crepúsculo (bellice)

37, flórida (eclipse)

A pequena tentativa de controle que Alice exercia sobre mim era insuportável, eu sabia que ela não faria isso em uma tentativa abusiva, e sim protegendo, em vista que um dos caos que poderiam acontecer seria se as duas espécies se cruzavam.

Mas eu ainda estava chateada com ela, e esse sentimento triplicava quando eu pensava em Leah, como ela estaria. Eu queria vê-la, mas ao mesmo tempo queria respeitar seu espaço, ela falou especificamente na carta que não queria me ver agora, e talvez fosse um motivo plausível.

Ela me enviou uma carta, então acho que não seria nada demais enviar uma de volta.

Leah,

Os últimos dias não tem sido muito legais sem você, a sua presença contagiante me deixa feliz, sinto a sua falta.

Todo esse caos que estamos vivendo, Victoria, a quase minha morte, a quase morte de Alice, Jacob furioso comigo, piora quando tenho que decidir entre você e Alice, isso me dói demais. De verdade.

Ao contrário do que você disse, eu não consigo escolher, não agora, eu preciso te ver, te ouvir, precisamos conversar. Alice já está ciente de que existe a possibilidade de eu continuar com você.

Mas caso isso não aconteça, eu ainda te quero em minha vida, em todos os momentos, você é uma pessoa incrível, e não quero de perder.

Nesse fim de semana talvez eu esteja saindo de Forks, vou visitar minha mãe, mas logo depois disso, venha visitar. Queria ir até você, mas sua carta deixou claro que você não quer isso, então deixo avisado aqui que logo quando você se sentir a vontade, venha me ver.

Beijos,

Bella.

Eu sabia que além de tudo, além de toda a situação de drama amoroso, Leah estava passando por um momento terrível, seu pai acabara de falecer, ela estava mal, mesmo parecendo forte, uma das líderes da matilha, eu conseguia sentir que ela estava se sentindo péssima.

Fechei a folha que eu havia escrito quatro vezes e coloquei um adesivo fechando-a, e atrás coloquei o remetente e o destinatário.

Desci as escadas freneticamente e encontrei Charlie lendo o jornal, ele estava com a expressão séria, mas ainda forçando um sorriso acolhedor para me receber.

-Você pode entregar isso na casa dos Clearwater? – Perguntei, oferecendo-o o papel.

Ele prontamente aceitou, colocando o bilhete dentro do bolso do seu casaco.

-Como está Leah? – Ele perguntou, bebericando o café.

Eu suspirei, rastejando para uma das cadeiras e imitando seu movimento com a caneca.

-É isso que eu quero saber... – Sussurrei.

Charlie limpou sua boca com as costas da mão.

-Você vai ver sua mãe? – Ele perguntou, interessado.

Eu assenti.

-Quero muito.

-Alice vai? – Ele tentou esconder seu interesse.

-Acho que sim. – Dei os ombros.

Charlie franziu o cenho, mas decidiu ficar em silêncio.

Ele levantou-se logo depois, derramando um pouco de água na xícara usada e anunciou que iria trabalhar.