Voltamos à mesa que estávamos antes. Miguel também quebrou o seu ponto de comunicação e a câmera. Só penso na bronca que vamos levar da polícia.
Não demorou muito e percebemos olhares, dedos apontados e cochichos para nós. Um homem com braços tatuados se aproximou da mesa e pegando uma cadeira, sentou na nossa frente.
— Ah que merda… — Elise deixa escapar.
— Olha só quem está aqui — ele sentou com a cadeira virada, com os braços apoiados na escora.
— Boa noite — cumprimento educadamente. Ele me olha e solta um riso.
— Como se chamam? — perguntou.
— Eu me chamo Erasmo. — inventei um codinome — E ele — me referi a Miguel — é Sebastiano.
— Muito prazer, eu me chamo Zaque. — ele pega um chiclete e o lança dentro da boca — Você anda bem Elise?
— Sim, muito.
— Você não presta mesmo né, sempre com as coisa ruim — ele riu bagunçando o cabelo preto.
— Se conhecem? — indagou Miguel.
— Ah sim, namorávamos há um ano atrás mais ou menos. — acendeu um cigarro — Sempre metida com os drogados — ele gargalhou, uma risada estranha.
Ele tinha uma sobrancelha cortada, alguns brincos nas orelhas além das tatuagens cobrindo quase todo seu corpo. Coçava o nariz seguidamente além de mascar um chiclete com a boca aberta.
— Mas então, com o que posso ajudá-los?
— Temos uma dívida com o Italiano, queríamos saber se está aqui — Miguel toma a iniciativa.
Ele passa a língua por dentro da bochecha e pensa consigo mesmo por tempo. É óbvio que está tentando se mostrar superior, com certeza vai tentar nos fazer de bobos.
— Estão com sorte, tem um cara aqui que talvez possa ajudar vocês. — ele pega o celular — Deixa eu só chamar ele…
— Não — o interrompi — Nos leve até ele.
Zaque me olha com um sorriso exibido no rosto.
— Vejo que você não é um bobo. Tudo bem, vamos lá, me digam o lote de vocês — ele rola a tela do celular impaciente.
Ah merda, sabia que ia pedir algo do tipo.
— Ele nos conhece, não se preocupe com os lotes — digo.
— Ele pode conhecer vocês, mas eu não, então não entra. Fala o intermediário, sei lá, qualquer coisa.
— Kraken é o meu intermediário — disse Miguel.
Ele o olhou e riu, começou a rir, a gargalhar muito se revirando na cadeira.
— Eu adoro vocês, Lúcifer mesmo, olha, nota 10 para a atuação. Quase caí.
Ele me conhece… Ferrou!
De onde esse cara sabe da minha existência?
— Ah parem! Miguel, Lúcifer! Que bom que nos reencontramos! — ele abre os braços feliz.
— Isso é uma armadilha — Miguel disse em enoquiano.
— Não sei do que está falando… — falei.
— Ah para, a Liz me falou muito sobre você enquanto quicava no meu pau — Zaque gargalhou.
Meu peito doeu e senti minha pressão cair, tudo em volta girou. Não, não, não, eu não posso acreditar nisso…
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O Diabo Também Chora
Mistério / SuspenseDepois da morte da sua querida esposa Liz, Lúcifer vive nas lembranças sem querer acordar para a vida atual. Mesmo sofrendo com todos os traumas ele tenta se reerguer e no meio disso, encontrou um trabalho em uma delegacia para sufocar seus sentimen...