07, os cullen (crepúsculo)

822 98 12
                                    


Dias se passaram do sumiço de Alice, porém segui o fim de semana normalmente, até que eu estava conseguindo fazer isso de forma plena. A fonte de maior sofrimento era não conseguir entender se ela realmente tinha ido embora, ou se todo aquele possível romance foi todo inventado por mim, mas era impossível...

Durante o crepúsculo de sábado estava em minha escrivaninha misturando tintas em óleo de linhaça, pronta para pintar uma das telas mais melancólicas da minha vida. Mesmo que Alice voltasse, eu estava cansada desse tipo de coisa, eu estava me acabando e ela sabia disso.

Comecei a preparar as tintas e logo senti uma presença atrás de mim, e eu já imaginava quem poderia ser.

-Me desculpe. – Ela falou, em uma voz embargada. – Sexta... quando você mordeu meu pescoço... eu nunca tinha me sentido tão sexual antes... com uma vontade tão grande de matar.

Gelei, eu ainda não tinha virado para olhá-la, mas eu sabia que seus olhos estavam pretos com as trevas.

Eu queria compreendê-la, não me doer por tudo que estava acontecendo, mas era quase impossível... eu também tinha sentimentos, eu me magoava demais com tudo.

-Eu 'tô cansada, Alice. – Finalmente virei para ela, com os olhos molhados de lágrimas. E para a minha surpresa, ela estava da mesma forma. Mais pálida do que nunca, com seus cabelos pouco penteados e como falei, os olhos escuros como a noite. – Sexta... eu confiei em você, achei que tudo tinha mudado... que éramos uma só, mas você continua fazendo as mesmas coisas.

-Eu posso te matar tão facilmente, Bella, apenas por um acidente você poderia ser um corpo em minhas mãos. – Ela falou, respirando fundo, com as lágrimas passando por todo seu rosto. – Eu quis tanto te sentir, quis tanto que você me sentisse, mas eu sei que se fizéssemos algo assim... você não iria sobreviver. Ela estava falando sobre sexo. E realmente, transar com um vampiro deve ser extremamente agressivo, e eu, como apenas uma humana, poderia realmente morrer. - Se eu estivesse muito ansiosa... se por um segundo eu não estivesse prestando atenção o suficiente, eu poderia avançar, querendo tocar seu rosto, e amassar o seu crânio por engano. Você não se dá conta do quanto é quebrável. Eu não posso me dar ao luxo de perder o controle quando estou perto de você.

Eu não sabia o que fazer, ao mesmo tempo eu estava apaixonada por ela, e na mesma medida, eu poderia morrer de um dia para o outro, e ela não tinha culpa, era como se um leão fosse namorar um veado, os instintos iriam além da relação.

Abaixei a minha cabeça e me permiti apenas ficar ali, sem dizer nada.

-Você 'tá com medo? – Ela perguntou, tentando se aproximar.

-Sim. – Admiti, olhando-a. – Eu quero tanto nunca mais olhar para você, mas ao mesmo tempo eu estou tão apaixonada... e ao mesmo tempo com tanto medo.

-Bella... – Ela se aproximou, enxugando seus olhos, ficando de joelhos em minha frente. – Isso nunca será por mal... o que aconteceu quando nos vimos pela primeira vez, quando fui embora, nunca vai acontecer de novo... mas eu preciso de momentos para lembrar que você é humana, que você é frágil. Te ter em meus braços foi uma das sensações mais maravilhosas que experimentei em anos, mas a tensão sexual... eu quase não consegui lidar.

Ok, pelo visto se ficássemos juntas nunca poderíamos transar, triste? Um pouco.

-Me deixe apenas ficar aqui, ser sua companhia... te abraçar debaixo da coberta, mesmo que seja por alguns segundos... apenas me perdoe. – Ela falava, agarrando minhas mãos, e a onda fria já era comum para mim.

-O que garante que você não fará isso de novo? – Perguntei, olhando diretamente em seus olhos pela primeira vez.

-O que você quer que eu faça? – Ela perguntou, quase como uma súplica.

crepúsculo (bellice)Onde histórias criam vida. Descubra agora