Capítulo 19

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Baek Hyeon

Lembrei-me do que Dae-jung falou sobre ter me enviado um e-mail com as anotações de Chae-won. Ela... ela realmente matou omma? 

Rapidamente pego o meu celular e verifico o e-mail. 

Nele, há várias anotações suas como: especificações das doses de estrógeno que ela injetou na comida de omma, datas de todo o processo desde o começo em que ela começou a envenená-la, e as mensagens que ela trocou com a mandante do crime, confirmando tudo que Tatsuo e Hayato acabaram de me revelar. 

 A data da última anotação de Chae-won foi um dia antes da sua morte, e é uma carta destinada pra mim. 

Baek Hyeon,

Eu sei que o que fiz é abominável e imperdoável. Nada do que eu vá escrever para você isentaria o meu grande pecado. Mas eu preciso ao menos tentar uma rendição.

Eu nasci em uma família pobre, como você sabe. Meus pais adoeceram quando eu era apenas uma menina e muito cedo descobri o quanto a vida poderia ser cruel... fui estuprada aos doze anos pelo meu próprio tio e quando estava prestes a me atirar da ponte de Banpodaegyo, uma mulher chamada Park Hee-jin, me salvou. Ela forneceu uma casa para que eu e os meus pais pudéssemos viver, e nos ajudou financeiramente durante anos. Quando completei 15 anos, essa mulher me levou até o marido dela, foi então que conheci o mestre Dragão *[Hayato]. Eles foram gentis comigo e me receberam como um membro do clã.

Foi então, quando completei 17 anos, eu recebi uma missão do mestre Dragão: tive que me infiltrar na Boate da madame*[Mi-suk] e pedir um emprego para ela. Ele ordenou que eu relatasse tudo sobre a vida dela e do seu filho (você), somente isso. O problema foi quando a senhora Park Hee-jin descobriu... ela me ordenou que eu injetasse um tipo de hormônio no alimento da madame, mas que eu não me preocupasse, pois isso não a mataria. Ela queria que a madame adoecesse. Eu fiquei receosa e me opus, eu já havia criado carinho e apreço pela sua omma. Porém, a senhora Hee-jin ficou furiosa comigo. Ela me disse que se eu não fizesse de acordo com a sua vontade, eu estaria sendo ingrata, e que se eu não cumprisse a sua ordem, ela mandaria matar os meus pais. Então não tive outra alternativa.

Depois da morte da madame, eu não aguentei conviver tanto tempo com a culpa e o arrependimento, então quando percebi que você finalmente estava feliz e casado, eu decidi que havia chegado o momento de contar toda a verdade ao mestre Dragão. Sei exatamente qual será o meu destino... porém, implorei por misericórdia pelos meus pais. 

Oppa... eu sei que não tenho o direito de te pedir isso, mas, por favor, permita com que a minha morte acalente essa revolta em seu coração.

Mais uma vez, me perdoe.
   

Encaro atordoado a tela do celular e então meus olhos lacrimejantes encontram Hayato em pé a minha frente.

– Por que você não me falou naquela noite? – O encarei indignado. – Não precisava tê-la matado. 

Noto Hayato me encarar estupefato e curioso.

– Aquela mulher matou a sua mãe. E mesmo assim você ainda a defende?

– A culpa dela foi ser pobre e ter os pais doentes. – rebati. – Os únicos culpados nessa história são você e a sua esposa.

— Eu?? Eu nunca compactuei com isso! — Discordou.

Levantei-me da cadeira tomado pelo ódio estarrecedor que dominam os meus sentidos.

— Se você não tivesse sido tão egoísta e ambicioso, a sua esposa não teria ficado com ciúmes e envolvido aquela garota inocente. — afirmei enquanto meus olhos os encararam raivosos. — Omma era para estar viva, Chae-won era para estar viva, e eu bem longe dessa merda de inferno! —Exclamei revoltado. — Você nunca será o meu pai, entendeu? Eu nunca vou te perdoar pelo que fez! E a partir de hoje farei com que você e aquela mulher paguem pela morte da minha mãe!

Presidente.  [Livro III - Série: Família Hwang]Onde histórias criam vida. Descubra agora