Quatro

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— Ela que me beijou. —afirmei.

— Vocês se beijaram. —franziu os olhos.

— Ela que começou, eu não ia empurrar ela. —expliquei e mamãe riu.

— Você é péssima, Laysla. —brincou, sorrindo. — Puxei a senhora.

Corri e ela tacou o travesseiro em mim, e pegou na minha cabeça.

— Eu não te criei assim, não —exclamou, gargalhei.

É tão bom estar de volta em casa, e brincar com a minha mãe.

Foi uma viagem cansativa, mas compensou.

Dona Helen está orgulhosa, me chamando de filhinha advogada.

— E tu não pegou número dela? —perguntou curiosa. Neguei com a cabeça.

— Ela mora no meio do interior, sem condições. —dei ombros.

Estou fora.

— Tô feliz, pelo jeito não vou ser vovó tão cedo. —disse, negando com a cabeça.

— Pois é. —concordei.

Cheguei cedo em casa, pelas dezesseis horas, e corri para tomar um banho.

Foi incrível com a Valéria, mesmo que a mãe dela brigou com a gente, porém não fez um escândalo para não acabar com a reputação da filha.

Amém.

A minha mãe preparou uma janta e chamou a Sol, vai ser a primeira vez que eu vejo ela após a minha volta. Agora são vinte horas.

Não consigo nem raciocinar.

Caminhei até a cozinha e mamãe colocou a panela na mesa, ela fez panquecas e lasanha.

Engoli as lágrimas, um pouco sensível.

Na minha infância comíamos ovos frito e arroz, devido a falta de condições. Eu continuo gostando de arroz com ovo, mas hoje posso comprar tudo que não ter aqui em casa.

— Ei, está babando na comida, aí. —falou mamãe, ri e rolei os olhos.

— Está tudo perfeito, e com um cheiro bom. —elogiei, ela sorriu e colocou as mãos na cintura.

Disfarcei.

— Claro, oxê, eu que fiz. —convencida. — Mas não é para comer ainda. —avisou.

— Estou com fome. —resmunguei.

— Calma, esfomeada —fui até a cozinha e eu me sentei na cadeira.

Olhei o banquete na minha frente, faltou um docinho.

— Mãe, não tem nada doce? —perguntei curiosa.

— Sim, fiz arroz doce. —gritou.

Nossa, amo arroz doce.

Levantei rápido para pegar, fui até a cozinha e ele me parou na frente da geladeira.

— Laysla Machado! —cruzou os braços.

— É arroz doce. —certeza que meus olhos estão brilhando.

— Não, só após a janta. —exclamou.

— E se acabar? —brinquei. A Sol ama arroz doce também.

— Larga de ser olho grande, menina. —brigou e eu ri mais. — Se acabar, faz mais, tem o caderno da sua vó ali no armário cheio de receitas de doce.

Cruzei os braços.

— Oi, eu também quero arroz doce!

Ouvi e olhos para a porta, levei um susto quando vi a Sol sorrindo e o Pedro atrás dela.

Soltos e LeaisOnde histórias criam vida. Descubra agora