Dezoito

6 0 0
                                        

"o seu olhar intenso e selvagem, contamina o meu cérebro
me deixa sem ar, abafa a minha rebeldia
e renasce o que eu nunca senti antes,
Amor (com letra maiuscula)" — Benjamin Coelho.

— Eu te falei que íamos em um lugar. —falou o Ben.

— É, você disse. Mas não fomos. —dei ombros.

Ele se aproximou de mim e tocou meu rosto, olhei seriamente para ele.

— Quero te apresentar a minha casa. —disse.

Concordei com a cabeça.

Fomos para a casa do Ben, e eu me supreendi com cada detalhe.

As paredes em um tom marrom claro, duas cortinas brancas e uma televisão pequena. Havia um sofá enorme da cor bege, uma mesinha de madeira clara perto do sofá, com um abaju e cinzeiro, isqueiros.

Uns cinco quadros de pintura na parede e foi o que mais me prendeu. O Nascimento de Vênus, Medusa, A Noite Estrelada, A Criação de Adão.

Ele não é desse mundo.

— São falsas? —perguntei, parada e fixa com o olhar.

— São sim. —falou, sem se importar.

Incríveis mesmo assim.

Coloquei o meu cabelo atrás da orelha e me virei para o mesmo, ele caminhou até a cozinha e eu fui atrás.

— Como você pode ver, não gosto de cozinhar. —disse.

Percebi.

Só tem um guarda-louça, uma pia simples e uma mesa de vidro com cadeiras em uma cor rústica. Um micro-ondas, geladeira modesta, e na parede um jogo de facas em um vidro. Naquele momento, ali na casa de Benjamin, eu sentia que eu tinha explorado algo que muitas garotas ainda não conheceu com os seus próprios olhos.

E a casa inteira é como ele, neutra e vazia.

Não deve mostrar para qualquer pessoa.

Eu me aproximei mais da cozinha e observei mais de perto, não tem nada visível aqui, parece que tudo está guardado em um determinado local.

— Quer comer algo? —perguntou e eu balancei a cabeça em positivo.

Caminhou até a geladeira e abriu, se abaixou e pegou uma pizza na mão. É de catupiry com frango.

Estou mais animada, e curiosa para conhecer mais, e ver principalmente o quarto dele.

O que ele tem de móveis e objetos, qual é a cor do lençol da cama.

— Já trouxe alguém aqui? —olhei em seus olhos.

Ele saiu andando até o micro-ondas e colocou na tomada.

— Não, a casa está sempre desarrumada, sou bem desorganizado. —passou a mão no cabelo e colocou a pizza lá dentro.

— Arrumou para mim vir? —sussurrei, quero bater na minha cara.

Olha a pergunta.

Ele mexeu com os lábios e pensou antes de responder, colocou os números e fechou a porta.

— Na verdade, eu arrumei ontem e você veio de surpresa. —passou a mão no queijo e sorriu.

O que eu estou pensando?

Cada pergunta.

— A, que bom está tudo organizado hoje. —mordi o lábio inferior e ele assentiu.

Acordei de uma ilusão.

É só uma casa.

— Sim, ótimo. —se encostou na pia.

Não queria demonstrar desconforto ou aflição, mas não sei esconder. Até porque, nunca me senti assim perto de uma pessoa.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 07, 2024 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Soltos e LeaisOnde histórias criam vida. Descubra agora