido. Eu tinha mantido a dragoa numa bolha de fogo, ela batia com as patas nas paredes tentando sair. Cada batida fazia meus joelhos tremerem pela força que eu tinha que fazer. Snape estava bem, ele já era adulto, o calor não o afetava tanto quanto afetava Malfoy. Ele conseguiu distrair a dragoa o suficiente para que nós dois olhássemos para trás.

E foi aí que minha vida mudou.

Malfoy estava envolto em um círculo de fogo.

Olhei para o professor ao meu lado, ele estava com os olhos arregalados e eu não devia estar diferente, ele acenou com a cabeça mandando que eu fosse até Malfoy. Ouvi ele chamar Luna para ajudá-lo.

— Malfoy. Olhe para mim — pedi segurando seu rosto. — Não sou eu que estou deixando o ar quente. É você — avisei a ele e o vi franzir o cenho.

Eu estava tão confuso quanto ele.

— Ei. Fique acordado. — Seus olhos estavam fechando e ameaçavam não querer abrir. — Olhe para mim. — Eu fiz algo arriscado.

Quando estamos aprendendo a manipular o fogo, frequentemente perdemos o controle, causando incêndios ou superaquecendo, quando isso acontecia, os professores seguravam nossos rostos com as mãos em chamas e passavam seu fogo para nós. Era como beber fogo líquido. Isso podia matá-lo, quando fazemos isso, é como se nosso corpo fervesse. O fogo nos invadia e aquecia tudo dentro de nós, qualquer pessoa morreria com isso. Mas era a única coisa que eu podia fazer. Passar o meu poder para ele.