Capítulo XVIII | Demônio da luxúria

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Scarlett!

Como não percebi isso antes? Não é normal alguém ter olhos dourados! Sou tão burro.

— Lembrou? — pergunta Uriel com uma sobrancelha erguida.

— Aham… Vou falar com ela.

— Ei. — pega meu braço — Você tá bêbado, não vai dirigir agora não.

— Preciso ir Uriel! — suspirei — Garçom! Um maço de cigarro! — ordeno.

— Você fuma?

— Vou começar agora, nunca é tarde para experimentar coisas novas, não é? — montei um cigarro e o acendi.

— Nossa, nunca imaginei que chegasse a esse ponto, acho que a Terra não está te fazendo bem.

— Preciso falar com a Deusi. — guardo o maço no bolso e vou até o carro.

Não sei onde ela mora e está de noite, vou dormir aqui e esperar o dia amanhecer.

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Minha cabeça dói junto com a coluna, dormi todo esmigalhado no banco de trás.

O vidro da frente estava enfeitado por uma multa de trânsito, pelo menos não fui guinchado.

Dirigi até em casa, Ashley estava fechando a porta para ir à escola.

— Eu te levo lá. — bati o pé na roda dianteira para ver se estava murcha ou não.

Ela entra quietinha dentro do carro com a cabeça baixa.

— Dormiu bem? — pergunto.

— Não…

— O que aconteceu?

— Fiquei preocupada com você… — aperta a mão uma na outra.

— Não precisa ficar assim comigo, vou ficar bem…

— Você se culpa pela morte da mamãe, mas não tinha nada que pudesse fazer papi. — ela fitou meus olhos.

Na verdade tinha sim, simplesmente não a ter conhecido.

— É, você tem razão — não quero estender esse assunto.

Não falamos mais, estacionei e nós dois descemos.

Ashley foi para a sala de aula e eu fui para a diretoria.

— Deusi! — anuncio.

Ela me olha assustada, mas logo se recompõe.

— Olá Lúcifer. — cruza os dedos sobre a mesa.

— O que faz aqui na Terra? — me aproximo.

— O mesmo que você, me divertir. — sorri de lado.

— Todos estão aqui? O Azazel, o Levi, o Asmo…?

— Não, só está eu aqui. — se debruça para trás — Eu até convidei, mas não quiseram vir.

— Deveria ter me avisado que estava aqui. — me sentei.

— Estava com medo de me mandar voltar para aquele poço de enxofre e podridão. Aliás, finalmente conhecemos nossas faces né? — solta uma risada.

— É.

— Cansei de ter a cara toda deformada e corpo torcido. Já que é impossível de viver lá sem estar na forma demoníaca.

— Já faz tanto tempo que não uso minha face diabólica que até perdi o controle sobre ela. — rio.

— Aqui na Terra a gente perde o controle sobre as transformações, não se preocupe com isso. Fiquei impressionada quando te vi como humano pela primeira vez, o feitiço foi contra o feiticeiro.

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