Capítulo 17

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SEM REVISÃO

Marcus Tae Soo

– Esses são os seus compromissos de hoje. – Ana me entregou o tablet tentando acompanhar os meus passos enquanto percorremos o corredor do hospital. 

– Certo. – arrumo o colarinho do meu jaleco com uma mão enquanto verifico a minha agenda. – Alguma resposta do investigador? – perguntei enquanto desviei os meus olhos da tela e fitei a minha cunhada.

– Sim. – respondeu tomando o tablet da minha mão. Ela clica algumas vezes na tela e me devolve o aparelho. – Ele enviou esses arquivos e os mesmos comprovam a sua suspeita em relação a tentativa de atingir o Grupo Hwang.

Analisei todos os arquivos. Eu sabia! Hyung não é o alvo principal. 

 – Eu só não entendo o porquê de Baek Hyeon ainda não ter entrado em contato conosco. – Ana suspirou pesado.

– Ele deve ter os seus motivos. – falei entregando o Tablet nas mãos de Ana. – Temos que confiar nele.

Ana assentiu com um meio sorriso.

– Enquanto você vai verificar a sua paciente, eu iriei ver o meu marido rapidinho, tá bom? – falou agora abrindo um sorriso estupidamente largo.

– Aigo! Você e esse seu amor incondicional pelo meu primo. – sorri zombeteiro.

– O sujo falando da mal lavada. – rebateu em português enquanto me encarou irônica.

– Ok. Ok. Não está mais aqui quem falou. – me rendi concordando com a minha cunhada.

A consulta foi rápida. Eu precisei apenas analisar os resultados dos exames da minha paciente. Uma norte americana de 50 anos de idade com um tumor parecido com o do meu pai. Ela veio dos Estados Unidos para a Coreia Sul justamente para tratar o esse tumor comigo, no entanto, eu tive que assumir a presidência no lugar do meu tio então muitos pacientes eu encaminhei para outro médico, mas por se tratar de um tumor terminal e de alto risco cirúrgico, eu decidi continuar acompanhando o caso da senhora Thompson.

Encontro Ana agarrada ao braço de In-Yeop enquanto um sorriso estupidamente bobo estampa o rosto dela. Meu primo não sorri como Ana, porém, seus olhos se comprimem encarando-a visivelmente apaixonado. Quem diria que eu pudesse um dia vê-lo tão feliz novamante.

— Omo*[Nossa]! É muita cara de pau daquela mulher... — ouvi uma enfermeira dizer a minha frente.

— E não é?! — concordou a outra ao seu lado. — Ela nos disse que o Dr. Hwang In-yeop é gay, sendo que na verdade só estava marcando território.

— Olha lá a cara de idiota que ela faz olhando pra ele... aiguu! Chega a dar nojo!

— Pelo que eu notei, as funcionárias desse hospital se preocupam mais com a vida alheia do que com a dos seus pacientes.  — falei e todas as duas enfermeiras viraram-se em um pulo e de olhos arregalados, surpresas e assustadas por se depararem comigo, elas curvam-se em minha direção completamente embaraçadas por terem sido pegas no flagra.

— P-presidente... nós estávamos apenas comentando... — explicou-se a enfermeira que comentou sobre a sexualidade do meu primo.

— Não as advirta, cu-nha-do. — Ana aproximou-se de mim e apoiou o braço sobre o meu ombro. Eu apenas a encaro perplexo com a postura audaciosa e informal da minha cunhada, porém, permaneço-me calado. — Elas estão apenas com inveja. — declarou voltando a olhar para as duas que a encaram embasbacadas.

*obs: na Coreia do Sul, é desrespeitoso tratar informalmente alguém mais velho ou superior (um chefe por exemplo) em um ambiente de trabalho.

Presidente.  [Livro III - Série: Família Hwang]Onde histórias criam vida. Descubra agora