18.

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Acordo no sofá com a luz do sol queimando meus olhos e sinto uma dor de cabeça que faz pressão em meus ouvidos, me permitindo ouvir somente um leve zumbido irritante.

Aos poucos minha mente é invadida por lembranças da noite passada. Merda, eu bebi demais e talvez tudo isso seja uma ressaca - bem merecida.

Me lembro exatamente de todas as coisas, da solidão, das luzes piscantes do bar, de cada palavra dirigida ao Harry, na minha tentativa de voltar para casa e do olhar cortante de decepção vindo de Donyia.

Uma grande noite cheia de coisas para quem não se sentia ao menos vivo durante a semana. De qualquer forma, Donyia está certa, eu ainda estou vivo porque sinto tudo e no momento não sei se isso me parece tão bom, é como se eu tivesse sido atropelado por um caminhão e talvez realmente mereça estar me sentindo assim.

Por todos os dias sendo um covarde e por cada mentira contada a Liam. Sim, elas ainda doem assim como todo o meu corpo.

Já fazem dias desde que o vi pela última vez e ainda não consigo afasta-lo de meus pensamentos, não consigo esquecer do seu cheiro, toques e beijos. Apenas dois meses conhecendo Liam dia após dia e eu simplesmente não consigo entender porquê é tão difícil fazer com que ele não seja um dos meus primeiros pensamentos ao acordar.

Sinto falta dele mais do que poderia imaginar, mas preciso manter as coisas assim para que eu não me machuque pela rejeição. Apesar de todas as coisas eu ainda tenho meu orgulho dentro de mim e não quero ouvir da boca dele que eu sou mais um como Harry. Que sou a pessoa que se apaixonou, mas que vai ser jogado fora porque ele nunca quis nada sério com ninguém.

Merda, eu me apaixonei e não sei como lidar com isso também. Por quê o maldito buraco negro de dentro de mim não engoliu esse sentimento junto com todas as coisas boas que eu estava sentido? É só isso que me sobra, um vazio de todos os sentimentos bons, paixão sem futuro e uma doença maldita.

Finalmente me obrigo a a levantar e sinto uma tontura que quase me impede a ficar de pé.

- Bom dia, Zee! - A voz de Donyia da cozinha parece tão alta que quase me ensurdece.

- Não grita, por favor - Falo sem ter certeza se ela ouviu.

- O que você disse? - Ela pergunta gritando mais alto e eu tampo meus ouvidos.

Decido me caminhar até a cozinha e quando entro, me deparo com ela sentada a mesa tomando café.

- Estava te esperando.

- Por quê você tá falando tão alto? - Murmúro, ainda lutando pra manter meus olhos abertos, que estão lacrimejando com tanta claridade.

- A ressaca tá afetando seus neurônios, né? - Ela diz com aquele tom animado de sempre - Vem, senta logo, se alimenta bem que passa logo.

Me sento e encaro a mesa, sentindo que não vou conseguir comer tanto quanto deveria. Os dias passaram e eu continuo sem apetite.

Começo pelo café que está forte e ao bebericar, penso em Liam. Maldito Liam e pequenas coisas que me fazem lembrar dele.

Sinto falta até mesmo do café dele e do cheiro, do café e dele.

- Pensando em algo especial? - Donyia pergunta despretensiosamente mordendo um pedaço de pão.

- Não.

- Então comece a pensar em como arrumar sua vida. - Eu a fito tentando entender onde ela pretende chegar com isso - Sério, Zee, você precisa arrumar a bagunça que acabou virando tudo isso. Começando pelo Niall, vai ser difícil ficar tanto tempo sozinho nessas condições.

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