VINTE

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HARRY POV
RESPOSTAS

Cansei de esperar respostas de Madame Pomfrey ou de algum professor, combinei de me encontrar com Rony e Hermione na biblioteca depois do jantar, o que me deixou ansioso para acabar a aula com Malfoy o mais rápido possível.


Hermione já tinha três livros na frente dela e lia um com atenção, Rony estava quase terminando o primeiro livro quando me sentei ao lado dele. Ele pareceu preocupado quando me viu, mas não fez perguntas, ele me conhecia bem ao ponto de saber quando eu queria ou não conversar, ele só me deu um sorriso encorajador e passou um dos livros da pilha de Hermione para mim.

Eu estava cansado, desde o dia que descobri minha habilidade estranha para controlar o fogo de outras pessoas eu tenho treinado, nenhum professor poderia me ajudar com isso, então eu o fazia por conta própria. Isso tem me deixado exausto, vou dormir tarde todos os dias e acordo mais cansado do que quando fui dormir. E tem as aulas da manipulação do ar, isso tem me exaurido muito mais, um novo elemento é cansativo, ainda mais quando eu não posso treinar com ninguém porque fiz a burrada de ir para uma turma diferente de todo o resto da Grifinória. Luna me ajuda às vezes, mas não posso pedir para que faça isso sempre, ela tem a própria vida e também está aprendendo novas habilidades.

— Alguém quer alguma coisa da cozinha? Não vou conseguir ficar aqui sem nada pra comer — Rony disse, se levantando e fechando o livro.

— Estou bem, valeu — falei.

Hermione olhou para mim e trocou olhares com Rony.

— Você não jantou hoje, Harry — observou.

— Não tô com fome, sério — garanti.

Ouvi Hermione pedir uma xícara de chá para Rony, mas não prestei atenção se eles trocaram mais alguma palavra sobre isso, me concentrei no livro. Não falava nada demais.

Nós três decidimos ler o máximo de coisas possíveis sobre os outros elementos, a história, as habilidades, pontos fracos e fortes, ver se mencionavam algum mago ou feiticeiro que nascera com habilidade o suficiente para aprender dois elementos opostos como água e fogo. Meu livro falava sobre a água, tinha quase certeza de que eu já o li alguma vez, algumas frases eram familiares. Se eu já o li, foi quando consegui acender uma chama embaixo d'água, aquilo despertou uma curiosidade enorme dentro de mim para saber se mais alguém já conseguira tal coisa, mas não.

A regra sobre magia elementar é simples: nada que a natureza já não faça sozinha.

Pelo o que eu sei, e, me corrijam se eu estiver errado, não é possível acender uma chama dentro d'água. Por cima dela? Fácil, já fiz isso milhões de vezes no Lago Negro com meus amigos, se tiver alguma coisa inflamável (geralmente óleo ou gasolina) na superfície d'água, o fogo acende com facilidade, mas óleo não se mistura com água, então não tem como acender fogo embaixo dela. Isso me irritou. Não ter uma resposta. Fazer algo que os outros não conseguem é incrível, uma sensação de poder toma conta de você, você sente orgulho de si mesmo. Mas não ter uma resposta ou explicação sobre isso só te deixa atordoado e agoniado. Malfoy é submetido a horas de exames e testes, perguntas pessoais demais são feitas para tentarem achar um motivo para ele conseguir fazer algo do tipo, eu não quero nada disso comigo, por isso não falei para ninguém.

Uma coisa que eu não me lembrava de ter lido nesse livro antes: Merlin. Ele foi da Sonserina, foi o mago mais poderoso de todos os tempos e, de acordo com o livro, existiam rumores de ele ser forte o suficiente para controlar os quatro elementos. Ótimo, Malfoy é um Merlin rebaixado. Não existem relatos sobre seus feitos que envolvam fogo, mas ele podia fazê-lo. Deve ter algum motivo por trás disso. E pode muito bem ser um rumor, Merlin viveu séculos atrás, é difícil achar algo verídico sobre ele. Mas mesmo assim, uma sensação estranha me disse para olhar isso mais a fundo.

— Me empresta sua pena? — pedi para Hermione.

Ela tirou os olhos do livro por alguns segundos.

— Achou alguma coisa? — perguntou intrigada.

— Talvez. — Ela me olhou com interesse e pediu o livro, passei a ela, que leu com uma velocidade assustadora.

Rony chegou, com uma xícara escaldante de chá e um bolinho de baunilha na mão.

— Achamos uma resposta?

— Achamos alguma coisa — Hermione disse, anotando trechos do livro em um pergaminho, ela bebeu o chá tão rápido que me preocupei de ela se afogar.

— Vamos levar isso para algum professor? — Rony perguntou se sentando.

— Não mesmo — Hermione respondeu. Rony e eu a olhamos em choque. — O quê? Eles vão dizer que já sabiam disso e que não ajudou em nada. Só vamos levar alguma coisa para eles quando tivermos uma resposta.

Rony olhou para mim com a cara de bobo apaixonado que ele sempre usava com ela, nunca entendi como Hermione não percebeu isso.

— Então nós temos uma resposta? — Rony perguntou pegando o papel de Hermione e lendo.

— Temos um ponto de partida — Hermione corrigiu. — Tudo que acharmos sobre Merlin está valendo. — Ela se levantou e recolheu nossos livros, quando voltou tinha uma pilha com seis livros, sobre o elemento água, sobre os grandes magos da Sonserina e sobre Merlin. — As regras da biblioteca dizem que cada aluno pode levar dois livros para a comunal por uma semana e três se tivermos autorização de um professor. Harry, dê um jeito de Remus nos autorizar para isso.

— O objetivo era tirar você da biblioteca, não levá-la conosco — Rony murmurou.

— Calado, Weasley. — Era a voz de professora dela. Odiava essa voz. — Consegue pedir isso para Remus? — perguntou para mim.

— Posso tentar — garanti.

— Ótimo! — Hermione estava eufórica. Isso me assusta, pessoas que ficam animadas demais com livros precisam urgentemente de ajuda.

Mas não nego que também estava empolgado, queria uma resposta logo, esperar já estava ficando cansativo demais.

So Close To Magic - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora