Laysla Narrando:
10h20
Logo de manhã a temperatura está quase trinta graus.
Cai a água do cano sobre mim, refrescando o meu corpo e encharcando o meu vestido.
Ajeitei o vestido branco no meu corpo, ele faz um x nos seios e vai até o pescoço. O resto é fino e solto até os pés.
— Como eu queria um cremosinho. —pensei alto.
Vou lá comprar logo.
Passei a mão no cabelo molhado e desgrudei o vestido do meu corpo, eu estou com um biquíni branco por baixo. Caminhei até o portão e abri devagar para não cair, tenho que trocar esse portão e fechar a casa com muro ao redor. Mas eu só falo.
Preciso colocar em prática, isso sim.
Observei o seu João vendendo cremosinho e churros, de vários sabores.
Estranho, o Benjamin não foi trabalhar na lenha hoje.
— Boa tarde, tio. —encarei os churros e o chocolate derretido.
— Boa tarde, Laysla. —sorriu carinhoso.
Ele é alto, negro, a sua pele é bem conservada. Sempre carismático e respeitoso.
— Churros tá lindo. —elogiei.
— Sim, mas pouca venda. —deu ombros, agora cabisbaixo.
— Mas por quê?
— O calor, filha. Churros é quente.
Concordei com a cabeça e pedi um cremosinho de leite condensado, ele me entregou e eu deixei para pagar na sua ida para casa. Ele sempre passa na frente da minha casa para ir embora, a casa dele é a penúltima da quadra.
Rasguei um pouco da sacolinha com o dente e suguei o doce, que delícia.
Sério, ele é o melhor do bairro em cremosinho caseiro, um gosto neutro de leite condensado, e gelado.
Desci para a casa e antes de chegar ao portão, observei Benjamin vindo em minha direção.
Só pensar no diabo, ele aparece.
Suspirei fundo e fiz semblante de paisagem, mas o meu estômago está ao avesso.
Tudo ao mesmo tempo sempre quando o vejo.
Ele continuou sério, não sorriu como sempre faz. Está com uma camiseta pink no ombro, e somente com uma bermuda no corpo.
Entrei rápido e ele veio até o portão, virei as costas.
Coitado, vou ao menor acenar para ele.
— Não, continua, Laysla. —sussurrei entre dentes.
Acabei que voltei para trás, fui até o portão e abri para o mesmo passar.
Ele entrou e olhou para o meu corpo, desgrudei novamente o vestido do meu corpo.
— Bom dia, Laysla. —falou, e senti um cheiro forte de whisky. — Quase não vi o vestido no seu corpo. —sorriu.
E que sorriso.
Uma hora dessa.
Corei um pouco, o vestido está bem transparente mesmo.
— Bom dia, Benjamin. —falei séria. — Cedo e você me atormentando, Benjamin?
Ele exalava whisky.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Soltos e Leais
Fiksi Remaja"Você só me ama quando coloca a mão por baixo da minha saia." Laysla, se estabilizou em advocacia e sustenta a sua vida conforme a criação da sua mãe. Sendo rígida e independente, mas não tendo uma boa visão de homens, já que o seu pai não comparece...