25, motos e o beijo (lua nova)

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-Ok, onde é a sua embreagem?

Eu apontei para a alavanca no lado esquerdo do guidão. Soltar o apoio foi um erro. A moto pesada cambaleou embaixo de mim, ameaçando me jogar de lado. Eu agarrei o guidão de novo, tentando segurar direito.

-Jacob, eu não vou ficar de pé. – Eu reclamei.

-Você vai quando estiver se movendo. – Ele prometeu. – Agora, onde está seu freio?

-Atrás do meu pé direito.

-Errado.

Ele agarrou minha mão direita e curvou meus dedos na alavanca em cima do regulador.

-Mas você disse...

-Esse é o freio que você quer. Não use o freio de trás agora, isso é pra depois, quando você souber o que está fazendo.

-Isso não parece certo. – Eu disse suspeitosamente. – Os dois freios não são importantes?

-Esqueça o freio de trás, tá legal? Aqui... – Ele agarrou sua mão na minha e me fez puxar a alavanca pra baixo. – Esse é o seu freio. Não esqueça. – Ele apertou minha mão mais uma vez.

-Tá bom.

-Regulador?

Eu virei punho direito.

-Trocador de marcha?

Eu bati com o meu calcanhar esquerdo.

-Muito bom. Eu acho que você aprendeu todas as partes. Agora você só tem que começar a se mover.

Meu estômago estava se contorcendo de uma maneira estranha e eu achei que minha voz podia sair esganiçada. Eu estava morta de medo. Eu tentei pensar comigo mesma que o meu medo era sem motivos. Eu já havia sobrevivido a coisas piores. Em comparação com aquilo, porque alguma coisa devia me assustar agora? Eu devia ser capaz de olhar na cara da morte e sorrir.

Meu estômago não estava acreditando.

Eu olhei para a longa extensão da estrada de terra, incomodada pela grossa névoa verde que havia dos dois lados. A pista era arenosa e suja. Melhor que lama.

-Eu quero que você segure a embreagem. – Jacob instruiu.

Eu agarrei meus dedos na embreagem.

-Agora isso é crucial, Bella. – Jacob se estressou. – Não solte isso, Ok? Eu quero que você finja que está segurando uma granada armada. O pino saiu e você está segurando o trinco.

Eu apertei com mais força.

-Bom. Você acha que consegue dar a partida?

-Se eu mover o meu pé, eu vou cair. – Eu disse pra ele através de dentes trincados, meus dedos segurando a granada armada com força.

-Ok, eu faço isso. Não solte a embreagem.

Ele deu um passo pra trás, e de repente bateu seu pé no pedal.

Houve um breve som de alguma coisa rasgando, e a força do seu empurrão fez a moto balançar. Eu comecei a cair de lado, mas Jake agarrou a moto antes que ela me derrubasse.

-Firme aí. – Ele encorajou. – Você ainda está segurando a embreagem?

-Sim. – Eu disse sem fôlego.

-Segure seus pés, eu vou tentar de novo. – Mas ele colocou a mão na parte de trás do banco também, só pra ter certeza.

Foram mais quatro tentativas até que a ignição se ligasse. Eu podia sentir a roncando embaixo de mim como um animal raivoso. Eu agarrei a embreagem até que meus dedos doeram.

crepúsculo (bellice)Onde histórias criam vida. Descubra agora