31, visita e viagem (lua nova)

271 32 3
                                    

Rígido e branco, com grandes olhos pretos fixados em mim, o meu visitante me esperava perfeitamente imóvel no centro da sala, lindo além da imaginação.

Meus joelhos tremeram por um segundo, e eu quase caí. Depois eu me joguei em cima dele.

-Edward. – Eu proferi, ainda incrédula, enquanto me chocava nele.

Eu havia me esquecido quanto ele era duro, era como correr precipitadamente pra cima de uma parede de cimento.

-Bella? – Havia uma estranha mistura de alívio e confusão na voz dele.

Eu prendi meus braços ao redor dele, lutando pra inalar o máximo do cheiro da sua pele que fosse possível. Nenhum perfume no mundo poderia se comparar. Minha memória não fazia justiça.

Eu não reparei quando os suspiros se transformaram em algo mais, eu só percebi que os suspiros haviam se transformado em soluços quando Edward me arrastou para o sofá da sala de estar e me colocou no colo. Era como estar curvada numa pedra fria, mas uma pedra que contornava confortavelmente o formato do meu corpo. Ele esfregou as minhas costas num ritmo gentil, esperando que eu me controlasse.

-Me... desculpe. – Eu tagarelei, limpando as lágrimas. – Eu só estou... tão feliz... de ver você!

-Tudo bem, Bella. Está tudo bem.

Pela primeira vez, parecia estar mesmo.

Edward suspirou.

-Eu havia me esquecido de como você era exuberante. – Ele disse, e o tom dela era de desaprovação. Eu olhei pra ele por entre os meus olhos mareados. O pescoço dele estava apertado, se afastando de mim, os lábio dele estavam apertados firmemente. Os olhos dele estavam, pretos como piche.

-Oh. – Eu arquejei, quando me dei conta do problema. Ele estava com sede. E eu era apetitosa. Já fazia um tempo que eu não pensava nesse tipo de coisa. –Desculpa.

-É minha própria. Já faz algum tempo que eu estou sem caçar. Eu não devia me deixar ficar com tanta sede. Mas eu estava com pressa hoje. – O olhar que ele direcionou pra mim foi resplandecente. – Falando nisso, será que você poderia me explicar como é que você está viva?

Isso me chamou a atenção e fez os soluços pararem. Eu me dei conta do que havia acontecido imediatamente, e porque ele estava aqui.

Eu engoli fazendo barulho.

-Ela me viu cair.

-Ela viu você pular. – A voz dele falou tão perfeitamente que eu congelei chocada enquanto a dor arrasava o meu tórax. – Eu disse para ela não ficar olhando para o seu futuro, mas ela me dizia que já tínhamos causado estragos o suficiente. Mas só porque ela não procura, isso não quer dizer que ela não vê. É só que eu já estou ligado a você... quando ela disse que você pulou, eu nem pensei, eu simplesmente... Entrei no mar. – Ele suspirou. Eles realmente sabiam nadar como loucos. – Eu sabia que podia ser tarde demais, mas eu não podia ficar sem fazer nada. E depois eu cheguei aqui, pensando se eu podia ajudar Charlie de alguma forma, e você aparece.

-Edward, eu não estava cometendo suicídio.

Ele me olhou duvidosamente.

-Você está dizendo que não pulou de um penhasco?

-Foi apenas com propósitos recreativos. Eu havia visto alguns dos amigos de Jacob mergulhando dos penhascos, e pareceu que era... divertido. - Ele esperou. -Eu não pensei que a tempestade fosse afetar as correntes. Na verdade, eu nem pensei muito na água.

Edward não acreditou. Eu podia ver que ele ainda pensava que eu estava tentando me matar.

-Alguém tirou você de lá?

crepúsculo (bellice)Onde histórias criam vida. Descubra agora