Doze

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Benjamin Narrando:

Está sendo incrível com a Laysla.

Não vejo que isso me levará ao fim do poço, mas o quanto eu puder: eu vou me recolher.

E apesar dela ter que esconder isso da Sol, ela vai me odiar quando souber, e eu não queria que me odiasse.

Dane-se.

Acendi o cigarro.

Como resolver uma insegurança? Ignore.

Hoje eu organizei o cabaré, acordei e comecei a limpeza. Armazenou muita poeira, ontem veio caminhoneiros e deixou uma zona literalmente. Mas, agora estou livre das lenhas, madeiras e tudo o que faz parte do outro serviço.

Só focarei aqui agora.

— Oxê, são dez horas ainda... —olhei para trás.

Observei a Mel, sentada no banco e com os braços em cima da mesa.

— E o que tem? —soltei a fumaça.

— O meu sono é leve, você fez barulho. —deu ombros. — E aí...

Lá vem conversa fiada.

Continuei esfregando o chão com a vassoura e ela veio em minha direção.

— Se eu te ajudar hoje. —colocou a mão na cintura. — Cê me dá folga no sábado? —sugeriu decidida.

Parei novamente de esfregar.

— Mel, está pedindo para a pessoa errada. —puxei um trago no cigarro.

— Tô não, é com tu mesmo —se revoltou. — A Fabiana não me libera. —bateu na mesa com a mão.

São sete horas da manhã, sete. E é assim que você acorda quando você tem certas responsabilidades.

Por isso também, que eu fugi daqui.

— Eu não sou escrava, Benjamin. —acordei do transe e ela ainda fala.

— Sim, você não é. —concordei. — Faça o que quiser.

Ela colocou as mãos na cintura e me olhou indignada.

— Mas também não funciona assim. —exclamou.

— Mel, me ajude aqui! —me virei, nervoso. — Se tivesse me ajudando, já teria vazado.

Ela calou a boca e começou ajudar esfregar. Fui encher os baldes e joguei a água em tudo, fomos retirando a água com o rodo.

Ainda está só no início, tem louças a lavar, conferir os guardanapos, ajeitar as mesas e passar um aromatizador de ambiente no local.

Que saco.

Mas não suporto sujeira.

Pelo almoço, mandei dona Luiza trazer o que ela oferece aos clientes, eu e a Fabíola vamos experimentar.

E para completar, porque eu estou com fome: uma colher de arroz e feijão.

— Isso é útil? —resmungou a Fabiana.

Soltos e LeaisOnde histórias criam vida. Descubra agora