Dois

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Coloquei uma dose de pinga, perto do prato com presunto e queijo ao lado da imagem.

Acendi um cigarro e deixei ao lado também.

Senti uma tontura e me levantei rápido, Rayane tocou na minha costa e eu incorporei, mas continuei consciente.

Observei a minha mão pegar um palito com queijo e levar até os lábios, mas não senti sabor, não era eu em mim e no meu corpo.

- Boa noite, belo cavalheiro. -sussurrou Rayane, animada e sexy.

- Boa noite. -disse sério e ergueu o chapéu, saudando. - Confusões?

- Sim... Mas já resolveu. -falou e deu ombros.

Ele assentiu.

- Agora, entre nós... -se aproximou do guia, em meu corpo. - Hoje lucrará? -perguntou sorridente.

- Não, mas logo tudo vai melhorar aqui na casa para as quengas. -explicou e ela deu gritinhos.

- Laroiê. -saudou pulando.

- O Benjamin some, mas sempre está vigiando. -afirmou. - Vai amassar a dona daqui.

- Ela se acha a rainha da vagina. -colocou as mãos na cintura. - Como se fosse a própria Maria Padilha.

O seu Zé Pelintra deu uma gargalhada alta.

- Moça, e que bom tu cuidou de mim enquanto o cavalo andou por aí. -agradeceu sério.

Ela se emocionou, fingindo um pouco também.

- Cuido com carinho, padrin. -gargalhou alegre, limpando as lágrimas inexistentes.

- E ele, sabe tudo o que eu tenho para falar, sabe bem! -avisou à mim, escutei bem. - Mas agora vou se embora que vem cliente.

- Boa noite.

- Boa noite.

- Exu é Mojubá.

Senti um balanço e voltei ao meu corpo, Rayane segurou no meu braço e me equilibrou.

- Padrinho veio, tu já sabe -repetiu atenta, assenti. - Agora vou contar para as meninas. -saiu correndo, ansiosa.

Ajeitei o meu chapéu e a minha gravata, entrei no bordel de novo e agora a noite começa.

Acendi um charuto e me aproximei de Beatriz, que fuma um baseado igual um pastel.

Olhei a Gabriela com um cliente, ele beijando o seu pescoço.

- E aí, bebê. -disse, Beatriz, me olhando. - Voltou? -sorriu simples.

- Saudades de vocês... -falei sorrindo, ela gargalhou. - Cínico, como sempre. -tossiu.

- Uai, sabe que não minto. -falei sincero.

- Sei... -estalou a língua. - Foi sexy como chegou. -sussurrou, sagaz.

- Gostou? -mordi o charuto devagar.

- Sim, gostei. -passou a mão pela a minha coxa. - Por onde viajou, Benjamin?

Olhei para Bea, com seus cabelos loiros e cacheados, os lábios vermelhos e olhos ferventes.

Puxei a sua nuca para mim.

- Como sempre, pelas águas... -sussurrei em sua orelha, e lambi o seu pescoço.

Peguei o meu charuto e me retirei da mesa rapidamente, contendo o meu membro na calça, e continuei sobrando a fumaça.

Não posso ficar perto das meninas.

Não é porque a empresa é minha que eu devo usar os seus bens.

Me sentei no balcão. Vendo Fabíola brava, mas silenciosa.

Soltos e LeaisOnde histórias criam vida. Descubra agora