Filipe quebrou o silêncio.
— Tudo aqui é tão bonito. —elogiou.
Ele admira com os seus olhos.
— Você acha? —murmurei.
— Sim, e diferente. —me olhou.
Concordei com a cabeça.
— Eu conheci a cidade grande, e é bem diferente mesmo. —comentei. — As pessoas, a internet.
— Aqui tem celular? —perguntou curioso. — Só telefone de linha.
Ele suspirou, aliviado.
— Veio para cá fazer o que? —sou curiosa mesmo.
— Acredito que quase o mesmo que você foi fazer lá. —sorriu e eu retribui.
— Ah, é? E por que eu fui?
— Se esconder de todos, pelo menos um pouco?
Se entreolhamos e eu não discordei.
— Não é bem isso, mas...
Ele sorriu, tem um olhar direto e desafiador.
— Eu nasci aqui, e amo este lugar. —falei, ele ainda observa a natureza. — Mas eu precisei estudar, para ser independente.
— Sei como é. —disse.
Ele está mentindo feio, não veio para cá simplesmente por vir. Ninguém nunca vem.
E nitidamente não quer nem tocar nesse assunto.
Chegamos ao novo bairro dele.
— Agora ache o número da casa, boa sorte. —falei, e ele segurou no meu braço.
— A gente se vê? —perguntou e eu dei ombros. — Espero que sim.
Ele sorrindo, negou com a cabeça.
— Moro na terceira quadra. —sorri de lado.
Voltei para casa e vi que tem chamadas perdidas da Sol, retornei e conversei uns minutos com ela.
— E como foi com o Benjamin, ontem? —a Sol perguntou curiosa.
— Ah, ele me trouxe em casa e foi para a casa dele. —fingi desinteresse.
— Hum.
Encerrei a conversei e desliguei para conversar com a minha mãe, ela me olhava tensa.
E eu mordi o lábio, nervosa.
— Está tudo bem? —questionei.
— Querida, filha... —tenho até medo. — Eu e o Eduardo voltamos.
Que droga, hein.
Mas menos mal, achei que ela ouviu os barulhos ontem.
— E agorinha, nós dois vamos almoçar em um restaurante... —pausou. — Perto da capital. —finalizou.
— Uau, que legal. —sem palavras.
— Não seja irônica. —pediu seriamente.
Engoli seco e ela tocou a minha mão.
— Olha, mãe... —mordi o meu lábio inferior. — Se senhora está feliz. —dei ombros e sorri amigavelmente.
Não posso julgar.
Mudei o assunto e ela me avisou que a carne está descongelando em cima da pia, e tem feijão cozido.
Olhei o relógio e são dez e meia. A Sol avisou que vem para cá, ela está saindo mais cedo da escola e vem tomar banho de ervas aqui.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Soltos e Leais
Teen Fiction"Você só me ama quando coloca a mão por baixo da minha saia." Laysla, se estabilizou em advocacia e sustenta a sua vida conforme a criação da sua mãe. Sendo rígida e independente, mas não tendo uma boa visão de homens, já que o seu pai não comparece...