Stars - Ziam

42 - parte 2.

Desço as escadas e vejo minha mãe sentada no sofá e me observando me aproximar dela.

- Mãe, você pode me ajudar com a-

- Gravata - Ela se levanta sorrindo - Estava esperando por esse momento.

- Prometo que um dia vou aprender a fazer o nó.

- Eu não me importo de fazer parte do detalhe final. Prontinho, filho. - Ela passa a mão pelo meu terno e me olha com admiração de mãe coruja - Eu tenho tanto orgulho e me sinto tão feliz por saber que criei alguém tão especial quanto você.

Eu não sou muito do tipo de pessoa que chora por qualquer motivo, mas ouvir isso dela faz meus olhos marejarem. Saber que apesar de muitas pessoas se foram e depois voltaram - ou não - da minha vida, ela sempre foi a minha certeza e eu não preciso me preocupar com amanhã pois sei que ela permanecerá ao meu lado para sempre.

- Eu te amo, não poderia ter alguém melhor para estar comigo aqui até agora. - Pego na mão dela e a conduzo até a porta.

Minha mãe está com um vestido rosado que deixou ela linda. Eu já estava enjoado de vê-la vestida de branco de acordo com os padrões do hospital.

Nós não demoramos para chegar no local e ele está cheio, assim como o céu que parece estar em festa pelo tanto de luzes que brilham na imensidão do azul escuro da noite.

Obviamente minha mãe chora no momento em que recebo meu canudo e eu sinto uma sensação inexplicável de que estou no caminho certo de seja lá qual for o rumo que eu tomarei daqui em diante.

Na hora do baile, ela decide ir para casa e eu não entendo o motivo dela não querer ficar para a festa e eu até sugiro ir embora junto, mas ela me faz prometer que eu vou aproveitar a noite com a famosa frase “Só se vive uma vez, essa noite é única e toda sua!”. E essa frase da minha mãe começa a fazer sentindo a partir do momento que eu sinto algo dentro do meu peito ao ver Zayn do outro lado da pista, vestido numa roupa de tons azuis que me deixam hipnotizado.

Não consigo evitar de me aproximar com a impressão de que ele me puxa para perto mesmo enquanto ele permanece estático, como se pudesse enxergar somente a mim no meio das pessoas.

Nós ficamos um de frente para o outro e não falamos nada, como se apenas estar diante um do outro fosse mais suficiente do que qualquer palavra. Ficar tão perto dele faz com que eu sinta pulsações cada vez mais intensas passando por cada extremidade do meu corpo.

- Você me disse uma vez que queria que eu fosse seu par na formatura. - Ele diz parecendo um pouco inseguro, mas mantendo uma postura que qualquer um aqui que não o conhece, enxergue como confiante.

Eu estendo a mão para ele e sinto seus dedos encostarem na minha palma e assim que coloco minha outra mão em sua cintura, o puxando para mais perto, sinto batidas fortes em meu peito.

Estou tão perto dele que me sinto extasiado apenas pelo seu perfume e olhar penetrante que não se desvia nem por um milésimo dos meus olhos.

Começo a conduzi-lo no ritmo da dança e ele me acompanha como se tivéssemos ensaiado por muito tempo.

- Parece que você não se esqueceu de nada - Finalmente consigo responder a única frase que um de nós conseguiu dizer.

- Nem por um minuto.

- Você não se machuca lembrando de quando nós éramos… - Procuro uma palavra que pareça mais adequada para falar - nós?

Estamos finalmente conversando depois de 1 ano sem deixar com que ele sequer dissesse uma palavra sobre o nosso passado. Estou fazendo isso agora - embora um baile de formatura não pareça um bom momento - pois
estou com ele tão perto de mim que sei que não pode fugir de mim e nem eu dele.