TRINTA

2.9K 364 165
                                    

POV DRACO
RESPOSTAS II

— Vocês não podem prosseguir com esse relacionamento! — Snape bateu na mesa do diretor com força. Harry se assustou com o barulho do impacto de sua mão contra a madeira. Dumbledore nos olhava com aquele olhar misterioso, carregando segredos demais. A professora McGonagall nos olhava como se estivesse decepcionada mas não estava surpresa. Pomfrey nos olhava com os olhos semicerrados, as engrenagens mexendo em sua cabeça.

— Não vejo porque impedi-los — contra argumentou Dumbledore. — Se os proibirmos de se encontrarem irão fazê-lo às escondidas. Se soubermos podemos controlar a situação de forma passiva e inteligente.

— Evidentemente eles não têm machucados, parecem inteiros da cabeça aos pés — Pomfrey disse depois de nos avaliar meticulosamente. Ela segurou meu queixo e virou minha cabeça de um lado para o outro, avaliando minha pele. Pude ver seu olhar se demorar na minha nuca, um pouco abaixo da orelha direita. Uma única mancha rosada marcava minha pele, resultado de uma briga entre Harry e eu. Bem, não dá briga, mas dos efeitos colaterais dela. Elementos agitados dentro de nós, pela adrenalina, dificultavam o toque. Mas ela piscou para mim e voltou a dizer: — Provavelmente algum desconforto irá percorrê-los se decidirem continuar com isso, mas não vejo nada grave demais.

— Acha que teremos outro incidente? — McGonagall perguntou.

O incidente era só uma forma de chamar quando dois magos d'água e do fogo se aproximam romanticamente. Pelo menos uma vez por ano acontece, um dos dois se machuca gravemente e então tem de se separar.

— Creio que as habilidades de fogo do senhor Malfoy possam controlar essa parte. Não haverá conflito entre a magia deles — respondeu a enfermeira.

— Diretor, o senhor não pode estar aprovando essa ideia — Snape disse, sem deixar claro se era uma pergunta ou não. — Isso vai contra as regras da magia — sussurrou.

Dumbledore continuou nos encarando investigativo. Os dedos cruzados sobre a mesa enquanto ele analisava a situação. Nada que ele dissesse mudaria algo, e duvido que ele disse algo. Ele parece o tipo de pessoa que gosta de unir dois tipos diferentes de caos e ver no que dá.

— Eles são pessoas antes de serem magos, "e as pessoas são o componente mais variável e mais importante na equação mágica. A magia em si é, afinal, uma constante, uma fonte pura e permanente, como a água. As pessoas e o mundo que formam são os condutores da magia,  sua natureza, colorindo sua energia como um corante faz com a água". — Uma citação. Acho que já li esse livro em algum dos meus livros em casa. As palavras se instalaram no cômodo e pairavam no ar, tão densas que eu poderia tocá-las se quisesse. — Você, Severus, deveria entender que a magia não consiste apenas de poder. Ela é viva, e precisa de alguém que a conduza. Se feito da forma certa. Nossos alunos não se machucaram, e acho que faz parte dos planos deles não o fazerem.

Snape não gostou do que ouviu, mas não disse mais nada. Eu sabia que no fundo era apenas preocupação comigo. Por muito tempo, ele foi o mais perto de um pai que eu realmente tive, e sou grato a ele por isso, por se preocupar.

— Agora, se me dão licença — o diretor pediu para os demais. Todos assentiram e se retiraram no cômodo, restando apenas Harry, Dumbledore e eu. — Veio ao meu conhecimento que vocês estão à procura de respostas para o que aconteceu ao senhor Malfoy. — Harry e eu assentimos. — Gostariam de compartilhar o que acharam?

Harry olhou para mim, esperando minha permissão para dizer. Um aceno indiferente meu fez com que ele contasse tudo o que descobrimos até agora.

Merlin tinha a capacidade de controlar os quatro elementos, um dom passado de geração em geração e perdido por estilhaços do tempo. Não sabemos como chegou até mim, nem porque. Ou porque aconteceu apenas comigo e não com o resto da minha família.

So Close To Magic - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora