Seis

28 0 0
                                    

Benjamin Narrando:

Ainda cedo, e a Laysla bate com o lado do corpo na porta, mas não fecha.

Então ela coloca um pé para trás, e segura a corrente para trancar na força. E tranca realmente, eu até ri.

A cintura dela é fina e o sobretudo preto esconde, ela está vestida com um crop branco de rendas delicadas. Acompanhando uma saia cumprida, lisa e preta. Com saltos altos.

Laysla ajeitou o seu cabelo armado, e eu percebi o quão o seu rosto tem um semblante sério, e o nariz empinado.

Nariz na altura e uma porta fudida.

— Laysla, Laysla —uma tia parou ela. — Mia fia, ocê está de volta? —se abraçam.

— Estou sim. —sorriu meiga. — Eu e o meu diploma. —a senhora largou ela, gargalhando.

— Deus é bom. —tocou no seu ombro.

— Passa lá em casa para almoçar qualquer dia.—convidou. —Farei farofa com linguiça e bacon, vamos comemorar.

Que delícia, até eu gostaria de ir se senhora não me odiasse. E olha que a filha dela que me quis, assanhada, eu não tive culpa.

— Agora eu vou mesmo! —ajeitou a pasta debaixo do braço. — Será bem-vinda. —concluiu e cada uma seguiu em frente.

Laysla abaixou a sua saia e continuou caminhando.

Peguei o machado e soquei na madeira, cortando no meio e em pedaços.

O outro lenhador me encara, mas logo foge com o olhar. Eu sei que sou bonito, mas ele nem disfarça.

E ele diz que é "homem", "macho". "Aí" se o pai dele saber disso.

Pela tarde, o meu chefe chegou trazendo as quentinhas do almoço e peguei qualquer uma. Catei um garfo e abri a tampa da marmita, vendo carne seca com mandioca, arroz com feijão e macarrão com carne. Ele valoriza o nosso trabalho com o nosso almoço. Deixei a tampa ao lado, segurei as verduras e abri a sacola, jogando em cima da comida. Comi a marmita inteira, almoçar faz bem.

— Aí, ô, Benjamin. —olhei para trás.

— Como está o cabaré? —perguntou sorrindo.

— Melhorando. —avisei. — Tá com saudades?

Os outros lenhadores riram dele, com sacarmos.

— Saí fora. —falou bravo. — Das quengas sim. —explicou.

— Hoje apareçam lá, terá músicas e show. —contei e eles animaram-se.

Se for analisar, todos são casados.

— Aí filhão, vai ver o lado bom da vida —bateu na costa do filho dele.

Se o pai dele soubesse que na verdade ele me quer.

Descansei as minhas costas no chão e fechei os olhos por conta da luz forte, cochilei um pouco mas tentei não dormir, temos que terminar tudo somente hoje. Abri os olhos e olhei ao lado, vendo a Sol passando na rua. Morena dos cabelos cor de ouros, e um corpo impecável.

Olhei no chão para não constrangir ela.

Ela afirmou sua bolsa debaixo do braço e passou rápido, estou sabendo que ela é professora, deve estava dando aula na escola.

Nem deve ser manhosa. Porém, eu quero a Laysla. A Sol só é a minha taróloga.

Passei protetor peitoral inteiro, em partes do rosto e no pescoço. Me levantei para trabalhar.

Soltos e LeaisOnde histórias criam vida. Descubra agora