Capítulo XIV | Pizza

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Malditas sirenes, sempre tão altas, não entendo a necessidade disso.

As fitas cercando um perímetro gigantesco também não são necessárias já que um corpo ocupa menos de 2 metros.

Tá certo que é preciso investigar a cena do crime, mas sei lá, qual o assassino que começa a fazer sujeira a 10 metros de onde vai matar o sujeito?

- Posso? - aponto para a fita pedindo passagem para a cena do crime.

- Óbvio que não. - responde Hanna ríspida - Não é porque você achou o corpo que pode simplesmente entrar aqui. - colhe uma amostra de algo que achou no chão.

As pessoas já se aglomeraram em volta tentando pescar uma informação para espalhar e formar um telefone sem fio infinito.

Os farmacêuticos já foram entrevistados para saber se viram algo, as imagens das câmeras foram passadas para a polícia verificar todas as pessoas que passaram pelo estabelecimento.

- Lúcifer, vem. - Tadayo me chamou com uma prancheta em mãos - Como achou o corpo? - nos sentamos em bancos de praça perto de uma árvore.

- Tava saindo da farmácia quando senti cheiro de sangue e fui verificar o que era. - expliquei.

- Cheiro de sangue? A mais de 20 metros? - desacredita.

- Sim.

- Ok... - anota com receio franzindo o cenho - Continue.

- Então eu caminhei até ver uma chama, estava escuro e estava sem celular, quando vi que era um corpo entrei em desespero... Apaguei o fogo para que não queimasse tudo. Como estava sem celular, fui até a casa da Elise que é razoavelmente perto e liguei para a polícia com o celular dela. - concluí.

- Estava fazendo o que aqui aquela hora?

- Na farmácia, eu já disse.

- Não tem farmácias perto da sua casa? - indaga, Elise se aproxima e senta ao meu lado.

- Estavam fechadas, só tinha essa aberta.

- O que era tão urgente para precisar rodar várias quadras até uma farmácia? - cerra os olhos.

- Se eu estiver morrendo tenho que dar justificativas do quão grave é o meu problema? - questiono impaciente.

- Eu faço as perguntas. - fala ríspido.

- Fui comprar absorvente pra minha filha, satisfeito? - revirei os olhos.

- Só isso? - desacredita.

- Só isso? Pelo amor de Deus... - bufei.

- Parece que você não gosta muito de mim. - cruza as pernas.

- "Eu só queria ver você, numa piscina de óleo fervendo, pedindo socorro e eu te oferecendo, uma dose de Rum para você se esquentar..." - cantarolei. Tadayo e Elise me olharam confusos.

- Não entendi o que falou.

- Não se preocupe que no Inferno você vai ter um demônio particular para te torturar. - sorrio forçado - Você não entendeu porque eu cantei em outra língua, gênio.

- Gosta de exibir seus dotes? - ergue as sobrancelhas.

- Você coloca uma calça grudada nas pernas para "impressionar" as mulheres com o seu "volume". - ironizei - Por que eu não mostraria que sei falar todos os idiomas do mundo com perfeição? - cruzo as pernas também, ele passa a língua por dentro da bochecha claramente irritado.

O Diabo Também ChoraOnde histórias criam vida. Descubra agora