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Estou todo dolorido e deitado num quarto branco de… hospital?

As luzes super claras fazem meus olhos lacrimejarem e além disso meus ouvidos produzem um zumbido insuportável, junto com a dor de cabeça que me impede até de mexê-la.

Tudo parece frio e não tenho a menor vontade de me mexer. Quero apenas voltar para casa e deitar em minha cama até viajar para outra realidade e esquecer que existo nessa.

Para o meu azar as minhas memórias começam a passar como um filme na minha cabeça. E a última coisa que me lembro são dos olhos dele cheios de lágrimas - por minha causa.

- Finalmente! - Uma voz familiar ecoa no quarto - Zee, você me deixou tão preocupada, que bom que acordou. Como você está se sentindo?

- Eu fui atropelado?

- Não, tá doido? - Donyia sorri e se senta em uma poltrona do lado da cama - Você tá no hospital porque apagou no meio da rua, sorte sua que uma moça muito simpática estava voltando para casa e te viu. Ela te socorreu e agora estou aqui te fazendo companhia desde ontem à noite.

- Meu Deus… - Desde ontem à noite. Não imaginei que tinham se passado tantas horas. - Que horas são?

- Acho que umas duas e meia da manhã, por aí.

- Faz muito tempo que chegou?

- Sim, na hora que me ligaram, Alex me trouxe voando. Fiquei morrendo de preocupação, mas fico feliz que está bem.

- Desculpa.

- Deixa de ser bobo, não é sua culpa.

Ela me fita e me fico vagando por algumas memórias antes do apagão.

- Eu tentei ajeitar as coisas, mas não deu certo.

- Todas elas ou só uma?

- Acho que a mais importante.

- E por que deu errado?

- Porque aconteceu o que eu esperava e não foi bom. - Ela me olha, talvez tentando entender onde quero chegar, mas nem eu sei, então tento não prolongar a conversa - Acho que agora não tenho mais o que fazer.

- Pois eu tenho algumas coisas para lhe dar para fazer - A figura de Karen surge na porta e desejo sumir. Por algum motivo adverso a todas as outras vezes, nossos dois últimos encontros não foram os melhores e eu realmente não tenho força nenhuma para encarar esse terceiro.

- Ah, olha Zee - Dony se vira para Karen - Essa foi a moça que te salvou.

Deveria ter desconfiado que a tal moça simpática era nada mais nada menos do que a Karen voltando para a própria casa.

- Obrigado. - Falo sem a encarar.

- Imagina, Zayn - Ela parecia mais com a Karen com afeto materno para dar e vender e isso me deixa menos desconfortável - Mas então, como eu ia dizendo, tem algumas coisas que você precisa fazer.

- São muitas?

- Na verdade são coisas básicas que provavelmente você deixou de fazer depois que passou tanto tempo morando sozinho. A principal delas é se alimentar regularmente, de preferência de 3 em 3 horas e de forma saudável.

- Você não se alimentou, Zayn? - Donyia me questiona com aquele tom de quem já sabe a resposta e não lhe agrada nem um pouco.

- Não lembrei, foi mal.

- Mas de agora em diante tem que se lembrar - Karen interfere pacificamente - Além disso, seu sono tem que se regular e você precisa tomar mais cuidado com coisas simples tipo: tomar chuva. Ficar testando sua saúde agora não vai ajudar, então fazer o básico é extremamente necessário.

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