Capítulo XIX | Amizades falsas

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Ela está muito nervosa, não consegue falar.

Não sei quem é "eles", só tenho uma coisa a fazer. Vamos ter que ir para casa de alguém. Poderia enfrentar quem está por vir, mas estou mortal e não sei quem são, podem ser bandidos, mafiosos, e super força não adianta muito contra armas.

O Miguel está detido e não tenho a chave do seu apartamento, Gabriel está fora de cogitação juntamente com a Deusi, nunca levaria minha filha para a casa de um demônio… Vou ligar para a Rafaela.

Peguei o celular e liguei para minha irmã.

— Rafa, você tá em casa?

Não, tô em Los Angeles, por quê?

— Eu ia passar aí…

Volto depois de amanhã.


Droga, só resta uma pessoa….

— Oiê Hanna….

Tá tudo bem? 

— Posso ir junto com a Ashley pro seu apartamento? É urgente.

Claro… Sabe onde é?

— Aham, já tô saindo.

Beleza, pelo menos até tudo ser esclarecido, não podemos ficar aqui.

— Filha, me escuta. — coloquei seus cabelos atrás da orelha — Pega sua mochila, e tudo de importante que você acha que vai precisar, inclusive roupas.

Ela saiu para o quarto e fui para o meu, não sei que desgraça está acontecendo, mas parece sério.

Peguei algumas coisas e fui ajudar ela, estava muito nervosa e só chorava.

Entramos no carro, fiquei em silêncio com os faróis apagados, não tinha movimento de nada na rua, nem claridade nas casas.

Saí depressa, Ashley estava abraçada na sua mochila com os olhos cheios de tristeza e pavor.

— Me explica o que aconteceu. — pedi calmo — Quem são eles?

— Meus amigos…

— Amigos?

— São pessoas que conversam comigo todos os dias, eu não os conheço, só pela internet.

— Continue.

— Eles se disponibilizaram para serem meus amigos, já que não sou muito popular na escola. Conversamos um tempo mas ficaram estranhos.

— Como são essas pessoas?

— Homens… Velhos, de 40 anos por aí.

— Meu Deus filha, como você acha que conversar com pessoas velhas assim é algo normal??

— Eles eram simpáticos comigo, são três… Mas começaram a pedir coisas estranhas.

— Tipo o quê?

— Fotos…. Sem roupa.

Meu coração pulou no peito e a minha pressão caiu por terra levando uma sensação de sufocamento.

— Você não mandou né? — perguntei nervoso.

— Não… Achei estranho. Mas aí eles começaram a mandar fotos de armas e pedir dinheiro.

Como essa garota se envolveu com esse tipo de gente?

— Você mandou nosso endereço?

— Não… Acho que descobriram por um print que tirei da tela. — ela começou a chorar de novo.

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