DEZESSEIS

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HARRY POV
FLEGETONTE

Eu fortalecia meu escudo a cada hora, Hermione disse que faria mais efeito se fosse com mais frequência, mas eu dificilmente me lembrava que ele existia. Estava conversando sobre isso com ela.

— Como é o seu? — perguntei.

— Eu imagino uma barreira de mármore — falou. — Às vezes, quando estou muito irritada, ela meio que se racha e lava sai por entre as rachaduras. E o seu?

— Conhece o Rio Flegetonte?

— Mitologia grega? — Assenti. — Não sabia que gostava disso.

— Tem algo que me fascina nela — disse, dando de ombros.

Estávamos conversando aos sussurros na biblioteca, fazendo o trabalho de poções e pesquisando mais sobre oclumência.

Pensei que me sentiria diferente tendo uma barreira em minha mente, mas não. Continuava tudo uma bagunça organizada. Malfoy podia não conseguir ficar ali, mas eu sim, sabia onde tudo ficava e onde estavam as coisas que eu deveria evitar pensar. E uma delas eu não conseguia guardar: por que Malfoy me disse sobre o escudo? Ele podia ter dito que não existia e invadir minha mente quando quiser se eu não soubesse de sua existência.

Malfoy era algo que eu deveria evitar pensar. Eu o odiava mais do que poderia ser normal. Ficar perto dele me irrita. Geralmente eu sou bem calmo, mas ficar perto dele é como ficar perto de um explosivo e ignorar o extinto de abaixar para se proteger.

Toda nossa rivalidade começou no primeiro ano, mas acho que as coisas eram muito bobas naquela época. Ele xingava Hermione de tudo que podia, e isso me irritava ao ponto de acordar com os lençóis e cobertas em pura fuligem. Ele gostava de dizer o quão rico era, o quão poderoso era e como ele poderia ser uma amizade perfeita para a pessoa certa.

Nossa implicância ficou pior no terceiro ano. Meus padrinhos, Remus e Sirius, e meu pai, James, são animagos, e no começo era de forma ilegal, Remus é um lobsomem, o que já não o ajudava a arrumar um emprego, e meu pai e Sirius queriam ajudá-lo a passar pelas luas cheias de alguma forma, então viraram animagos. Malfoy descobriu isso e contou para o pai, que informou o Ministro. Minha família teve que pagar uma taxa nada baixa em dinheiro e tiveram que fazer toda a avaliação que o Ministério pede para que a habilidade de se tornar animago deles pudesse ser legalizada.

Quando descobri o que aconteceu, eu dei um soco em Malfoy. Lembro da minha mão doer, eu quebrei o pulso porque não sabia como bater em alguém. Malfoy se irritou e tirou a água do lago e me encharcou, tirando qualquer habilidade minha de produzir fogo (eu posso fazer a água evaporar, mas é demorado demais e tem o risco de eu evaporar a água que está dentro de mim, isso me daria uma visita muito desconfortável a enfermaria), e depois Malfoy me deu outro soco.

Aquele foi um dos poucos dias que eu me descontrolei. Minha mãe escolheu como disciplina extra o controle da terra, e me ensinou algumas coisas. Em um resumo: eu abri um buraco na terra e Malfoy caiu lá, eu estava quase fazendo as raízes soltas pelas terra o prenderem lá embaixo quando ele fez uma onda me levar para o buraco, ele ficou bem, sabia respirar embaixo da água, mas eu me afoguei. Senti a água entrar pelas minhas narinas e arder enquanto ia até meu pulmão, eu comecei a tossir mesmo que isso só me afogasse mais. Malfoy, que nem sequer ficou com as roupas molhadas, nadou até a borda do buraco que eu tinha feito aparecer ali e saiu. Só sei que acordei na enfermaria dois dias depois, com o peito doendo, sem conseguir falar e com hipotermia. Depois daquele dia, nunca mais me dei bem perto de Malfoy.

So Close To Magic - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora