Sete

25 0 0
                                    

Laysla Narrando:

10h20

Logo de manhã a temperatura está quase trinta graus.

Cai a água do cano sobre mim, refrescando o meu corpo e encharcando o meu vestido.

Ajeitei o vestido branco no meu corpo, ele faz um x nos seios e vai até o pescoço. O resto é fino e solto até os pés.

— Como eu queria um cremosinho. —pensei alto.

Vou lá comprar logo.

Passei a mão no cabelo molhado e desgrudei o vestido do meu corpo, eu estou com um biquíni branco por baixo. Caminhei até o portão e abri devagar para não cair, tenho que trocar esse portão e fechar a casa com muro ao redor. Mas eu só falo.

Preciso colocar em prática, isso sim.

Observei o seu João vendendo cremosinho e churros, de vários sabores.

Estranho, o Benjamin não foi trabalhar na lenha hoje.

— Boa tarde, tio. —encarei os churros e o chocolate derretido.

— Boa tarde, Laysla. —sorriu carinhoso.

Ele é alto, negro, a sua pele é bem conservada. Sempre carismático e respeitoso.

— Churros tá lindo. —elogiei.

— Sim, mas pouca venda. —deu ombros, agora cabisbaixo.

— Mas por quê?

— O calor, filha. Churros é quente.

Concordei com a cabeça e pedi um cremosinho de leite condensado, ele me entregou e eu deixei para pagar na sua ida para casa. Ele sempre passa na frente da minha casa para ir embora, a casa dele é a penúltima da quadra.

Rasguei um pouco da sacolinha com o dente e suguei o doce, que delícia.

Sério, ele é o melhor do bairro em cremosinho caseiro, um gosto neutro de leite condensado, e gelado.

Desci para a casa e antes de chegar ao portão, observei Benjamin vindo em minha direção.

Só pensar no diabo, ele aparece.

Suspirei fundo e fiz semblante de paisagem, mas o meu estômago está ao avesso.

Tudo ao mesmo tempo sempre quando o vejo.

Ele continuou sério, não sorriu como sempre faz. Está com uma camiseta pink no ombro, e somente com uma bermuda no corpo.

Entrei rápido e ele veio até o portão, virei as costas.

Coitado, vou ao menor acenar para ele.

Não, continua, Laysla. —sussurrei entre dentes.

Acabei que voltei para trás, fui até o portão e abri para o mesmo passar.

Ele entrou e olhou para o meu corpo, desgrudei novamente o vestido do meu corpo.

— Bom dia, Laysla. —falou, e senti um cheiro forte de whisky. — Quase não vi o vestido no seu corpo. —sorriu.

E que sorriso.

Uma hora dessa.

Corei um pouco, o vestido está bem transparente mesmo.

— Bom dia, Benjamin. —falei séria. — Cedo e você me atormentando, Benjamin?

Ele exalava whisky.

Soltos e LeaisOnde histórias criam vida. Descubra agora