Quando acordei eu estava confusa. Meus pensamentos estavam confusos, ainda perturbado com sonhos e pesadelos, mas felizmente a realidade que me esperava estava mais calma que no dia anterior.
Esse quarto era básico demais pra pertencer a outro lugar que não um hotel. Os abajures de cabeceira, aparafusados as mesas, eram uma pista muito clara, assim como as longas cortinas que combinavam com os forros de cama, e as paredes cobertas com uma tinta genérica.
Cai em um sono exausto no caminho da noite passada, a ansiedade acalmou por alguns instantes e meu corpo logo alertou sinais de cansaço. Edward estava sentado a meu lado no banco de couro preto, e, de alguma forma, ao longo da noite minha cabeça acabou descansando no seu pescoço de granito, caindo no sono levemente. Minha aproximação não pareceu incomodá-lo nem um pouco, e a sua pele fria, dura, era estranhamente reconfortante para mim. A frente da sua leve camisa de algodão estava fria, encharcada com as lágrimas que jorravam dos meus olhos, até que eles, vermelhos e doloridos, ficaram secos.
Eu olhei para o relógio digital na cabeceira da cama. Os números vermelhos diziam que eram três horas, mas eles não indicavam se era de noite ou de dia. Nem um pouco de luz escapava pela cortina fina, mas o quarto estava claro por causa da luz do abajur.
Eu me levantei rigidamente e me arrastei até a janela, puxando as cortinas. Estava escuro lá fora. Três da manhã então, meu quarto ficava de frente para um lado deserto da estrada e para o novo estacionamento do aeroporto. Era levemente confortante poder distinguir tempo e espaço.
Eu olhei para mim mesma. Eu ainda estava usando as roupas de Esme, e elas não me caiam nem um pouco bem. Eu olhei ao redor para o quarto, feliz por encontrar a minha bolsa de viagem numa penteadeira baixa. Eu estava indo pegar as minhas roupas quando uma batidinha de leve na porta me fez pular.
-Posso entrar? – Edward perguntou.
Eu respirei fundo.
-Claro.
Ele entrou e olhou pra mim cuidadosamente.
-Parece que você poderia dormir um pouco mais. – Ele disse, de forma preocupada.
Eu só balancei a cabeça.
Ele se moveu até as cortinas e fechou elas seguramente antes de se virar pra mim.
-Vamos precisar ficar aqui dentro. – Ele disse pra mim.
-Tudo bem. – Falei, dando um sorriso fraco.
-Sede? – Ele perguntou.
Eu levantei os ombros.
-Eu estou bem. E você? – Perguntei, tentando dar um clima mais agradável.
Ele sorriu.
-Nada que não possa ser arranjado. Eu pedi comida pra você, está na sala da frente. Alice me lembrou de que você tem que comer mais frequentemente que nós.
Eu fiquei mais alerta instantaneamente.
-Ela ligou?
-Não. – Ele falou, e observou meu rosto cair. – Isso foi antes de irmos embora.
Ele pegou minha mão cuidadosamente e me levou até a sala de estar da suíte do hotel. Edward era um cavalheiro, mesmo vestindo-se casualmente com suas camisetas pretas de sempre, seus costumes e valores se mostravam em cada palavra.
Eu podia ouvir leves ruídos de vozes vindos da televisão. Jasper estava sentado no canto da mesa, seus olhos assistiam as notícias sem nenhuma ponta de interesse.
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crepúsculo (bellice)
VampireApós a mudança de Bella para Forks, suas crises de ansiedade e necessidades de apego se tornam cada vez mais frequentes, o ambiente fora da sua zona de conforto longe de sua mãe não ajudava muito, fazendo-a ter uma piora brutal em seus sintomas. Apó...